Gênios
autodidatas são autônomos.
Autônomos
são pessoas independentes.
Analisemos
como nasce um autodidata, autônomo.
Depois
analisemos como fazer de nosso filho um gênio autodidata.
Vantagens
de ser autodidata
Segundo
o site Belas Artes:
“Ser
autodidata é, antes de mais nada, ser curioso, sempre questionar o
porquê das coisas e tentar descobrir as respostas por conta própria.
Vantagens
– O
autodidata não conhece limites e pode dominar um ou mais tópicos;
– O
horário flexível permite a melhor distribuição do tempo neste
tipo de aprendizagem;
– É
possível estudar quando e onde quiser, sem precisar se preocupar com
memorizações para provas específicas;
– É
possível aprender muito com recursos limitados. Uma boa conexão com
a internet é o suficiente para começar.”
Mas
a maior vantagem de ser um autodidata é ter capacidade criativa
apurada, ideias inovadoras que fluem fácil e resolução de
problemas complexos de modo simples.
Ser
autodidata não significa que o gênio estará isolado do mundo,
porque, como um excelente observador, aprenderá com outros. A
diferença é que não precisará que outros ensinem diretamente. Na
verdade terá dificuldade quando alguém como um professor ficar explicando coisas prontas e já resolvidas.
O
autodidata tem a capacidade de ter o conhecimento resumido de
maneira simples em sua mente porque analisou e assimilou o complexo,
aprendeu os meandros do conhecimentos, os detalhes mais profundos,
comparou-os, criticou-os, e agora sintetizou-os.
O
que é um gênio
Os
gênios da história da humanidade sempre foram agitados, pensavam
diferente da média, se arriscavam com ideias inovadoras não
medíocres. Erravam muitas vezes mas persistiam em pensar diferente
porque anteviam suas ideias se transformarem em realidade. Eram
rebeldes do ponto de vista dos medianos porque pensavam e faziam
coisas fora do padrão estabelecidos pela maioria. Muitos deles foram
considerados como inaptos na escola, autistas, com dislexia e
acalculia.
Por
estas mesmas razões, eles persistiam em aprender por si mesmos,
autodidatas, em arriscar em busca de conhecimentos além de seus
tempos. Não tinham vergonha de ser diferentes ou de desagradar
outros. Deixavam que a criatividade guiasse suas ideias, e permitiam
que lampejos de inspiração se transformassem em realidade sem se
preocupar com limites preconceitos sociais. Romperam correntes de
concepções retrógradas.
Nossos
filhos não precisam chegar a tanto. Mas o mínimo que devemos fazer
por eles é treiná-los para serem adultos autônomos, críticos,
sabendo se defender, sendo criativos em seus empregos, sendo
protagonistas de suas vidas, não apenas seguidores de outros, de
padrões ou de conceitos da maioria.
Leia: VOCÊ É GÊNIO OU SÓ IMITA OUTROS
Leia: VOCÊ É GÊNIO OU SÓ IMITA OUTROS
Como
nasce um autodidata
A
maioria das pessoas diz que gostaria de ser autodidata, ser um gênio,
mas não nasceu com esta dádiva.
Então
como se faz para transformar seu filho num autodidata, gênio?
Nas
verdade, praticamente todas as crianças nascem gênios autodidatas.
Sim,
já nascem assim!!
Nós
pais, e depois a escola, tiramos isto deles.
Uma
criança em geral, por volta de um ano, consegue aprender as coisas
mais complexas da vida sem que ninguém as ensine, sem fazer curso ou
faculdade.
Quantos
anos um pessoa passará fazendo um curso para aprender um novo
idioma?
A
criança aprende só por observar e ouvir, e brincando, em pouco
tempo fala um novo idioma sem ter nenhuma experiência anterior como
temos nós quando fazemos um curso deste tipo. Imagine, na Rússia tem milhares de crianças com pouco mais de um ano que já falam russo!
A
criança aprende a andar, uma das coisas mais difíceis de se fazer
na face da terra. Quem perdeu esta faculdade por alguma razão como
doença ou acidente e depois teve que reaprender a andar sabe o quão
difícil é isto. Mas a criança, com o corpinho ainda em
desenvolvimento, só de observar outros, aprende em pouco tempo.
Até
os seis anos de idade a criança aprende um infinidade de coisas
complicadíssimas, a maioria só por observação e por tentativa e
erro.
Praticamente
tudo que ela aprende ela faz brincando. Quando se exige que aprenda
de maneira séria, adulta, ela tem dificuldades para aprender. Mas
tudo ela aprende brincando e com muita facilidade.
A repetição do aprendizado, dos erros, da observação, tornam a criança uma expert em assimilação de novos desafios e uma fonte de criatividade sem igual. Coisa de detetive e cientista de primeira categoria. E faz brincando!
Deixe a criança brincar! Deixe a criança falar, escute o que ela tem a dizer! Olhe nos olhos delas com olhos afetivos, não com cara feia e brava. Raciocine com elas e deixem pensar. Mas não deixe a criança num cantinho do pensamento, pois precisam que alguém esperto ajude a raciocinar com ela.
A repetição do aprendizado, dos erros, da observação, tornam a criança uma expert em assimilação de novos desafios e uma fonte de criatividade sem igual. Coisa de detetive e cientista de primeira categoria. E faz brincando!
Deixe a criança brincar! Deixe a criança falar, escute o que ela tem a dizer! Olhe nos olhos delas com olhos afetivos, não com cara feia e brava. Raciocine com elas e deixem pensar. Mas não deixe a criança num cantinho do pensamento, pois precisam que alguém esperto ajude a raciocinar com ela.
Como
se destrói um autodidata
Encare-os
como uma floresta que cresce por si própria, para a direção que
quer, com equilíbrio, leveza e beleza. Seus rios acham seu caminho
assim como seus pequenos animais e plantas trepadeiras. Não se
agridem, mas convivem. Às vezes se agridem, mas no final o resultado
é uma nova harmonia. Agora pense quando o homem faz pequenas
interferências, ele destrói o equilíbrio, às vezes "mata"
a mata. Quando o homem se retira, ela viceja novamente.
Quando
nós, pais, começamos a facilitar o aprendizado da criança,
passamos a interferir desastrosamente nesta dádiva e a criança
começa a deixar de ser independente para aprender, deixa de ser
autônoma.
Nós
passamos a dizer tudo o que a criança deve aprender, o que brincar,
com o que brincar, em que hora fazer.
Observe
e faça o teste. Quando alguém pergunta o nome da criança, ela olha
para a mamãe esperando e a mãe já interfere dizendo -”fala teu
nome meu filho!”
Se
há um início de conflito e atrito entre duas crianças o adulto
corre e resolve prontamente. A criança passa a procurar o adulto
para resolver tudo para ela e a fofocar que o irmãozinho fez algo
'errado'.
Os
pais facilitam todo o aprendizado, não dão mais a oportunidade para
as crianças pensarem, raciocinarem, experimentarem e errarem muitas
vezes. Correm e não a deixam cair, se adiantam e respondem em lugar
da criança ou dão a resposta às perguntas para que as crianças
repitam.
Se
há perigo de se machucarem, os pais correm e impedem a criança de
avançar impondo regras sem deixar a criança entender a razão das
mesmas.
As
regras são impostas com ameaça de que “papai não gosta, mamãe
não quer” que façam assim, como se fossem perder o amor se
desobedecerem. Essa mania do adulto controlar tudo que a criança
faz, fala e pensa!
O
gênio vai indo embora vagarosamente.
A
escola destrói toda a criatividade
A
escola acaba de vez com a genialidade.
Quando
entra na escola, este “procedimento fabril” se acentua
muitíssimo. (Michael Focault – Vigiar para punir, o nascimento das
prisões [escolares])
As
regras já estão prontas para serem obedecidas, a maioria são
regras sem um princípio racional, sem um porquê de sua existência.
Por exemplo, fazer fila do menor para o maior como soldadinhos.
Muitas
regras o professor inventa na hora.
O
professor entra na sala e as primeiras regras são “obedeça o
professor”, “fique sentadinha quietinha em sua carteira”. E daí
seguem inúmeras outras. As crianças não participam da criação
das regras, nem sabem o porquê de sua existência, mas são
alertadas que devem obedecê-las.
Os
professores preparam suas aulas e trazem prontas à sala de aula.
Isto significa que a criança não mais aprenderá por observação,
por tentativa e erro, e experimentação. O conhecimento já chega
pronto. Basta que repitam com o professor e mais tarde repitam exata
e fielmente na prova, se possível com as mesmas palavras. E assim
será para os próximos vinte anos de escola.
Mesmo
crianças maiores, quando o professor solicita que façam pesquisa,
ele quer dizer, busquem na internet, leiam um livro onde o
conhecimento está pronto, portanto, raramente será por
experimentação, por tentativas e erros ou por raciocinarem por si
mesmos.
Quando
se apresenta à criança problemas para resolverem, os mesmos não
são da realidade da vida delas e a solução já vem pronta, basta
“aprenderem” a desmontar uma formula, uma equação ou coisa
parecida.
Assim
como os pais que obrigam a criança a usar uma roupa que ela nem
gosta, a escola veste a criança com uniformes e conhecimentos
engessados, que chegam prontos e devem ser apenas repetidos pela
criança para provar que decoraram do jeitinho que o professor
passou.
Nos
primeiros anos da escola, os professores supostamente ensinam de
maneira lúdica, ou seja, inserem suas aulas lições dentro de
brincadeiras para que o aluninho “aprenda brincando”. Mas isto é
duvidoso como consideraremos mais adiante.
E
ainda há de se considerar o que acontece quando a criança por
diversas razões não responde às expectativas em regime militar da
escola: sermões, broncas, castigos, chamar os pais, etc.
E
para que servem estes? Para obrigar a criança a não ser uma
autodidata, um gênio autônomo, que não pense, não raciocine, não
seja agitado, não faça nada diferente do que o professor exige, não
incomode a aula, não esqueça de regras mortais como vir sem
uniforme¹, esquecer material, e outras subjetivas e sem importância
na vida de um gênio.
Ninguém
aprende quando outra pessoa, mesmo o mais hábil dos mestres, traz o
conhecimento pronto.
Quando
alguém faz uma pergunta ao guru oriental, o mais sábio deles, este jamais dá a resposta pronta, mas devolve uma pergunta ou alguma
frase para que o inquiridor saia dali e passe os anos seguintes
tentando encontrar a resposta por si mesmo. O inquiridor vai
entender mais tarde que, se fosse autodidata, nem precisava ir até
um lugar distante procurar um sábio para perguntar algo da própria
vida dele, mas o mesmo faz isto porque a vida toda alguém o
convenceu que os outros dão respostas e ele obedece, o que é um
erro muito grande.
¹
vir sem uniforme, esquecer material é coisa de autodidata?
Certamente não, mas se acontecer com a criança criativa, num
ambiente afetivo, ela se sairá bem mesmo sem uniforme ou material.
Na verdade os gênios inventam materiais desde o nascimento até
entrarem na escola, daí para frente é que a coisa muda.
Ninguém
aprende facilmente sob pressão
“Por
meio da Teoria da Psicogênese fica evidenciado que a afetividade age
sobre o aluno de forma positiva ou negativa, sendo necessário que o
educador saiba lidar com todo esse processo, pois a afetividade pode
favorecer a aprendizagem no ambiente escolar, promovendo um local
propício para o desenvolvimento integral. A grande importância de
Wallon para a educação se dá as grandes pistas que sua teoria traz
para educadores, para que possam compreender a fase de
desenvolvimento que a criança se encontra e dessa maneira saber que
não se trata apenas de episódios de indisciplinas por parte dos
alunos. Através de suas contribuições sobre a emoção, fica claro
a importância de um ambiente livre de pressão e de situações que
causem medo na criança e assim ela use o seu tempo para aprender e
não para superar as emoções, toda a pratica docente vinculada com
sua teoria trará grandes benefícios ao docente.” ( A concepção
de educação em Wallon- Esthephane, Knopf, 2018)
Ainda
que haja quem “trabalhe melhor sob pressão”, isto não funciona
com o ensinar e o aprender.
Professores
de cursos que preparam alunos para o ENEM estão se tornando
excelentes professores, os mais hábeis da atualidade. Porque usam a
ludicidade para ensinar adultos.
Seus
segredinhos:
- Constroem um ambiente alegre, festivo e seguro; ambiente onde reina a alegria e o respeito ao cliente.
- Usam a arte como ferramenta. Mudam as letras de músicas modernas, (não musicas do tempo de professores dinossauros). Cantam com alunos, tocam violão, saxofone, bateria, etc. Usam gráficos, imagens, desenham nas lousas com linhas fáceis e dinâmicas.
- Brincam com palavras. Juntam iniciais do que se deve memorizar, apresentam frases que resumem conteúdos.
- Preparam as aulas mas estão sempre preparados para o improviso, aliás, usam o improviso em cima do formal na maior parte do tempo.
- Dicas fáceis e eficazes. Trabalham com o simples. Em vez de ficar desmontando formulas, explicando o difícil, complicando, usam atalhos para se chegar às mesmas conclusões e resultados.
Como
e onde entra a ludicidade
A
ludicidade, quer dizer, as brincadeiras quando usadas para ensinar e
aprender, tornam o apreender mais prazeroso. Mas não é só isto.
“Por
meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações
vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo
faz-de-conta, são reelaboradas.”
Elas
fingem que são adultas, que estão num mundo real misturado com
fantasia, resolvendo os problemas de adultos.
A
brincadeira transforma o aprendizado.
Primeiro
porque quando se brinca, se libera a criatividade, a busca de
soluções, o raciocínio, a genialidade.
Nosso
cérebro “brilha” quando brincamos. Se há um grupo triste num
canto e um grupo alegre noutro canto, a quem se juntará os que
passam? Em pouco tempo o grupo alegre aumentará seu tamanho. Por que
milhares de pessoas pagam para ouvir um standup, uma pessoas contando
piadas por horas?
Quando
que nosso cérebro libera o “quarteto da felicidade: endorfina,
serotonina, dopamina e oxitocina? Quando brincamos! Quando dançamos,
cantamos, trabalhamos em equipe. Quando tomamos sol, quando nos
exercitamos. Quando abraçamos e damos presentes a quem gostamos.
O Gênio autodidata
Negrine (1994, p.19) afirma que:
“. . .as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral indicam que elas contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança”.
O
QUE OS ESPECIALISTAS DIZEM - BENEFÍCIOS DA LUDICIDADE
“Fantacholi
([s/d], p. 5), explica que por meio da ludicidade a criança começa
a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de
opiniões, exercendo sua liderança, e sendo liderados e
compartilhando sua alegria de brincar.”
Através
da atividade lúdica, a criança forma conceitos, seleciona ideias,
estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas
compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é
mais importante, vai se socializando (FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d],
p.7).
Por
aqui se nota que os pais e a escola podem agir diferente, usando o
lúdico, as brincadeiras, para incentivar a autonomia, a criatividade
e a genialidade que já existem na criança.
Alegria
“Segundo
Dantas, esta teoria é marcada pela dialética Walloniana, que
afirma-se simultaneamente um estado atual e uma tendência futura: as
atividades surgem liberadas, livres, exercendo-se pelo simples prazer
que encontram em fazê-lo.(O Brincar e suas teorias, 2002, p.113).”
Saúde
Mental
“Tanto
os jogos como as brincadeiras ensinam regras, despertam a atenção, desenvolvem as características pessoais, sociais e culturais da
criança e também colaboram para a saúde mental facilitando a
socialização, comunicação e expressão das crianças.”
“Segundo
Santos (2002, p. 12) o lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os
processos de socialização, comunicação, expressão e construção
de conhecimento.”
Libera
a criatividade
“O
lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e
criação. Por meio dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma
menos rígida, mais tranquila e prazerosa, possibilitando o alcance
dos mais diversos níveis do desenvolvimento. Cabe assim, uma
estimulação por parte do adulto/professor para a criação de
ambiente que favoreça a propagação do desenvolvimento infantil,
por intermédio da ludicidade (RIBEIRO 2013, p.1).”
“A
atividade lúdica funciona como um elo entre os aspectos motores,
cognitivos, afetivos e sociais, na educação infantil por isto a
partir do brincar, a criança desenvolve à aprendizagem, através do
desenvolvimento social, cultural e pessoal, contribuindo para uma
vida saudável tanto física como mental.”
Uso
de jogos
“Os
jogos ensinam os conteúdos através de regras, pois possibilita a
exploração do ambiente a sua volta, os jogos proporcionam
aprendizagem maneira prazerosa e significativa assim agrega
conhecimentos.”
“Segundo
Carvalho (1992, p.14), os jogos na vida da criança são de
fundamental importância, pois quando brinca, explora e manuseia tudo
aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e
mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter
sentimentos de liberdade.”
MAS
PRECISA FAZER DIREITO - O
PAPEL DO PROFESSOR – OS PERIGOS
Então
a coisa é simples – deixe as crianças brincar!
Não
é tão simples assim.
Quando
um professor prepara uma aula e espera que as crianças se esforcem
em aprender, ele impõe uma obrigação à criança para que aprenda.
Na verdade não existe esta obrigação, por isto que as aulas são
dadas de maneira lúdica.
O
professor deverá entender que uma criança poderá aprender
brincando, mas ele não deveria exigir que a criança aprenda por uma
brincadeira idealizada por ele. Se uma escola entende que a criança
não está ali para brincar mas para aprender, ela se confronta com a
ideia do que seja aprender de maneira lúdica. Se a criança tem que
se esforçar em aprender, mesmo de maneira lúdica, o fim que se
deseja atingir está invertido. É por meio do prazer de brincar que
a criança inevitavelmente aprende, então não precisa de pressão
para o aprendizado.
É
brincando que a criança aprende. Se o professor inserir em seus
conteúdos brincadeiras prazerosas para a criança, ela não
precisará se esforçar. E ela não precisa aprender exatamente o que
o professor quer, do jeito que ele quer, tampouco exatamente a mesma
coisa que a criança ao lado pois cada uma tem suas características
natas.
Muitas
escolas trocaram o lúdico, a brincadeira que resulta num
aprendizado, por uma aula obrigatória, totalmente controlada,
travada, idealizada pela professor com cara feia que propõe uma
brincadeira do tempo dos dinossauros. Por que as crianças precisam
pintar um desenho do Chico Bento se podem fazer a mesmíssima coisa
com a Lol, com a Frozen ou com Unicórnio (My litle poney)? E se
perguntasse às crianças antes para que elas escolhessem as
brincadeiras, as ferramentas e o professor entrassem com o
conhecimento?
De
acordo com Vigotsky (1984, p.97):
“. . .a brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.”
Vigotsky dá ao professor uma dica muito importante: Não interfira no "desenvolvimento real", deixe a criança pensar, raciocinar, "resolver o problema" por ela mesma. Foque no "desenvolvimento potencial", tudo aquilo que a criança é capaz de fazer mas que ainda não fez. Mas não guie pela mão, não dê a dica, não solucione, apenas apresente um alvo e então "colabore", deixe que a criança use seu potencial para calibrar as forças, a direção, o momento certo para disparar a flecha.
“O
lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança que
merece atenção por parte de todos os educadores. Cada criança é
um ser único com anseios, experiências e dificuldades diferentes.
Portanto, nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma
eficácia. Para poder garantir o sucesso do processo
ensino-aprendizagem o professor deve utilizar-se dos mais variados
mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais
atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação,
a capacidade de observar, experimentar, inventar, e relacionar
conteúdos e conceitos. O
professor deve-se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem
impor a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo
e compreendendo
e não por simples imitação. O espaço para a realização das
atividades deve ser um ambiente agradável em que as crianças
possam se sentir descontraídas e confiantes (ALMEIDA 2014 p. 3).”
Significa
tudo isto que as crianças devem ficar soltas, sem supervisão, ou
que os adultos façam todas as vontades delas?
Sem
cobranças, sem pressão, sem provas
“De
acordo com Neves (apud FERREIRA; SILVA RESCHKE [s/d], p.6) o lúdico
é de suma importância, pois apresenta valores específicos para
todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil a
finalidade é
essencialmente pedagógica.”
“O
lúdico é uma metodologia pedagógica que ensina
brincando e não tem cobranças, tornando
a aprendizagem significativa e de qualidade. Tanto os jogos como as
brincadeiras proporcionam na educação infantil desenvolvimento
físico mental e intelectual.”
Através
do lúdico o aluno é despertado para o desejo do saber, ou seja, do
aprender desenvolvendo sua personalidade, pois cria conceitos e
relações lógicas de socialização o que é de suma importância
para seu desenvolvimento pessoal e social.
“Kishimoto
(1996 p.24) esclarece que por meio do lúdico o aluno desperta o
desejo do saber, a vontade de participar e a alegria da conquista.”
Conforme
CORBALÁN, apud ALSINA,
Ensinar e aprender matemática pode e deve ser uma experiência com bom êxito do sentido de algo que traz felicidade aos alunos. Curiosamente quase nunca se cita a felicidade dentro dos objetivos a serem alcançados no processo ensino-aprendizagem, é evidente que só poderemos falar de um trabalho docente bem feito quando todos alcançarmos um grau de felicidade satisfatório. (CORBALÁN, apud ALSINA, 1994, p. 14).
“Essa
satisfação deve ser de ambas as partes, não
terão aprendizado se somente o professor demonstrar interesse, o
professor deverá buscar estratégias
que chame a atenção do estudante para
que ele sinta-se
atraído pelo
que está sendo visto, e
que encontre significado naquilo
que está sendo repassado pelo educador.”
Sobre
isto, Kishimoto afirma que Froebel, , sustenta
que a repreensão
e a ausência de liberdade à criança impedem a ação estimuladora
da atividade espontânea, considerada
elemento essencial no desenvolvimento físico, intelectual e moral.
(O Brincar e suas teorias, p.60)
“E,
por fim, as Teorias Psicológicas contemplam a concepção de que
toda a atividade é lúdica desde que ela exerça por si mesma (pela
criança), sem que seja pressionada por outro individuo."
"Pela
reiteração do termo brincar quero sublinhar o caráter caprichoso e
gratuito destas atividades, em que o
adulto propõe mas não impõe, convida mas não obriga, mantém a
liberdade através
da oferta de possibilidades alternativas. (O Brincar e suas teorias,
p. 117)”
A
ESCOLA
“Para
melhor compreensão é interessante o que Pinto (2003, p.65) nos diz:
O espaço lúdico não precisa ficar restrito a quatro paredes, ao contrario, deve fluir por todo o ambiente, dentro e fora das classes. Um dos objetivos desse espaço é favorecer o encontro de crianças, para brincar, jogar, fazer amigos, propiciar a convivência alegre e descontraída dos frequentadores.”
É por isto que BNCC (Base Nacional Comum Curricular) no Brasil fala de "competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade."
Felizmente
existem muitas escolas que deixam as crianças brilharem; auxiliam o
gênio criativo dentro das crianças de maneira correta. Para o resto
da vida, estas crianças mantém a genialidade, são bençãos para a
humanidade.
Quer ver isto na prática?
O vídeo “A Escola do Futuro” mostra dezenas destas escolas (veja referências mais abaixo). As escolas da Pedagogia Waldorf também.
Mas o que fazer exatamente
Nesta matéria vimos muito do que não fazer.
Os estudos da UNICAMP, pelo grupo de pesquisa da educadora Telma Vinha mostram o que fazer e como fazer, tanto para pais como para escola.
Veja alguns exemplos conforme "O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista":
"... na sala de aula, uma carteira está atrás da outra e as crianças não podem se comunicar, conversar. Cada um tem que ter o seu próprio material, não pode emprestar para o amigo. A professora é quem diz o que fazer, quando fazer, como começar, quando começar, a
que horas terminar. Ela é quem determina, inclusive, a ida ao banheiro. É a própria professora que diz para as crianças quando está certo e quando está errado."
"Como é que queremos formar pessoas cooperativas, se um não pode ajudar o outro, porque isso é visto como ‘cola’, como uma coisa negativa? Quando escrevem, eles colocam o braço sobre o trabalho para o outro não ver. Como é que eu posso formar pessoas solidárias, se cada um tem que ter o seu, se eu não posso compartilhar os meus materiais, se eu não posso compartilhar minhas atividades com o meu colega? Como é que eu quero
formar pessoas que saibam decidir, se o professor decide até a hora das crianças irem ao banheiro, decide que atividade vai ser dada, como vai ser feita? Como é que eu quero crianças que saibam viver em uma democracia, conviver com os iguais, se eles não podem conversar?"
formar pessoas que saibam decidir, se o professor decide até a hora das crianças irem ao banheiro, decide que atividade vai ser dada, como vai ser feita? Como é que eu quero crianças que saibam viver em uma democracia, conviver com os iguais, se eles não podem conversar?"
Após isto ela descreve várias situações corriqueiras, várias práticas educativas equivocadas, por exemplo:
O adulto lê para a criança a história do Pinóquio e a moral da história é que o nariz cresce se mentir. Chega até a dizer que está vendo seu narizinho crescendo. O que fazia essa criança legitimar a norma de falar a verdade eram coisas que, provavelmente, quando ela crescer já não vai acreditar mais. Haverá situações em que ela vai mentir e ninguém vai descobrir, o nariz não vai crescer.
Ela
vai experimentar situações em que a opinião da mãe dela não pesa
tanto quanto a dos amigos.
Por
isso é importante associar uma regra a um bem estar e às
consequências do não cumprimento dessa regra. Tem de haver sentido
na existência da regra, para um bom convívio social.
. . .ser disciplinado não significa ser treinado a obedecer, mas sim compreender as razões de se comportar de um modo ou de outro, de acordo com a situação, independentemente da presença de uma autoridade”.
Ela fala do exemplo dos adultos também:
O modelo tem que ser exemplar e isso é fundamental. A criança não vai seguir as mensagens passadas verbalmente, oralmente. Ela vai seguir o comportamento. Por isso a postura tem que ser muito exemplar."
E nas negociações com a criança:
"jamais devemos utilizar com a criança a retirada do amor como sanção. Por exemplo, falar assim: “eu não gosto mais de você, você é feio. A mamãe está triste, não quer mais falar com você.” Não se usa a retirada de amor porque a criança só se atreve, só se arrisca, em relações frágeis. "Se você espera o pior dele, você envia mensagens que é isso que você espera. Quando você olha e diz assim: “só podia ser você, estava demorando”, ou mesmo: “quantas vezes eu vou ter que te falar a mesma coisa. Será que você nunca vai aprender”, você passa mensagens como se esperasse isso dele. É natural que essa criança não modifique o comportamento, porque ele já decaiu aos seus olhos, então, por que mudar?"
"Não adianta desenterrar o passado ou antecipar o futuro. O incidente tem que ser lidado no momento específico. Por exemplo, aconteceu numa escola a criança subir na mesa da merenda. A professora disse: “Felipe, para que servem as mesas?! Quantas vezes eu vou ter que falar com você? Felipe, como é que vai ser?”
De repente, ela trabalhou a linguagem e resolveu mudar. Mas é preciso usar uma linguagem descritiva e só se descreve o que se está vendo (e não julga o errante). Aí ela falou: “Felipe, as mesas não foram feitas para as pessoas subirem nelas, desça.” Em nenhum momento ela agrediu o Felipe, porque em nenhum momento admite-se qualquer ataque à dignidade de uma criança. É terminantemente proibido qualquer tipo de humilhação à criança. Ela conseguiu passar autoridade e o Felipe desceu."
As citações anteriores foram tiradas da matéria "O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista" que tem 1138 páginas, mas pode-se encontrar uma versão resumida de 24 páginas.
Você vai encontrar neste link:
No final deste artigo tem os nomes de referências usadas no texto. Depois, tem vários artigos curtos de até 30 páginas onde há tudo o que se pode fazer para ser bem sucedido como pais e professores para fazer de crianças pessoas autônomas, gênios da criatividade.
Se for pai ou mãe, leia os artigos mesmo que o tema seja para professores como "O Papel do Professor no Desenvolvimento da Moralidade Infantil".
Como desenvolver o engajamento moral na criança.
Como repreender corretamente e que palavras usar.
Como obter a atenção da criança agitada.
Como tornar a aula muito mais calma e producente.
Como extrair da criança todo o potencial criativo.
Como substituir o cantinho do pensamento por algo mais adequado para a criança.
Como fazer negociações bem sucedidas com a criança.
O que são "sanções de reciprocidade" quando a criança quebra alguma coisa ou age contra as regras racionais.
O que linguagem descritiva para ensinar a criança.
Como se cria um ambiente em que se inibe a indisciplina e se incentiva a criatividade e respeito.
Como fazer tudo isto citado acima e ao mesmo tempo dar liberdade à criança para continuar seu desenvolvimento criativo.
Todos
os destaques em negritos nas citações foram feitos por Telma Vinha, educadora da UNICAMP.
Referências
Ken
Robinson diz que as escolas acabam com a criatividade – Legendado –
YouTube - https://youtu.be/M2pRR_w-5Uk
Construindo
a autonomia moral na escola: os conflitos Interpessoais e a
aprendizagem dos valores – Vinha, Tognetta - 2009
Os
hormônios da felicidade: como desencadear efeitos da endorfina,
oxitocina, dopamina e serotonina
- https://g1.globo.com/bemestar/noticia/os-hormonios-da-felicidade-como-desencadear-efeitos-da-endorfina-oxitocina-dopamina-e-oxitocina.ghtml
A
importância do lúdico na educação infantil - Benedita
da Conceição Mendes Silva e Lilian de Jesus Marques Santos
- https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-ludico-na-educacao-infantil.htm
A
importância do lúdico para educação infantil: uma análise a
partir do instituto desembargador severino montenegro. Elisângela
Justino / Graduanda- UEPB Larissa Emily de Oliveira / Graduanda- UEPB
O
Lúdico como ferramenta no ensino da Matemática - Luciana Verêda da
Silva, Clenilson Panta Angelim
- https://www.somatematica.com.br/artigos/a65/
A
importância das atividades lúdicas na educação infantil - Arlete
Luiza de Souza – 2015
- https://www.pedagogia.com.br/artigos/a_importancia_das__atividades_ludicas/index.php
Eduque com educação - o que todo gestor e professor deveria saber https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2017/08/eduque-com-educacao.html
1 - O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista resumo - Telma Vinha
2 - A linguagem do educador e a autonomia moral (excelente) - Mariana
Guimarães Wrege, Beatriz Gracioli Andrade, Gabriela Caldeira Aranha,
Nicole Stephania Strohmayer Lourencetti
3 - Construindo
a autonomia moral na escola: os conflitos interpessoais e a
aprendizagem dos valores (excelente) - Telma Vinha
5 - O
clima escolar e a convivência respeitosa nas instituições
educativas - Telma Pileggi Vinha
6 - O
papel do professor no desenvolvimento da moralidade Infantil pelas
práticas educativas da educação infantil - Alair Daiane de Moura Silva, Karoline Rezende Thomaz Da Silva
7 - A
importância da afetividade na aprendizagem dos alunos - Alessandra
maria de oliveira siqueira, Demuniz Diniz da Silva Neto e Rutemara
Florêncio
8 - Brincadeira
e desenvolvimento infantil: um olhar sociocultural Construtivista -
Norma
Lucia Neris de Queiroz, Diva Albuquerque Maciel e Angela Uchôa
Branco
9 - As
Relações entre Afetividade e Inteligência no Desenvolvimento
Psicológico - Maria Thereza Costa Coelho de Souza
10 - O
professor e seu discurso: onde está o sentido?- Educere e Educare -
Vol. 9 Número especial jul./dez. 2014 Eliane Cabral Beck
Por que as escolas fracassam - a velha vs a nova escola - https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2019/09/por-que-as-escolas-fracassam-velha-vs.html
Professor do futuro na escola do futuro - https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2019/09/a-escola-do-futuro.html
"A escola do futuro" - https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2019/07/educacao-proibida.html
Leia: VOCÊ É GÊNIO OU SÓ IMITA OUTROS
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