quarta-feira, 4 de julho de 2018

EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO PARTE 03

O papel da escola e do professor de Educação Infantil

Iniciamos este tópico apresentando os dados retirados dos relatórios de estágio realizado em salas de Educação Infantil e que também foram discutidos com os futuros professores em sala de aula.
Normalmente as professoras gritam com as crianças para que façam silêncio, reclamam muito da educação que elas trazem de casa, poucos são os momentos que as professoras demonstram atenção e afetividade.
Observamos uma professora enfurecida gritando com um aluno pequenino chamando-o de animal e tomando-o bruscamente pelo braço. Levou-o à professora de outra sala e disse: “vou deixá-lo em sua sala, porque ele deve ficar longe das outras crianças, ele é um animal e não uma criança”.
A maioria das professoras grita muito com as crianças, principalmente, quando estão mais agitadas. A punição para a indisciplina é deixá-los sem parque por volta de quinze minutos ou mandá-los para a sala vizinha para ficar com outro professor.
Observei professores repreendendo os alunos com gritos e xingamentos.
O professor castigava os alunos colocando-os de frente para a parede e os humilhando diante das demais crianças. A criança que desobedecia era levada para outra turma ou para a coordenação.
Para corrigir a indisciplina, a criança é posta num canto, sentada na cadeira com o intuito de neutralizar o seu comportamento.
Observamos algumas professoras da educação infantil sem a menor paciência com os pequenos, gritam demais.

O professor desempenha um papel importante na vida dos pequenos, pois, ao assumir a postura que a mãe mantinha em casa, será idealizado como alguém muito importante e fará com que a criança se sinta segura e busque novas descobertas. Ao professor cabe assumir um papel caloroso, já que de agora em diante será o principal esteio na vida da criança; cabe ser coerente em seu comportamento para com ela, discernindo suas alegrias e mágoas.
No que se refere à continência emocional, basta imaginar uma criança cujos lares são insatisfatórios. Para Winnicott (1998, p. 234), elas não vão à escola para aprender, mas para encontrar “um lar fora do lar”, ou seja, vão à busca de uma situação emocional, de um grupo do qual possam fazer parte. Para elas, faz-se necessário fornecer uma alternativa à vida familiar, pois sem isso dificilmente o professor terá bons resultados. Muitas das condutas postas acima são direcionadas também a essas crianças. Com base nos referenciais apresentados anteriormente, podemos inferir que esses professores podem estar contribuindo para que elas apresentem baixa estima, falta de confiança em si mesmas, medo dos adultos e dificuldades para estabelecer relações interpessoais. A elas está sendo negada a possibilidade de desenvolver um self maduro que consiga enfrentar as dificuldades que a realidade impõe.
Segundo Winnicott (1998) a escola de Educação Infantil deve:
• Fornecer uma atmosfera saudável fora do lar, onde surgem novas relações triangulares.
• Desempenhar a função materna, oferecendo segurança à criança.
• Garantir a estabilidade pessoal.
• Dar continuidade à apresentação da realidade externa.
• Continuar o processo de individualização da personalidade da criança.
• Observar o tratamento dispensado pelos pais, para dar continuidade na escola.
Entendemos que a escola, na figura de seus gestores, é conivente ao aceitar que algumas situações de injustificada violência aconteçam, principalmente aquelas relacionadas aos xingamentos, pois não acreditamos que isso ocorra sem que coordenadores e diretores saibam.
As escolas, nas figuras de seus gestores, podem fornecer cursos de educação continuada e/ou palestras para os profissionais, além de espaços de discussão sobre as dificuldades que encontram no cotidiano, principalmente nos horários de HTPC (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo) e em reuniões pedagógicas, no caso da escola privada. Congressos, seminários, mesas redondas, entre outras atividades acadêmicas, também podem ser sugeridos. Os professores devem estar em constante atualização para que possam refletir sobre suas práticas e buscar resultados melhores.

Disciplina nas aulas

Professor e educação

Atitudes do professor que facilitam a disciplina
1. Nunca falar para a turma, enquanto não estejam todos em silêncio.
2. Dirigir-se aos alunos com linguagem e voz clara, com certa pausa e expressividade para que percebam o que se diz à primeira.
3. Nunca gritar. Um grito deve ser uma atitude rara que por vezes é necessária. Não esquecer que os gritos desprestigiam o professor. Ordens como: "Calados!", são inúteis.
4. Jamais esquecer esta regra de ouro: Se basta um olhar, não dizer uma palavra; se basta uma palavra, não pronunciar uma frase.
5. Esforçar-se por manter a presença de espírito, serenidade e segurança. Os alunos notam a mais leve falta de estar à vontade, insegurança ou excitação do professor. Se isso se prolonga, a aula está "perdida".
6. Não deixar passar "nem uma" e atuar desde o principio. Nada fere mais o aluno e desprestigia um professor que as possíveis "injustiças". É o caso de deixar passar uma falta num aluno e, logo a seguir, castigar outro por uma falta semelhante.
7. Cuidar as atitudes corporais, os gestos, as expressões do rosto e vocais; tudo isso influi positiva ou negativamente nos alunos.
8. Procurar manter o domínio de toda a aula. Mesmo que se dirija apenas a uma parte da aula, deve ter a restante sob controle. E preciso evitar a todo o custo que um aluno apanhe o professor desprevenido.
9. Não aceitar que os alunos se dirijam ao professor com modos ou expressões pouco apropriadas, como sejam: abraços, palmadinhas nas costas, graçinhas, etc. Isto só serve para "queimar" o professor.
10. Jamais utilizar o sarcasmo ou a ironia malévola. Tem efeitos imediatos, mas consequências desastrosas a longo prazo.
11. Tornar-se acessível ao aluno, colocando-se ao seu nível, mas sem infantilidades nem paternalismos. Falar-lhes com afabilidade, afeto, por vezes com doçura; mantendo sempre uma discreta distância que eles aceitam e até desejam.
12. Se alguma vez acontecer uma situação de conflito (o que deve ser raro e excepcional) com um aluno ou com a turma, procurar o modo de sanar essa "ferida", através de alguma saída engenhosa, gentil e simpática. Eles possuem um sentido epidérmico da justiça, mas igualmente uma grande capacidade de desculpar e esquecer agravos.
13. Saber manter o equilíbrio entre a "dureza" e a amabilidade. A jovialidade e a alegria do professor deve-se manifestar, apesar de tudo, em todas as circunstâncias; os alunos têm de a notar. A maior parte das antipatias dos alunos têm a sua origem em rostos ou atitudes pouco acolhedoras.
14. A correção deve ser:
a) silenciosa: falar em voz baixa e só por necessidade;
b) sossegada: sem perturbação, impaciência ou exaltação;
c) de forma a provocar a introspecção do educando: que o aluno contenha os seus impulsos, caia em si e retome o caminho;
d) afetuosa: "se quereis persuadir, consegui-lo-eis mais pelos sentimentos afetuosos que pelos discursos" (S. Bernardo).
15. Evitar proferir ameaças, que podem não se cumprir, pelo desprestígio magistral que isso implica.
16. Mandar o menos possível. O ideal é conseguir com o mínimo de ordens. Mandar o estritamente necessário e com a certeza de que vamos ser obedecidos.
17. Algumas citações:
"São o silêncio, a vigilância e a prudência dum mestre que estabelecem a ordem numa escola e não a dureza e a pancada" (VITOR GARCIA HOZ).
"...a escola terá um pouco de sanatório, de biblioteca e de claustro, o que quer dizer que estará mergulhada em silêncio. Um silêncio que não será interrompido pela voz do professor, nem por campainhas nem por exercícios de piano... Um silêncio todo penetrado de atividade intensa, de vai-e-vem na ponta dos pés, de cochichos discretos e de alegria contida. Este silêncio supõe todo um conjunto de condições: mobília apropriada, motivos de atividade para estimular o trabalho da inteligência, e um professor omnipresente, mas invisível" (LUBIENSKA DE LENVAL).
"Evitar a "expressão sem vigor, sem clareza, nem exatidão" (Platão), por ser contrária ao silêncio" (V. GARCIA HOZ).

"A criança não praticará seriamente a virtude, se não conseguirmos tornar-lha amável e sedutora" (JOSEPH DUHR).
"Contribuem muito para suscitar o interesse e, em consequência, a atenção da criança, a personalidade e as atitudes mentais do professor. As atitudes e emoções são muito contagiosas. O professor entusiasta, alegre e animado, costuma ter alunos atentos e interessados. A primeira condição da aprendizagem interessante é que o professor reflita nas suas atitudes e atividades em grau suficiente de simpatia e entusiasmo"
(AGUAYO)
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ATITUDES DO PROFESSOR QUE FAVORECEM A RELAÇÃO COM OS ALUNOS


1. Planificar e programar bem as aulas. Não confiar na improvisação.
2. Manter sempre os alunos ocupados porque nada favorece tanto a indisciplina como não ter nada que fazer.
3. Evitar centrar-se num aluno, pois os outros ficarão entregues a si mesmos.
4. Evitar os privilégios na aula. A escola deve ser um lugar de combate aos privilégios.
5. Não fazer alarde de rigor. Quando for necessário corrigir, fazê-lo com naturalidade e segurança.
6. Não falar de assuntos estranhos à aula.
7. Aproximar-se dos alunos de modo amigável, tanto dentro como fora da escola.
8. Estar a par dos problemas particulares dos alunos para poder ajudá-los quando necessário.
9. Se tiver de fazer uma admoestação, que esta seja firme, mas que nunca ultrapasse a linha do amor próprio e seja de preferência em privado.
10. Procurar um ambiente cordial, relaxado e sereno.
11. Ser coerente e não justificar as incoerências. Quando houver alguma incoerência o melhor é reconhecê-la e honestamente retificá-la.
12. Se se aplica um castigo deve ser mantido e cumprido, a não ser que haja um grande equívoco que justifique uma mudança de atitude.
13. Não se deve castigar sem explicar clara e explicitamente o motivo do castigo.
14. Não agir em momentos de ira e descontrole.
15. Evitar ameaças que depois não possam ser cumpridas, pois isso tira prestígio ao professor.
16. Os chefes de equipe ou grupo devem colaborar na disciplina da aula.
17. Há que ser pródigo em estímulos e reconhecimentos de tudo o que de bom faça o aluno, embora sem exageros ou formas que pareçam insinceras.
18. Evitar castigar todos aos alunos por culpa de um só, a não ser que existam implicações gerais.
19. Evitar atitudes de ironia e sarcasmo.
20. Ser sincero e franco com os alunos.
21. Saber dar algo aos alunos, não pedir-lhes sempre.




O Quê O planejamento Anual Tem A ver Com Indisciplina Diária.
  
Mudar o comportamento dos alunos, começa com um Planejamento Escolar que contemple esses 10 itens:

RESULTADOS DO ANO ANTERIOR: analise os resultados do que deu certo e errado no ano anterior (levantamento de números e causas)
QUALIDADE DO APRENDIZADO: crie um sistema de avaliação que priorize a qualidade de aprendizado e não apenas a quantidade de conteúdo memorizado
FAZER DIFERENTE: Levante novas estratégias pedagógicas, adequadas aos modelos de aprendizagem dos seus alunos
GERENCIAMENTO SALA DE AULA: crie procedimentos para o gerenciamento e gestão de sala de aula
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: crie um sistema de resolução de conflitos (aluno x aluno) , (aluno x professor), (professor x pais)
RELACIONAMENTO COM A FAMÍLIA: crie estratégias para encantar e se relacionar com as famílias dos alunos
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA: Crie estratégias e atividades para a participação da família no ambiente escolar e fora dele
HABILIDADES E NECESSIDADES: Levante pontos fortes e fracos dos alunos , trace objetivos, crie intervenções e monitore semanalmente
PORTFÓLIO INDIVIDUAL: Levante os modelos de aprendizagem dos seus alunos e trabalhe as inteligências
PORTFÓLIO DO PROFESSOR: Levante os seus pontos fortes e fracos e trace um plano para sua mudança pessoal com metas, estratégias e tarefas a realizar.
Esses 10 itens compõem a parte dinâmica e viva do Planejamento Escolar, o verdadeiro Plano de Ação que conduzirá os alunos a um novo patamar de aprendizado não apenas pedagógico, mas de vida, de auto estima, de relacionamento , de valores, de novas e maiores possibilidades.
Agora você já tem o esboço do grande Plano de Ação para começar o ano. Afinal, um ano só pode ser chamado de novo, se novas coisas forem feitas. Lembre-se, os resultados sempre são proporcionais ao esforço que fazemos. Você é a peça fundamental do Planejamento Escolar, com você ele ganhará vida, e o seu aluno conquistará asas.
Lembre-se: mudar o comportamento dos alunos, começa com um Planejamento Escolar que contemple esses 10 itens.
Compartilhe seus comentários no blog SOSProfessor enviando suas ideias para cada um dos itens acima. 
Fonte: 
http://www.sosprofessor.com.br/blog/planejamento-anual-e-a-indisciplina-diaria/

PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO: OS 5 PASSOS PARA RESOLVER
http://www.sosprofessor.com.br/blog/problemas-de-comportamento/



 A tática é infalível.Pura Ilusão!
Pais estressados com filhos, casamento, emprego, trânsito, usam esta tática. "De vez em quando é preciso" dizem, " funciona imediatamente". 
Professores estressados com filhos, casamento, emprego, trânsito, projetos escolares, cobranças de desempenho, e uma sala cheia de crianças ou adolescentes usam esta tática. "De vez em quando é preciso" dizem, e funciona".

Pura ilusão!



Referências: Videos

Um professor na educação infantil deve ser um bom "contador de histórias"

Um professor na educação infantil deve ser um bom "caçador de talentos"
 

A Educação Proibida”
- A Educação Proibida Filme completo em HD áudio Português 

Professora Cientista Drª Telma Vinha -
Mediando Conflitos Na Escola 
 
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Série: UNIVESP
Princípios Gerais de Administração Escolar: Administração Escolar

Série: Afetividade na Educação

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Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor 

ESCOLA IDEAL - O PAPEL DO PROFESSOR

O Que A Escola Deveria Aprender Antes De Ensinar?

O QUE A ESCOLA DEVERIA APRENDER ANTES DE ENSINAR? 

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Como Lidar com a Indisciplina? - 'Workshop do Educador'

COMO LIDAR COM A INDISCIPLINA?


A importância do vínculo afetivo entre professor e aluno

A importância do vínculo afetivo entre professor e aluno PROFESSOR E ALUNO

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Referências Adicionais, (não citadas nos textos acima): Livros 


  1. A Indisciplina Escolar Enquanto Desafio Na Formação Do Professor: Uma Realidade Posta Na Sociedade Contemporânea” - Silva, Margarete Virgínia Gonçalves – Utfpr
  2. A indisciplina e a escola atual” - Julio Groppa Aquino
  3. Cuidar Respeitando” - Anna Christina Cardoso
  4. Educação – A Solução Está no Afeto” - Gabriel Chalita
  5. Importância Da Afetividade Na Aprendizagem Dos Alunos” - Alessandra Maria De Oliveira Siqueira - Demuniz Diniz Da Silva Neto - Rutemara Florêncio
  6. A Influência Da Afetividade No Processo De Aprendizagem De Crianças Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental” - Josiane Regina Brust 
     
  7. Indisciplina Escolar E A Relação Professor-Aluno: Uma Análise Sob As Óticas Moral E Institucional” - Zandonato, Zilda Lopes – Unesp
  8. Indisciplina Na Escola: Uma Reflexão Sobre A Dimensão Preventiva“ - Joe Garcia
  9. REGIMENTO Escolar E Projeto Político Pedagógico: Espaços Para A Construção De Uma Escola Pública Democrática“ - Maria Beatriz Gomes E Mariângela Bairros
  10. Adoro odiar meu professor: O aluno entre a ironia e o sarcasmo pedagógico” - Antônio Zuin 
     
  11. RELAÇÕES Interpessoais: A Construção Do Espaço Artesanal No Ambiente Escolar” - Elisandra Mottin Freschi Márcio Freschi
  12. A Afetividade Entre Professor E Aluno No Processo De Aprendizagem Escolar Na Educação Infantil E Séries Iniciais“ - Adriana Silva Vieira E Maristela Diniz Lopes
  13. Afetividade Na Aprendizagem “ - Sandra Regina De Paula E Moacir Alves De Faria 
     
  14. AFETIVIDADE E Aprendizagem “ - Nara Regina Goulart Sarmento 
     
  15. PEDAGOGIA Da Afetividade No Processo De Ensino Aprendizagem“ - Lucíola Ribeiro Nascimento E Rosineia Carvalho Bicario Pratti 
     
  16. A Influência Da Afetividade Na Aprendizagem “ - Agivanda Soares De Andrade 
     
  17. A violência psicológica na relação entre professor e aluno com dificuldades de aprendizagem “ - Rita de Cássia Souza Nascimento Ferraz; Marilena Ristum
  18. Como Criar Meninos E Meninas?” : O Governo Das Condutas Maternas E Paternas Para A Constituição Da Infância” - Débora Francez Sostisso 
  19.  
  20. Criando Meninas” - Gisela Preuschoff (2008)
  21. Criando Meninos” - Steve Biddulph (2006)
  22. Como Criar Meninas Felizes E Confiantes” - Elizabeth Hartley-Brewer (2004)
  23. Como Criar Meninos Felizes E Confiantes” - Elizabeth Hartley-Brewer (2004)

terça-feira, 3 de julho de 2018

EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO PARTE 02


Qual a função do grito?


Vale sempre muito a pena refletir sobre como estamos conduzindo a educação das crianças. O grito tem acontecido com bastante frequência. Parece funcionar, mas ao mesmo tempo, o aprendizado das crianças não acontece e os gritos se repetem cada vez mais.
Funciona mais ou menos assim: as crianças começam a obedecer seus pais/professores somente quando os gritos aparecem, como se tivessem criado um espaço de tempo entre o pedido e o grito. O pensamento acontece desse jeito: "como sei que meus pais/professores ainda não gritaram, entendo que tenho ainda mais tempo para enrolar antes de fazer o que eles pediram". Essa é a reflexão da criança que, muito inteligente, percebe o nosso funcionamento e se adequa a ele.
O grito funciona como um grande susto. A criança sente a pressão, a irritação ou até mesmo a raiva e sai em disparada, assustada para fazer o que lhe foi gritado. No grito não absorve o que foi dito, por isso o pequeno volta a repetir esse mesmo comportamento até que mais um grito acontece. Ou seja, pais/ educadores passam a gritar todos os dias.
Além disso é importante pensarmos em qual mensagem estamos enviando quando gritamos. Existe uma listinha bonita que fala sobre o que aprendemos no jardim de infância e gostaríamos de destacar dois itens que todos os adultos deveriam levar muito a sério: respeite o outro e peça desculpas quando machucar alguém. As crianças têm uma sensibilidade enorme para perceber quando os adultos fazem exatamente o contrário do que dizem e, sendo assim, esses valiosos ensinamentos que estão apenas sendo ditos e não vividos, perdem muito de sua força.
É muito mais fácil para os pais/professores manterem o controle das crianças na base do grito, da opressão e do autoritarismo. Percebam que autoritarismo não é o mesmo que autoridade. Os pais/professores devem, sim, exercer sua autoridade (é preciso, inclusive), mas é essencial que eles tenham em mente que é imoral silenciar a voz da criança. É difícil, mas essencial, exercer a tolerância. Assim como a liberdade da criança precisa de limites para que não se perca na libertinagem, a voz dos pais/professores também necessita de limites éticos para que suas palavras não se tornem agressivas e machuquem as crianças.
Também é importante pensar que comportamentos mais agressivos, como o grito, podem contribuir para que essas crianças apresentem baixa estima, falta de confiança em si mesmas, medo dos adultos e dificuldades em estabelecer relações interpessoais. Podendo ser negada a possibilidade de desenvolver de uma forma saudável as estratégias para enfrentar as dificuldades que a realidade impõe. Já pensou se sempre que não nos sentirmos ouvidos vamos resolver isso através do grito?
Assim, um passo importantíssimo é cuidar de como nos comunicamos. Olhar nos olhos, ir até a criança e falar com o tom de voz baixo e firme, ter clareza e cuidado ao comunicar o que precisa acontecer. Isso facilita o dia a dia de todos os envolvidos nas tarefas necessárias e diminui o estresse.
Referências:
Faria, Daniella “Gritar não faz com que crianças aprendam com os erros”;
Varcelli, Ligia “O professor de educação infantil como promotor do desenvolvimento emocional da criança pequena”;
Psic. Fernanda Bortolotto
http://www.tempodecrescer.net/#!Texto-Qual-a-fun%C3%A7%C3%A3o-do-grito/czcz/54fdd11b0cf27b8ab251c05e

 
Professor, Não Grite Com Seu Aluno


Observo muitos professores, na beira do abismo do stress, tentando fazer com que os alunos os escutem e aprendam aos berros. Fico me perguntando, como acreditam que eles vão aprender algo agindo dessa forma? Sabem eles que isso gera um enorme constrangimento ao aluno? Sempre leio nas redes sociais: “gritos não educam”, também entendo que não ensinam. Então, pra que gritar? Não sou professora, entendo o lado “de saco cheio” que muitos possuem, porém, também entendo que de nada adianta reclamar da turma. A válvula de escape de muitos professores é o grito, mas vamos lá, o que pode causar tanto stress numa turma?
Quando questionados sobre afetividade, muitos professores alegam que são afetuosos com seus alunos, e eu acredito nisso. Mas, por que também não o ser na hora das atividades? Que, diga-se de passagem, é a hora mais importante. Seja do ensino infantil ou do fundamental, ser afetuoso vai além do abraçar quando chega ou se despedir quando vai embora. No ato de ensinar precisa ter uma dose também, e das grandes!
Gritar com uma criança é algo assustador, tanto para quem está do lado dela quanto para a própria criança. Muitas vezes ela não vai entender que o grito é para educá-la, até porque nenhum grito é bem vindo numa relação. Quando a criança é pequena o que pode se desenvolver é um medo ou uma vergonha, dependendo a situação que gerou o grito. Já com as maiores, podemos pensar que se desenvolverá uma raiva, uma irritação pelo constrangimento que foi gerado. São muitos os professores que berram com um determinado aluno na frente de outros, e isso não é uma coisa agradável. Crianças também se sentem constrangidas e isso afeta todo o sistema social delas!
Se queremos desenvolver cidadãos que respeitam e que acreditam no futuro precisamos mudar alguns hábitos nas salas de aula. Sei que pode ser difícil, mas acredito que não é impossível. Se você, professor, acredita que ‘gritos não educam’, acredite que também não ensinam. Pois realmente não ensinam! Desenvolvem-se os medos, as vergonhas, culpas desnecessárias e irritação, que prejudicam, que atrasam e que ficam guardadas como rancores de uma aprendizagem mal sucedida. A atividade, que era para ser algo inovador, se transforma em algo assustador e aí as dificuldades aparecem. Outra coisa que pode aparecer também é a violência, que mais tarde, pode ser uma via de escape do aluno.
Eu sou psicóloga e acredito na capacidade de mudança do ser humano, acredito que ele pode, se ele assim desejar. Acredito que podemos mudar um mundo inteiro, se mudarmos nossas atitudes com a infância. Vemos tantas notícias ruins de alunos que agridem seus professores que fico pensando o quão pior ainda pode ficar. Acredito que se tornarmos a aprendizagem mais afetiva, os alunos confiarão mais e acreditarão que são capazes de aprender.
O que grito faz é totalmente o contrário: bloqueia, diminui a autoestima e a motivação do aluno. Quer gritar? Que sejam gritos de alegria, com muita gargalhada. E não gritos de humilhação e medo.
Psi Stephanie Machado Barbosa
https://stephaniepsi.wordpress.com/tag/gritos/



ENSINAR, APRENDER, APREENDER E PROCESSOS DE ENSINAGEM
Léa da Graças Camargos Anastasiou


Sabe-se que o modelo jesuítico, apresentava em seu manual, Ratio Studiorum - datado de 15991, os três passos básicos de uma aula: preleção do conteúdo pelo professor, levantamento de dúvidas dos alunos e exercícios para fixação, cabendo ao aluno a memorização para a prova. A aula é o espaço onde o professor fala, diz, explica o conteúdo, cabendo ao aluno anotá-lo para depois memoriza-lo (a partir daí surge o aluno 'preguiçoso, sem estímulo).
Toma-se, assim, a simples transmissão da informação como ensino, e o professor fica como fonte de saber, tornando-se o portador e a garantia da verdade.
Assim, se eu expliquei um conteúdo, mas o aluno desse não se apropriou, posso dizer que ensinei, ou apenas cumpri uma parte do processo? Mesmo tendo uma sincera intenção de ensinar, se a meta (a apreensão, a apropriação do conteúdo por parte do aluno) não se efetivou plenamente, como seria necessário, ou esperado, para prosseguir o caminho escolar do aluno, posso dizer que ensinei?
Trabalhando com os conhecimentos estruturados como saber escolar, é fundamental destacar o aspecto do saber referente ao gosto ou sabor, do latim sapere – ter gosto. Na ensinagem, o processo de ensinar e apreender exige um clima de trabalho tal que se possa saborear o conhecimento em questão. O sabor é percebido pelos alunos, quando o docente ensina determinada área que também saboreia, na lida cotidiana profissional e/ou na pesquisa e socializado com seus parceiros na sala de aula. Para isso, o saber inclui um saber quê, um saber como, um saber porque e um saber para quê.3

EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO PARTE 03

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J á na infância, acabamos descobrindo que não existe Papai Noel. Depois descobrimos que Jes...