sexta-feira, 8 de novembro de 2019

COMO TRANSFORMAR SEU FILHO EM UM GÊNIO AUTODIDATA - USANDO O LÚDICO


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Gênios autodidatas são autônomos.
Autônomos são pessoas independentes.

Analisemos como nasce um autodidata, autônomo.
Depois analisemos como fazer de nosso filho um gênio autodidata.

Vantagens de ser autodidata
Segundo o site Belas Artes:

Ser autodidata é, antes de mais nada, ser curioso, sempre questionar o porquê das coisas e tentar descobrir as respostas por conta própria.

Vantagens
– O autodidata não conhece limites e pode dominar um ou mais tópicos;
– O horário flexível permite a melhor distribuição do tempo neste tipo de aprendizagem;
– É possível estudar quando e onde quiser, sem precisar se preocupar com memorizações para provas específicas;
– É possível aprender muito com recursos limitados. Uma boa conexão com a internet é o suficiente para começar.”

Mas a maior vantagem de ser um autodidata é ter capacidade criativa apurada, ideias inovadoras que fluem fácil e resolução de problemas complexos de modo simples.

Ser autodidata não significa que o gênio estará isolado do mundo, porque, como um excelente observador, aprenderá com outros. A diferença é que não precisará que outros ensinem diretamente. Na verdade terá dificuldade quando alguém como um professor ficar explicando coisas prontas e já resolvidas.
O autodidata tem a capacidade de ter o conhecimento resumido de maneira simples em sua mente porque analisou e assimilou o complexo, aprendeu os meandros do conhecimentos, os detalhes mais profundos, comparou-os, criticou-os, e agora sintetizou-os.

O que é um gênio
Os gênios da história da humanidade sempre foram agitados, pensavam diferente da média, se arriscavam com ideias inovadoras não medíocres. Erravam muitas vezes mas persistiam em pensar diferente porque anteviam suas ideias se transformarem em realidade. Eram rebeldes do ponto de vista dos medianos porque pensavam e faziam coisas fora do padrão estabelecidos pela maioria. Muitos deles foram considerados como inaptos na escola, autistas, com dislexia e acalculia.

Por estas mesmas razões, eles persistiam em aprender por si mesmos, autodidatas, em arriscar em busca de conhecimentos além de seus tempos. Não tinham vergonha de ser diferentes ou de desagradar outros. Deixavam que a criatividade guiasse suas ideias, e permitiam que lampejos de inspiração se transformassem em realidade sem se preocupar com limites preconceitos sociais. Romperam correntes de concepções retrógradas.



Nossos filhos não precisam chegar a tanto. Mas o mínimo que devemos fazer por eles é treiná-los para serem adultos autônomos, críticos, sabendo se defender, sendo criativos em seus empregos, sendo protagonistas de suas vidas, não apenas seguidores de outros, de padrões ou de conceitos da maioria.

Leia: VOCÊ É GÊNIO OU SÓ IMITA OUTROS

Como nasce um autodidata
A maioria das pessoas diz que gostaria de ser autodidata, ser um gênio, mas não nasceu com esta dádiva.

Então como se faz para transformar seu filho num autodidata, gênio?

Nas verdade, praticamente todas as crianças nascem gênios autodidatas.

Sim, já nascem assim!!

Nós pais, e depois a escola, tiramos isto deles.

Uma criança em geral, por volta de um ano, consegue aprender as coisas mais complexas da vida sem que ninguém as ensine, sem fazer curso ou faculdade.

Quantos anos um pessoa passará fazendo um curso para aprender um novo idioma?

A criança aprende só por observar e ouvir, e brincando, em pouco tempo fala um novo idioma sem ter nenhuma experiência anterior como temos nós quando fazemos um curso deste tipo. Imagine, na Rússia tem milhares de crianças com pouco mais de um ano que já falam russo!
A criança aprende a andar, uma das coisas mais difíceis de se fazer na face da terra. Quem perdeu esta faculdade por alguma razão como doença ou acidente e depois teve que reaprender a andar sabe o quão difícil é isto. Mas a criança, com o corpinho ainda em desenvolvimento, só de observar outros, aprende em pouco tempo.

Até os seis anos de idade a criança aprende um infinidade de coisas complicadíssimas, a maioria só por observação e por tentativa e erro.
Praticamente tudo que ela aprende ela faz brincando. Quando se exige que aprenda de maneira séria, adulta, ela tem dificuldades para aprender. Mas tudo ela aprende brincando e com muita facilidade. 
A repetição do aprendizado, dos erros, da observação, tornam a criança uma expert em assimilação de novos desafios e uma fonte de criatividade sem igual. Coisa de detetive e cientista de primeira categoria. E faz brincando! 
Deixe a criança brincar! Deixe a criança falar, escute o que ela tem a dizer! Olhe nos olhos delas com olhos afetivos, não com cara feia e brava. Raciocine com elas e deixem pensar. Mas não deixe a criança num cantinho do pensamento, pois precisam que alguém esperto ajude a raciocinar com ela.



Como se destrói um autodidata
Encare-os como uma floresta que cresce por si própria, para a direção que quer, com equilíbrio, leveza e beleza. Seus rios acham seu caminho assim como seus pequenos animais e plantas trepadeiras. Não se agridem, mas convivem. Às vezes se agridem, mas no final o resultado é uma nova harmonia. Agora pense quando o homem faz pequenas interferências, ele destrói o equilíbrio, às vezes "mata" a mata. Quando o homem se retira, ela viceja novamente.

Quando nós, pais, começamos a facilitar o aprendizado da criança, passamos a interferir desastrosamente nesta dádiva e a criança começa a deixar de ser independente para aprender, deixa de ser autônoma.
Nós passamos a dizer tudo o que a criança deve aprender, o que brincar, com o que brincar, em que hora fazer.
Observe e faça o teste. Quando alguém pergunta o nome da criança, ela olha para a mamãe esperando e a mãe já interfere dizendo -”fala teu nome meu filho!”
Se há um início de conflito e atrito entre duas crianças o adulto corre e resolve prontamente. A criança passa a procurar o adulto para resolver tudo para ela e a fofocar que o irmãozinho fez algo 'errado'.
Os pais facilitam todo o aprendizado, não dão mais a oportunidade para as crianças pensarem, raciocinarem, experimentarem e errarem muitas vezes. Correm e não a deixam cair, se adiantam e respondem em lugar da criança ou dão a resposta às perguntas para que as crianças repitam.


Se há perigo de se machucarem, os pais correm e impedem a criança de avançar impondo regras sem deixar a criança entender a razão das mesmas.
As regras são impostas com ameaça de que “papai não gosta, mamãe não quer” que façam assim, como se fossem perder o amor se desobedecerem. Essa mania do adulto controlar tudo que a criança faz, fala e pensa!
O gênio vai indo embora vagarosamente.



A escola destrói toda a criatividade
A escola acaba de vez com a genialidade.
Quando entra na escola, este “procedimento fabril” se acentua muitíssimo. (Michael Focault – Vigiar para punir, o nascimento das prisões [escolares])
As regras já estão prontas para serem obedecidas, a maioria são regras sem um princípio racional, sem um porquê de sua existência. Por exemplo, fazer fila do menor para o maior como soldadinhos.
Muitas regras o professor inventa na hora.
O professor entra na sala e as primeiras regras são “obedeça o professor”, “fique sentadinha quietinha em sua carteira”. E daí seguem inúmeras outras. As crianças não participam da criação das regras, nem sabem o porquê de sua existência, mas são alertadas que devem obedecê-las.

Os professores preparam suas aulas e trazem prontas à sala de aula. Isto significa que a criança não mais aprenderá por observação, por tentativa e erro, e experimentação. O conhecimento já chega pronto. Basta que repitam com o professor e mais tarde repitam exata e fielmente na prova, se possível com as mesmas palavras. E assim será para os próximos vinte anos de escola.

Mesmo crianças maiores, quando o professor solicita que façam pesquisa, ele quer dizer, busquem na internet, leiam um livro onde o conhecimento está pronto, portanto, raramente será por experimentação, por tentativas e erros ou por raciocinarem por si mesmos.

Quando se apresenta à criança problemas para resolverem, os mesmos não são da realidade da vida delas e a solução já vem pronta, basta “aprenderem” a desmontar uma formula, uma equação ou coisa parecida.
Assim como os pais que obrigam a criança a usar uma roupa que ela nem gosta, a escola veste a criança com uniformes e conhecimentos engessados, que chegam prontos e devem ser apenas repetidos pela criança para provar que decoraram do jeitinho que o professor passou.

Nos primeiros anos da escola, os professores supostamente ensinam de maneira lúdica, ou seja, inserem suas aulas lições dentro de brincadeiras para que o aluninho “aprenda brincando”. Mas isto é duvidoso como consideraremos mais adiante.

E ainda há de se considerar o que acontece quando a criança por diversas razões não responde às expectativas em regime militar da escola: sermões, broncas, castigos, chamar os pais, etc.



E para que servem estes? Para obrigar a criança a não ser uma autodidata, um gênio autônomo, que não pense, não raciocine, não seja agitado, não faça nada diferente do que o professor exige, não incomode a aula, não esqueça de regras mortais como vir sem uniforme¹, esquecer material, e outras subjetivas e sem importância na vida de um gênio.

Ninguém aprende quando outra pessoa, mesmo o mais hábil dos mestres, traz o conhecimento pronto.
Quando alguém faz uma pergunta ao guru oriental, o mais sábio deles, este jamais dá a resposta pronta, mas devolve uma pergunta ou alguma frase para que o inquiridor saia dali e passe os anos seguintes tentando encontrar a resposta por si mesmo. O inquiridor vai entender mais tarde que, se fosse autodidata, nem precisava ir até um lugar distante procurar um sábio para perguntar algo da própria vida dele, mas o mesmo faz isto porque a vida toda alguém o convenceu que os outros dão respostas e ele obedece, o que é um erro muito grande.

¹ vir sem uniforme, esquecer material é coisa de autodidata? Certamente não, mas se acontecer com a criança criativa, num ambiente afetivo, ela se sairá bem mesmo sem uniforme ou material. Na verdade os gênios inventam materiais desde o nascimento até entrarem na escola, daí para frente é que a coisa muda.



Ninguém aprende facilmente sob pressão

Por meio da Teoria da Psicogênese fica evidenciado que a afetividade age sobre o aluno de forma positiva ou negativa, sendo necessário que o educador saiba lidar com todo esse processo, pois a afetividade pode favorecer a aprendizagem no ambiente escolar, promovendo um local propício para o desenvolvimento integral. A grande importância de Wallon para a educação se dá as grandes pistas que sua teoria traz para educadores, para que possam compreender a fase de desenvolvimento que a criança se encontra e dessa maneira saber que não se trata apenas de episódios de indisciplinas por parte dos alunos. Através de suas contribuições sobre a emoção, fica claro a importância de um ambiente livre de pressão e de situações que causem medo na criança e assim ela use o seu tempo para aprender e não para superar as emoções, toda a pratica docente vinculada com sua teoria trará grandes benefícios ao docente.” ( A concepção de educação em Wallon- Esthephane, Knopf, 2018)


Ainda que haja quem “trabalhe melhor sob pressão”, isto não funciona com o ensinar e o aprender.

Professores de cursos que preparam alunos para o ENEM estão se tornando excelentes professores, os mais hábeis da atualidade. Porque usam a ludicidade para ensinar adultos.
Seus segredinhos:
  • Constroem um ambiente alegre, festivo e seguro; ambiente onde reina a alegria e o respeito ao cliente.
  • Usam a arte como ferramenta. Mudam as letras de músicas modernas, (não musicas do tempo de professores dinossauros). Cantam com alunos, tocam violão, saxofone, bateria, etc. Usam gráficos, imagens, desenham nas lousas com linhas fáceis e dinâmicas.
  • Brincam com palavras. Juntam iniciais do que se deve memorizar, apresentam frases que resumem conteúdos.
  • Preparam as aulas mas estão sempre preparados para o improviso, aliás, usam o improviso em cima do formal na maior parte do tempo.
  • Dicas fáceis e eficazes. Trabalham com o simples. Em vez de ficar desmontando formulas, explicando o difícil, complicando, usam atalhos para se chegar às mesmas conclusões e resultados.


Como e onde entra a ludicidade
A ludicidade, quer dizer, as brincadeiras quando usadas para ensinar e aprender, tornam o apreender mais prazeroso. Mas não é só isto.

Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz-de-conta, são reelaboradas.”

Elas fingem que são adultas, que estão num mundo real misturado com fantasia, resolvendo os problemas de adultos.

A brincadeira transforma o aprendizado.
Primeiro porque quando se brinca, se libera a criatividade, a busca de soluções, o raciocínio, a genialidade.
Nosso cérebro “brilha” quando brincamos. Se há um grupo triste num canto e um grupo alegre noutro canto, a quem se juntará os que passam? Em pouco tempo o grupo alegre aumentará seu tamanho. Por que milhares de pessoas pagam para ouvir um standup, uma pessoas contando piadas por horas?
Quando que nosso cérebro libera o “quarteto da felicidade: endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina? Quando brincamos! Quando dançamos, cantamos, trabalhamos em equipe. Quando tomamos sol, quando nos exercitamos. Quando abraçamos e damos presentes a quem gostamos.



O Gênio autodidata  
Negrine (1994, p.19) afirma que:
. . .as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança”.

O QUE OS ESPECIALISTAS DIZEM - BENEFÍCIOS DA LUDICIDADE

Fantacholi ([s/d], p. 5), explica que por meio da ludicidade a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados e compartilhando sua alegria de brincar.”

Através da atividade lúdica, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.7).

Por aqui se nota que os pais e a escola podem agir diferente, usando o lúdico, as brincadeiras, para incentivar a autonomia, a criatividade e a genialidade que já existem na criança.

Alegria
Segundo Dantas, esta teoria é marcada pela dialética Walloniana, que afirma-se simultaneamente um estado atual e uma tendência futura: as atividades surgem liberadas, livres, exercendo-se pelo simples prazer que encontram em fazê-lo.(O Brincar e suas teorias, 2002, p.113).”

Saúde Mental
Tanto os jogos como as brincadeiras ensinam regras, despertam a atenção, desenvolvem as características pessoais, sociais e culturais da criança e também colaboram para a saúde mental facilitando a socialização, comunicação e expressão das crianças.”

Segundo Santos (2002, p. 12) o lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento.”



Libera a criatividade
O lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação. Por meio dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma menos rígida, mais tranquila e prazerosa, possibilitando o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento. Cabe assim, uma estimulação por parte do adulto/professor para a criação de ambiente que favoreça a propagação do desenvolvimento infantil, por intermédio da ludicidade (RIBEIRO 2013, p.1).”

A atividade lúdica funciona como um elo entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, na educação infantil por isto a partir do brincar, a criança desenvolve à aprendizagem, através do desenvolvimento social, cultural e pessoal, contribuindo para uma vida saudável tanto física como mental.”

Uso de jogos
Os jogos ensinam os conteúdos através de regras, pois possibilita a exploração do ambiente a sua volta, os jogos proporcionam aprendizagem maneira prazerosa e significativa assim agrega conhecimentos.”

Segundo Carvalho (1992, p.14), os jogos na vida da criança são de fundamental importância, pois quando brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade.”


MAS PRECISA FAZER DIREITO - O PAPEL DO PROFESSOR – OS PERIGOS

Então a coisa é simples – deixe as crianças brincar!

Não é tão simples assim.

Quando um professor prepara uma aula e espera que as crianças se esforcem em aprender, ele impõe uma obrigação à criança para que aprenda. Na verdade não existe esta obrigação, por isto que as aulas são dadas de maneira lúdica.

O professor deverá entender que uma criança poderá aprender brincando, mas ele não deveria exigir que a criança aprenda por uma brincadeira idealizada por ele. Se uma escola entende que a criança não está ali para brincar mas para aprender, ela se confronta com a ideia do que seja aprender de maneira lúdica. Se a criança tem que se esforçar em aprender, mesmo de maneira lúdica, o fim que se deseja atingir está invertido. É por meio do prazer de brincar que a criança inevitavelmente aprende, então não precisa de pressão para o aprendizado.

É brincando que a criança aprende. Se o professor inserir em seus conteúdos brincadeiras prazerosas para a criança, ela não precisará se esforçar. E ela não precisa aprender exatamente o que o professor quer, do jeito que ele quer, tampouco exatamente a mesma coisa que a criança ao lado pois cada uma tem suas características natas.

Muitas escolas trocaram o lúdico, a brincadeira que resulta num aprendizado, por uma aula obrigatória, totalmente controlada, travada, idealizada pela professor com cara feia que propõe uma brincadeira do tempo dos dinossauros. Por que as crianças precisam pintar um desenho do Chico Bento se podem fazer a mesmíssima coisa com a Lol, com a Frozen ou com Unicórnio (My litle poney)? E se perguntasse às crianças antes para que elas escolhessem as brincadeiras, as ferramentas e o professor entrassem com o conhecimento?



De acordo com Vigotsky (1984, p.97):
. . .a brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.”

Vigotsky dá ao professor uma dica muito importante: Não interfira no "desenvolvimento real", deixe a criança pensar, raciocinar, "resolver o problema" por ela mesma. Foque no "desenvolvimento potencial", tudo aquilo que a criança é capaz de fazer mas que ainda não fez. Mas não guie pela mão, não dê a dica, não solucione, apenas apresente um alvo e então "colabore", deixe que a criança use seu potencial para calibrar as forças, a direção, o momento certo para disparar a flecha.

O lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança que merece atenção por parte de todos os educadores. Cada criança é um ser único com anseios, experiências e dificuldades diferentes. Portanto, nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma eficácia. Para poder garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem o professor deve utilizar-se dos mais variados mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, experimentar, inventar, e relacionar conteúdos e conceitos. O professor deve-se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem impor a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. O espaço para a realização das atividades deve ser um ambiente agradável em que as crianças possam se sentir descontraídas e confiantes (ALMEIDA 2014 p. 3).”


Significa tudo isto que as crianças devem ficar soltas, sem supervisão, ou que os adultos façam todas as vontades delas?


Sem cobranças, sem pressão, sem provas

De acordo com Neves (apud FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.6) o lúdico é de suma importância, pois apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil a finalidade é essencialmente pedagógica.”

O lúdico é uma metodologia pedagógica que ensina brincando e não tem cobranças, tornando a aprendizagem significativa e de qualidade. Tanto os jogos como as brincadeiras proporcionam na educação infantil desenvolvimento físico mental e intelectual.”


Através do lúdico o aluno é despertado para o desejo do saber, ou seja, do aprender desenvolvendo sua personalidade, pois cria conceitos e relações lógicas de socialização o que é de suma importância para seu desenvolvimento pessoal e social.

Kishimoto (1996 p.24) esclarece que por meio do lúdico o aluno desperta o desejo do saber, a vontade de participar e a alegria da conquista.”



Conforme CORBALÁN, apud ALSINA,
Ensinar e aprender matemática pode e deve ser uma experiência com bom êxito do sentido de algo que traz felicidade aos alunos. Curiosamente quase nunca se cita a felicidade dentro dos objetivos a serem alcançados no processo ensino-aprendizagem, é evidente que só poderemos falar de um trabalho docente bem feito quando todos alcançarmos um grau de felicidade satisfatório. (CORBALÁN, apud ALSINA, 1994, p. 14).

Essa satisfação deve ser de ambas as partes, não terão aprendizado se somente o professor demonstrar interesse, o professor deverá buscar estratégias que chame a atenção do estudante para que ele sinta-se atraído pelo que está sendo visto, e que encontre significado naquilo que está sendo repassado pelo educador.”


Sobre isto, Kishimoto afirma que Froebel, , sustenta que a repreensão e a ausência de liberdade à criança impedem a ação estimuladora da atividade espontânea, considerada elemento essencial no desenvolvimento físico, intelectual e moral. (O Brincar e suas teorias, p.60)

E, por fim, as Teorias Psicológicas contemplam a concepção de que toda a atividade é lúdica desde que ela exerça por si mesma (pela criança), sem que seja pressionada por outro individuo."

"Pela reiteração do termo brincar quero sublinhar o caráter caprichoso e gratuito destas atividades, em que o adulto propõe mas não impõe, convida mas não obriga, mantém a liberdade através da oferta de possibilidades alternativas. (O Brincar e suas teorias, p. 117)”



A ESCOLA

Para melhor compreensão é interessante o que Pinto (2003, p.65) nos diz:
O espaço lúdico não precisa ficar restrito a quatro paredes, ao contrario, deve fluir por todo o ambiente, dentro e fora das classes. Um dos objetivos desse espaço é favorecer o encontro de crianças, para brincar, jogar, fazer amigos, propiciar a convivência alegre e descontraída dos frequentadores.”

É por isto que BNCC (Base Nacional Comum Curricular) no Brasil fala de  "competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade."
Felizmente existem muitas escolas que deixam as crianças brilharem; auxiliam o gênio criativo dentro das crianças de maneira correta. Para o resto da vida, estas crianças mantém a genialidade, são bençãos para a humanidade. 

Quer ver isto na prática?

O vídeo “A Escola do Futuro” mostra dezenas destas escolas (veja referências mais abaixo). As escolas da Pedagogia Waldorf também.


Mas o que fazer exatamente
Nesta matéria vimos muito do que não fazer. 
Os estudos da UNICAMP, pelo grupo de pesquisa da educadora Telma Vinha mostram o que fazer e como fazer, tanto para pais como para escola.

Veja alguns exemplos conforme "O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista":

 "... na sala de aula, uma carteira está atrás da outra e as crianças não podem se comunicar, conversar. Cada um tem que ter o seu próprio material, não pode emprestar para o amigo. A professora é quem diz o que fazer, quando fazer, como começar, quando começar, a
que horas terminar
. Ela é quem determina, inclusive, a ida ao banheiro. É a própria  professora que diz para as crianças quando está certo e quando está errado."

"Como é que queremos formar pessoas cooperativas, se um não pode ajudar o outro, porque isso é visto como ‘cola’, como uma coisa negativa? Quando escrevem, eles colocam o braço sobre o trabalho para o outro não ver. Como é que eu posso formar pessoas solidárias, se cada um tem que ter o seu, se eu não posso compartilhar os meus materiais, se eu não posso compartilhar minhas atividades com o meu colega? Como é que eu quero
formar pessoas que saibam decidir, se o professor decide
até a hora das crianças irem ao banheiro, decide que atividade vai ser dada, como vai ser feita? Como é que eu quero crianças que saibam viver em uma democracia, conviver com os iguais, se eles não podem conversar?"

 Após isto ela descreve várias situações corriqueiras, várias práticas educativas equivocadas, por exemplo:
O adulto lê para a criança a história do Pinóquio e a moral da história é que o nariz cresce se mentir. Chega até a dizer que está vendo seu narizinho crescendo. 

É muito comum as regras serem associadas ao medo da criança ser punida, ao medo dela ser castigada por Deus, ou por um anjinho que está vendo tudo. Ou ainda a uma recompensa. Se ela for boazinha, vai ganhar um sorvete. Na realidade, se a criança só deixa de mentir porque tem medo de nariz crescer, ou deixa de mentir porque a mamãe não gosta que mente, ou porque a mamãe acha feio, ela cresce com medo de descobrirem. 

O que fazia essa criança legitimar a norma de falar a verdade eram coisas que, provavelmente, quando ela crescer já não vai acreditar mais. Haverá situações em que ela vai mentir e ninguém vai descobrir, o nariz não vai crescer.

Ela vai experimentar situações em que a opinião da mãe dela não pesa tanto quanto a dos amigos.
Por isso é importante associar uma regra a um bem estar e às consequências do não cumprimento dessa regra. Tem de haver sentido na existência da regra, para um bom convívio social.

 . . .ser disciplinado não significa ser treinado a obedecer, mas sim compreender as razões de se comportar de um modo ou de outro, de acordo com a situação, independentemente da presença de uma autoridade”.

Ela fala do exemplo dos adultos também: 
"Para a criança aprender o respeito, tem que viver em um ambiente de respeito. Para aprender a falar baixo, é preciso que se fale baixo com ela. Se as crianças utilizam uniforme, os professores têm de usar também. Se o professor quer que as crianças, por exemplo, respeitem uma fila, tem que respeitar também e, na hora da merenda, entrar na fila, e se quer que eles falem a verdade, tem que ser sincero.
O modelo tem que ser exemplar e isso é fundamental. A criança não vai seguir as mensagens passadas verbalmente, oralmente. Ela vai seguir o comportamento. Por isso a postura tem que ser muito exemplar."

E nas negociações com a criança:
"jamais devemos utilizar com a criança a retirada do amor como sanção. Por exemplo, falar assim: “eu não gosto mais de você, você é feio. A mamãe está triste, não quer mais falar com você.” Não se usa a retirada de amor porque a criança só se atreve, só se arrisca, em relações frágeis.
"Se você espera o pior dele, você envia mensagens que é isso que você espera. Quando você olha e diz assim: “só podia ser você, estava demorando”, ou mesmo: “quantas vezes eu vou ter que te falar a mesma coisa. Será que você nunca vai aprender”, você passa mensagens como se esperasse isso dele. É natural que essa criança não modifique o comportamento, porque ele já decaiu aos seus olhos, então, por que mudar?" 

Tem alguns segredinhos na escolha das palavras quando acontece um incidente:
"Não adianta desenterrar o passado ou antecipar o futuro. O incidente tem que ser lidado no momento específico. Por exemplo, aconteceu numa escola a criança subir na mesa da merenda. A professora disse: “Felipe, para que servem as mesas?! Quantas vezes eu vou ter que falar com você? Felipe, como é que vai ser?”
De repente, ela trabalhou a linguagem e resolveu mudar. Mas é preciso usar uma linguagem descritiva e só se descreve o que se está vendo (e não julga o errante). Aí ela falou: “Felipe, as mesas não foram feitas para as pessoas subirem nelas, desça.” Em nenhum momento ela agrediu o Felipe, porque em nenhum momento admite-se qualquer ataque à dignidade de uma criança. É terminantemente proibido qualquer tipo de humilhação à criança. Ela conseguiu 
passar autoridade e o Felipe desceu."

Então o incentivo é que os pais e professores leiam sobre as pesquisas destes cientistas educadores da UNICAMP, pois existem muitas situações diversas, e na maioria das vezes a diferença entre a eficácia e o desastre ao tratar a criança pode não ser tão visível. E se não nos preocupávamos antes com isto, uma leitura de textos de quem realmente entende, e que tem experimentado com dezenas de crianças na prática, com estudos sistemáticos e registros, então é hora de fazermos a coisa de maneira correta e bem sucedida.

As citações anteriores foram tiradas da matéria "O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista" que tem 1138 páginas, mas pode-se encontrar uma versão resumida de 24 páginas.

Você vai encontrar neste link: 


No final deste artigo tem os nomes de referências usadas no texto. Depois, tem vários artigos curtos de até 30 páginas onde há tudo o que se pode fazer para ser bem sucedido como pais e professores para fazer de crianças pessoas autônomas, gênios da criatividade. 

 Se for pai ou mãe, leia os artigos mesmo que o tema seja para professores como "O Papel do Professor no Desenvolvimento da Moralidade Infantil".

Como definir regras racionais em casa e na escola e como fazer com que a criança siga as mesmas voluntariamente. 
Como desenvolver o engajamento moral na criança. 
Como repreender corretamente e que palavras usar. 
Como obter a atenção da criança agitada. 
Como tornar a aula muito mais calma e producente. 
Como extrair da criança todo o potencial criativo. 
Como substituir o cantinho do pensamento por algo mais adequado para a criança. 
Como fazer negociações bem sucedidas com a criança.
O que são "sanções de reciprocidade" quando a criança quebra alguma coisa ou age contra as regras racionais. 
O que linguagem descritiva para ensinar a criança. 
Como se cria um ambiente em que se inibe a indisciplina e se incentiva a criatividade e respeito. 
Como fazer tudo isto citado acima e ao mesmo tempo dar liberdade à criança para continuar seu desenvolvimento criativo.   





Todos os destaques em negritos nas citações foram feitos por Telma Vinha, educadora da UNICAMP.


Referências

Ken Robinson diz que as escolas acabam com a criatividade – Legendado – YouTube - https://youtu.be/M2pRR_w-5Uk

Construindo a autonomia moral na escola: os conflitos Interpessoais e a aprendizagem dos valores – Vinha, Tognetta - 2009

Os hormônios da felicidade: como desencadear efeitos da endorfina, oxitocina, dopamina e serotonina - https://g1.globo.com/bemestar/noticia/os-hormonios-da-felicidade-como-desencadear-efeitos-da-endorfina-oxitocina-dopamina-e-oxitocina.ghtml

A importância do lúdico na educação infantil Benedita da Conceição Mendes Silva e Lilian de Jesus Marques Santos - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-ludico-na-educacao-infantil.htm

A importância do lúdico para educação infantil: uma análise a partir do instituto desembargador severino montenegro. Elisângela Justino / Graduanda- UEPB Larissa Emily de Oliveira / Graduanda- UEPB

O Lúdico como ferramenta no ensino da Matemática - Luciana Verêda da Silva, Clenilson Panta Angelim - https://www.somatematica.com.br/artigos/a65/

A importância das atividades lúdicas na educação infantil - Arlete Luiza de Souza – 2015 - https://www.pedagogia.com.br/artigos/a_importancia_das__atividades_ludicas/index.php

Eduque com educação - o que todo gestor e professor deveria saber https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2017/08/eduque-com-educacao.html





Matérias sobre como aplicar na prática a transformação de seu filho em um apessoa autônoma, em gênio criativo, independente e bem sucedido:

1 - O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista resumo - Telma Vinha

2 - A linguagem do educador e a autonomia moral (excelente) - Mariana Guimarães Wrege, Beatriz Gracioli Andrade, Gabriela Caldeira Aranha, Nicole Stephania Strohmayer Lourencetti

3 - Construindo a autonomia moral na escola: os conflitos interpessoais e a aprendizagem dos valores (excelente) - Telma Vinha

4 - Considerações sobre as regras existentes nas classes democráticas e autocráticas - Telma Vinha

5 - O clima escolar e a convivência respeitosa nas instituições educativas - Telma Pileggi Vinha

6 - O papel do professor no desenvolvimento da moralidade Infantil pelas práticas educativas da educação infantil - Alair Daiane de Moura Silva, Karoline Rezende Thomaz Da Silva

7 - A importância da afetividade na aprendizagem dos alunos - Alessandra maria de oliveira siqueira, Demuniz Diniz da Silva Neto e Rutemara Florêncio
  
8 - Brincadeira e desenvolvimento infantil: um olhar sociocultural Construtivista -
Norma Lucia Neris de Queiroz, Diva Albuquerque Maciel e Angela Uchôa Branco

9 - As Relações entre Afetividade e Inteligência no Desenvolvimento Psicológico - Maria Thereza Costa Coelho de Souza

10 - O professor e seu discurso: onde está o sentido?- Educere e Educare - Vol. 9 Número especial jul./dez. 2014 Eliane Cabral Beck



Por que as escolas fracassam - a velha vs a nova escola https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2019/09/por-que-as-escolas-fracassam-velha-vs.html




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