sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

PROFESSORES AMÁVEIS - ALUNOS COM VONTADE DE APRENDER

INICIO
Um aluno se encaminha após refeição antes dos demais em direção ao banheiro, um olhar sério dum adulto o repreende prontamente sem saber do que acontecia, em seguida veio a voz ríspida mandando voltar. Outro adulto que passa, não falou nada, deu um sorriso para criança, ganhou um abraço e a acompanhou carinhosamente para o lugar certo. Muitas vezes a repreensão é por uma coisa que a criança “não fez” mas que se calou em defender-se “com medo” da represália. (A Importância Da Afetividade Na Aprendizagem Dos Alunos)




Não quero ir à escola! Odeio! Qualquer coisa menos a escola!

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Amizade com aluno?? O relacionamento entre aluno e professor interfere positiva ou negativamente no processo de ensino-aprendizagem. A capacidade do professor de sentir, planejar, reagir e decidir torna-o capaz de mudar os acontecimentos e a vivência em sala de aula. A melhor maneira de agir é avaliar, analisar e sistematizar o comportamento e a comunicação entre seus alunos, estabelecendo uma interação, demonstrando afetividade. 

Muitas vezes os professores se prendem a questões como salários e/ou a criticar seus alunos, se esquecendo de que o foco para se chegar a uma aprendizagem significativa é depositar, dentro de si, valores como bondade, gentileza, paciência, humildade, generosidade, carinho e respeito; e através dessas qualidades promover um ambiente de harmonia e respeito mútuo. Dessa maneira, a educação infantil deve ser um ambiente de muito aprendizado e aconchego. Um ambiente capaz de proporcionar segurança e desenvolvimento das emoções e habilidades, despertando nas crianças o desejo de fazer parte de algum grupo, promovendo suas relações sociais, de maneira que possam ser capazes de demonstrar sua capacidade de superar desafios.

Assim, Freire (1996), afirma que na escola foi introduzido o termo pedagogia do afeto, em que busca dentro da sala de aula uma educação e um processo de ensino-aprendizagem voltado para a amizade e o afeto, respeito mutuo e cooperação, transformando o ambiente escolar em um espaço agradável e de bem estar, haja vista que para o referido autor não existe educação sem amor. 
(A AFETIVIDADE E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM - Cazé; Silva; Souza. (3º CONEDU congresso Nacional de Educação-Out 2016)


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Professores e alunos desanimados 
Estudos desenvolvidos por Ribeiro (2005), sobre a competência afetiva na relação educativa, mostraram que a relação de afetividade fortalece o vínculo entre alunos e professores e, em um ambiente de confiança, os alunos passam a construir uma autoimagem positiva, um compromisso com o professor e passam a participar ativamente das aulas, melhorando a qualidade do ensino e diminuindo a desistência nos estudos.” (A AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM: O OLHAR DE ALUNOS DO 6o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL)

O professor tem um papel fundamental na afetividade do aluno, e a qualidade do dialogo pode aproximar o professor do aluno, criando um laço inseparável entre os mesmos. O educador pode controlar o processo produtivo, cria, age e ordena tipos de atividades de acordo com a necessidade de cada educando. Quando o professor se dispõe a ensinar e o aluno a aprender, é formado uma corrente de elos afetivos que propiciam boa vontade, e cumprimento do dever. E a interação e interesse do aluno, servem como estimulo para a criatividade e dedicação do professor. “Ama-se na medida em que se busca comunicação, integração a partir da comunicação com os demais”. (FREIRE. 1983 p.29). 

Cidadãos são resultados de atitudes dos professores 
Vygotsky afirma que o afeto e o intelecto estão ligados e enraizados em influências mútuas. Educadores como Wallon, Piaget e Vygotsky, contribuem para que seja discutido e tentem entender a ligação e influência dos laços afetivos na formação de cada criança, e como influenciam também nos processos de ensino aprendizagem. Para que as relações familiares ocorram bem, é necessária a troca de afeto, como sentimentos de amor, carinho, e também impondo limites, para que o filho possa crescer bem estruturado nos aspectos de sua personalidade. 

A dignidade da pessoa humana, esta interligada aos aspectos emocionais afetivos, porém a ausência do afeto, resulta num comportamento antissocial, e traumas, sendo em alguns casos necessário até acompanhamento psicoterapêutico, auxiliando no restabelecimento na sua historia de vida. No entanto, a carência afetiva, influencia muito no desenvolvimento e construção da personalidade, identidade e na capacidade de autoestima da criança, refletindo assim no seu comportamento, onde a mesma fica sempre querendo atenção para si, e se sentindo muito inferior na maioria das vezes quando se relaciona com outras pessoas.

"(...) A estabilidade do mundo começa no coração da criança."(PERIOTTO, 2009, p.22)

A afetividade influencia muito na inteligência e desenvolvimento humano, sendo nos aspectos emocionais, sociais, nas relações entre as pessoas e principalmente no ensino aprendizagem. O professor tem um papel fundamental na afetividade do aluno, e a qualidade do dialogo pode aproximar o professor do aluno, criando um laço inseparável entre os mesmos. O educador pode controlar o processo produtivo, cria, age e ordena tipos de atividades de acordo com a necessidade de cada educando. E a interação e interesse do aluno, servem como estimulo para a criatividade e dedicação do professor. 

Quando o professor é desanimado ou desmotivado a educar, isso reflete diretamente nas manifestações de aprendizagem dos alunos, resultando em alunos lentos e apáticos em sala de aula. Precisa-se ter cuidado também para não se aproximar muito do aluno, facilitando que o professor perca a autoridade em sala de aula. 

No contexto escolar o afeto é um grande recurso no auxilio do professor, podendo ser usado em sala de aula para obter a atenção do aluno, e para que o mesmo tenha interesse e mais participação no ensino aprendizagem. É através da interação afetiva, que o aluno tem com seus colegas de classe, e com o professor, que ocorre o diálogo, podendo desenvolver-se intelectualmente na apresentação das atividades. Porém o verdadeiro e dedicado professor, deve ouvir o seu aluno, tentar conhecê-lo, conhecer sua historia de vida, para assim poder aproximar-se e trabalhar suas devidas carências afetivas.


A AFETIVIDADE E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

A experiência e a pesquisa têm mostrado que um fato impregnado de emoção é recordado mais sólido, firme e prolongado que um feito indiferente. Cada vez que comunicarem algo ao aluno tente afetar seu sentimento. A emoção não é uma ferramenta menos importante que o pensamento” (VYGOTSKY, 2003, p.121) Sendo assim, é exatamente na escola, que o aluno desenvolve seus potenciais, sociais e psicológicos, e o papel do professor como mediador deste processo, é de suma importância, proporcionando situações e atividades, voltadas a estimular e trabalhar a afetividade em cada aluno, segundo a sua necessidade e carência.


TIPOS DE RELAÇÕES EM SALA DE AULA

(…) Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre “seriedade docente” e “afetividade”. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar.” (FREIRE, 1996, p. 159). 

O afeto é uma ferramenta que pode ser usada pelo professor, para facilitar no contexto do ensino aprendizagem, e quando a criança sentir-se amada, sentirá mais desejo de aprender. Porém quando o aluno não se identifica com a didática do professor, e a maneira do mesmo conduzir sua aula, sendo arrogante no falar, torna- se difícil o desempenho e desenvolvimento cognitivo, dificultando no processo ensino aprendizagem. No entanto o bom relacionamento entre professor e aluno é muito importante, para que a aula flua melhor. 

O professor precisa conhecer o aluno de uma forma particular e muito especial, conhecendo sua historia de vida, suas experiências, suas tristezas, alegrias e frustrações, para poder trazer estes aspectos para sala de aula, e transformá-los em aprendizagem. Porém a afetividade nas relações pedagógicas de professor aluno, pode determinar o sucesso ou fracasso de uma criança na escola e em sua vida futura. Precisa-se estabelecer um relacionamento de amizade e respeito entre professor e aluno, permitindo ao aluno e estabelecendo seu próprio progresso físico, psíquico, espiritual e moral.

(...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p. 47 e 52).

(…) na relação professor-aluno, uma relação de pessoa para pessoa, o afeto está presente" (Almeida, 1999, p. 107)

A pedagogia afetiva é o caminho que deveríamos seguir em sala de aula, demonstrando, afeto, respeito, responsabilidade, dedicação, amor, carinho, porém através destes aspectos o aluno irá observar melhor o que se é ensinado, e irão também aprender com mais prazer.”


(A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO ENSINO APRENDIZAGEM - ROSINÉIA ARNEIRO BOSCARATO - 2014)


Depois de considerar as fase de Piaget, as autoras consideram a realidade duma sala de aula:
"Porém, é muito comum encontrar em salas de aulas decorações superficiais, onde apenas o professor trabalha na decoração, com esta prática é possível afirmar que os alunos não são considerados como seres capazes e respeitados em suas produções segundo seu desenvolvimento.

A organização precisa ser facilitada para que as crianças tenham acesso de um modo geral aos materiais e informações de forma que não dependam exclusivamente do professor. É preciso que os alunos possam interagir e agir de forma independente e não somente à partir da autorização do adulto para que melhor elaborem seus conhecimentos e suas ações autonomamente. 


"O respeito pelas crianças exige a comunicação da aceitação e afeto. Exige o planejamento de um ambiente que encoraje e apoie as expressões de sentimentos, interesses e valores pelas crianças. Isto significa aceitar o direito da criança de sentir raiva e tristeza, bem como sentimentos positivos. (DEVRIES; ZAN, 2006,p.68). 

Quando os professores passam algumas responsabilidades para os alunos, como por exemplo, de ajudá-lo a realizar o cartaz das regras, elas se sentirão co-criadoras destas regras, deste modo poderão segui-las com mais facilidade e lembrar ou até mesmo repreender os colegas para que os mesmos não esqueçam.
Se queremos que as crianças desenvolvam a autonomia moral, devemos reduzir nosso poder adulto, abstendo-nos de usar recompensas e castigos e encorajando-as a construir por si mesmas seus próprios valores morais. (KAMII, 1990, p.108).


(O PAPEL DO PROFESSOR NO DESENVOLVIMENTO DA MORALIDADE INFANTIL PELAS PRÁTICAS EDUCATIVAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL - PRÉ-ESCOLA - Alair Daiane de Moura Silva, Karoline Rezende Thomaz Da Silva - 2013)

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As palavras do educador não são inofensivas.
Ao contrário: afetam a vida dos alunos para melhor ou para pior e influenciam no conceito que eles têm de si mesmos.
Ao refletir sobre os diálogos que costumeiramente observamos ou presenciamos nas instituições escolares, logo nos lembramos das ameaças, gritos e broncas. As mensagens humilhantes são comuns: o adulto julga, censura, critica, intimida, culpabiliza, ridiculariza, envergonha e oprime o aluno. Outros tipos de mensagens que podem ser encontradas nas escolas são as de solução, isto é, aquelas que dirigem, ordenam, advertem, recomendam, exigem, fazem sermão e dão lições de moral. Também há o sarcasmo e as ironias, que podem parecer brincadeiras, mas ferem o outro. Além disso, elogios como “parabéns!”, “muito bem!”, “como você é esperto!”, costumam também fazer parte do repertório dos educadores, visando motivar seus estudantes.

linguagem valorativa
Esse tipo de linguagem frequentemente utilizada nas escolas é chamada de linguagem valorativa. Ela diz respeito à personalidade ou à capacidade do indivíduo e não às suas ações. Alguns exemplos são: “como você é desligado! Não está vendo que já mudamos de matéria?”, “ninguém quer brincar com você, porque você é muito egoísta!”, “deixe que eu faço, você é descoordenado demais pra isso!”, “você é uma ótima desenhista!” e “você é sempre tão dedicada”.

Julgamentos e atribuições de culpa, comuns para quem faz uso da linguagem valorativa, também trazem consequências ruins. A pessoa acusada tende a focar suas forças e argumentos para se defender, justificando o porquê de seus atos, ao invés de focar sua atenção nas causas e na resolução do problema. “Não fui eu” ou “eu só fiz isso, porque...” são frases de defesa comumente utilizadas, buscando formas de escapar desse sentimento de culpa.

Não há lugar para reflexões devastadoras na comunicação professor-criança.

Um professor profissional evita comentários que casualmente destroem o amor próprio
de uma criança. O papel de um professor é curar e não ferir. Um professor com uma certa disposição crítica e uma língua bem dotada tem uma grave responsabilidade: ele deve proteger as crianças do seu talento mortal, ou aprendendo novas formas de comunicação ou escolhendo outro gênero de trabalho (GINOTT, 1973, p. 76).

A linguagem do educador precisa, assim, ser repensada e estudada

Como podemos nos comunicar de uma maneira que não prejudique o outro e que, mais que isso, contribua para seu desenvolvimento moral?

Linguagem descritiva
Essa maneira diferente de se comunicar é denominada linguagem descritiva. É uma forma de comunicação que consiste em apresentar os fatos como são, isto é, como o próprio nome diz, descrever ações, fatos e sentimentos, sem emitir julgamentos.
Assim, se refere à situações e fatos, e não à personalidade ou ao caráter do sujeito, como é o caso da linguagem valorativa.
(A Linguagem do Educador e a Autonomia Moral) 
 

Para alguns autores (GINOTT,1979; FABER e MAZLISH, 2003), a comunicação pode ser mais coerente por meio do uso de uma linguagem que não avalie a capacidade das pessoas e nem julgue sua personalidade. Para isso, considera-se a utilização da linguagem descritiva, em que o emissor deve descrever os fatos, falar do que vê, do que sente, sem emitir julgamentos.
Tendo como princípio básico falar sobre a situação e não sobre seu caráter, torna-se útil, em todos os tipos de relações estabelecidas pelos educadores, podendo apresentar os fatos como realmente são, sempre procurando interpretar os sentimentos dos envolvidos. Conforme orienta Ginott (1973, p. 59), a essência da verdadeira comunicação é saber aplicar esse princípio nas mais diversas situações. É importante destacar que o tipo de mensagem transmitida nessa forma de usar as palavras reduz a resistência, diminuindo o gasto de tempo e de energia do sujeito com justificativas ou defesas. 
(Bilhetes reais e/ou virtuais: uma análise construtivista da comunicação entre escola e família - Sandra Cristina De Carvalho Dedeschi



Conversando com  criança
 "Toda vez que nos dirigimos a outra pessoa, transmitimos mensagens que afetam as emoções e os sentimentos dela, para melhor ou pior. Por isso, nós, educadores, precisamos ir além da boa intenção e aprender a nos comunicar de modo construtivo, usando procedimentos que auxiliem a estabelecer diálogos efetivos, mesmo nas difíceis condições da sala de aula.

A conversa com um aluno sobre determinado acontecimento ou comportamento dele, como uma postura inadequada, é mais eficiente quando não há julgamentos, culpabilizações ou desconfianças. O ideal é falar da situação, e não do caráter do envolvido. Em vez de dizer "vocês são bagunceiros", o melhor é "vocês estão saindo da classe, mas vejo carteiras fora do lugar e papéis no chão". A linguagem assim formulada, de maneira descritiva, favorece a colaboração e dá oportunidade para ele concluir o que fazer.


Evite acusar ou atacar 
Isso faz com que o ouvinte canalize a energia em se defender ou se justificar, e não em solucionar o problema. Reprimendas somente incitam a raiva e diminuem a autoestima. Comentários negativos, como Você derruba tudo, que desajeitada! também não ajudam. Já a linguagem sem crítica (linguagem descritiva) atrai a cooperação: A tinta caiu. Depois de limpar, vamos pensar em o que fazer para ela não cair mais?

Assim, sem se utilizar de censuras, julgamentos ou críticas, o educador valoriza a fala da criança e acolhe seus sentimentos, mostrando que esses são aceitáveis – as ações é que devem ser controladas. Ao ter seus sentimentos identificados e respeitados, a criança consegue lidar melhor com eles e pensar com mais clareza em como resolver seus problemas.
Em vez de ordenar ou ameaçar, ofereça opções, mesmo que as alternativas não sejam agradáveis." (Telma Vinha - O Educador e a Moralidade Infantil).


É hora de dar conselhos
Ao dar conselhos, a primeira regra é, saiba de tudo quanto possível antes. Segunda regra, estude métodos diferentes e eficazes de aconselhar. Terceira, dar bronca afastará o ouvinte do conselho e fará agir exatamente ao contrário, fará escondido na próxima vez se não entender a sabedoria do conselho.

"Acusar, intimidar, dar longos sermões não são possibilidades de tomada de consciência e nem mesmo desencadeadoras do valor de si.
 Há um tipo de linguagem que consiste em não acusar, apenas descrever o que vemos e o que sabemos.
Linguagem descritiva é apenas descrever o ocorrido sem criticar, acusar ou julgar e, em seguida, focar numa solução.

 Fante (2005) também indica esse tipo de linguagem para que possa se estabelecer uma relação de confiança com os envolvidos na situação: “Estou vendo que você e seu colega estão tento alguns problemas... Estou vendo que você anda chateado com alguns colegas”.
Numa relação de confiança com as crianças, é preciso que perguntemos: “Como é que eu posso te ajudar?”, “Diga-me, vamos pensar juntos, o que nós podemos fazer para resolver essa situação?
Mostramos respeito pela criança, continua a autora, “através de nossas tentativas no sentido de compreender o que elas dizem e sentem, e através de nossa aceitação, destituída de qualquer juízo, desses sentimentos e pensamentos”.


As oficinas como local de conversa
Elas têm que mudar a forma de pensar e fazer educação, não basta ter uma oficina de artes no contraturno, é preciso muito mais. Elas têm que dialogar mais com os alunos, com o que eles trazem nos encontros e com o contexto de suas comunidades. Como trabalhar a disciplina de história sem levar em conta a história do aluno, da escola ou da própria comunidade? Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais fragmentada é preciso que a gente transversalize mais, rompendo com a prática de trabalhar com conteúdos isolados. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.

Logo de cara,
os professores bem que poderiam olhar mais nos olhos dos alunos, ouvir mais. Integrar pais e comunidade no cotidiano da escola também seria “praticar educação integral”. E por que não trazer outros profissionais para a sala de aula para explicar tipos diferentes de ofício aos alunos? O professor pode convidar o pai de algum aluno que seja sapateiro, por exemplo. Na sala, ele pode explicar a cadeia do couro numa aula de geografia. A educação integral vem nesse sentido. É pelo cotidiano e por meio dos saberes das pessoas que a comunidade escolar vai contribuir para uma boa educação”. http://porvir.org/porpensar/a-educacao-integral-deixa-escola-mais-humana/20130821

A criança sempre é culpada - eles só aprontam
Pode haver situações parecidas, na verdade paralelas, culpa-se prontamente a criança sem saber o que aconteceu de fato. Por exemplo, aluno caiu, machucou seriamente cabeça e nariz: 
- “Bem feito, mas também, você não para quieto”. 
Não parar quieto é 'normal de criança saudável', e se “não parar quieto” incomoda, a culpa é do adulto de não ter interferido corretamente e amigavelmente antes. Culpar a criança pela falta de domínio é injusto. Para que a criança vem a escola, senão aprender, não a base do chicote, mas do raciocínio, da educação e do amor? Na verdade a criança “é tirada” de seu lar cedo na vida, sem entender o que acontece, e estranhos passam a dar bronca e exigir coisas dela, lições, comportamento, coisas que às vezes é diferente na casa dela.

"Quando ocorrer qualquer tipo de incidente é preciso que os fatos sejam apurados, assim nada de sair fazendo prejulgamentos, (...)
No momento da apuração é preciso que os envolvidos sejam ouvidos separadamente e depois confrontados. Quando confrontados é preciso que os mesmos saibam o mal que causaram ao outro, pois desse modo facilita para que eles vejam a extensão do ato." (Material de Apoio - Coordenador Pedagógico,Gestor escolar e Diretor - http://www.sosprofessor.com.br/blog/)

Se uma professora leva um aluno direto à diretoria, ou aos pais através de bilhetes, passa por cima dum profissional chave, e de ferramenta essencial à resolução de suas dificuldades: o Coordenador(a). Este profissional poderia planejar soluções junto dos professores e depois participar na aplicação de estratégias bem sucedidas.

A escola regular muitas vezes usa erroneamente o "livro de registro", ou "livro negro", para registrar indisciplinas de alunos. As oficinas da Nova Escola, usa também o livro, mas com o objetivo original de quando foi criado: para estatísticas. Este é usado para cálculos de tipos de incivilidades.

A autora e professora de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem desenvolvendo estudos bem aprofundados sobre como lidar com conflitos na escola. Na verdade, os estudos expõem nossas maneiras de resolver conflitos como sendo arcaicos e totalmente ineficazes. Por quê? Como deveríamos proceder?

Tenha curiosidade de assistir só um vídeo e tua vida como professor mudará muito.

 Estratégias bem sucedidas são expostos de maneira simples e lógica.




As diversa pesquisas deste grupo da UNICAMP e da Drª Telma Vinha estão no: repósitorio da UNICAMP

Referências

A importância da afetividade no ensino aprendizagem - Rosinéia Arneiro Boscarato - 2014
 
A Linguagem do Educador e a Autonomia Moral (Mariana Guimarães WREGE, Beatriz Gracioli ANDRADE, Gabriela Caldeira ARANHA, Nicole Stephania Strohmayer LOURENCETTI. 2014 - www.marilia.unesp.br/scheme 


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

PEDAGOGIA AFETIVA - RESULTADOS SURPREENDENTES


Início do site

Desenvolvimento emocional da criança
A educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é um elemento que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. E o amor não é contrário ao conhecimento podendo tornar-se lucidez, necessidade e alegria de aprender. Quando se ama o mundo, esse amor ilumina e ajuda a revelá-lo e a descobri-lo ( SNYDERS ,1986).

Entende-se que a escola é a continuação do lar, sendo que esta não pode se limitar a fornecer somente conhecimentos conceituais, mas contribuir para o desenvolvimento da personalidade de seus alunos em sua totalidade. A maior influência no processo escolar é exercida pelo professor que precisa ter o conhecimento de como se dá o desenvolvimento emocional e comportamental da criança em todas as suas manifestações.

Para que haja um desenvolvimento harmonioso é importante satisfazer a necessidade fundamental da criança que é o amor. (...) O professor, na sua responsabilidade e no seu conhecimento da importância de sua atuação; pode produzir modificações no comportamento infantil, transformando as condições negativas através das experiências positivas que pode proporcionar. Estabelecerá, assim, de forma correta, o seu relacionamento com a criança, levando-a a vencer suas dificuldades ( SOUZA, 1970).






A PCN
As diretrizes concernentes à formação dos professores (Brasil, 1999), assinalam que uma educação de "qualidade" deve desenvolver, nos aprendizes, diferentes capacidades "cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação interpessoal" (p.25). E ainda, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil,1997), constituem, também, uma referência ao currículo do ensino fundamental. Esse currículo visa o desenvolvimento de capacidades "de relações interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas, estéticas, ... para que o aluno possa dialogar de maneira adequada com a comunidade, aprenda a respeitar e a ser respeitado, a escutar e ser escutado, a reivindicar seus direitos e a cumprir seus deveres" (Brasil, 1997, p.46). Sendo então que a dimensão afetiva deve estar inserida na aprendizagem escolar e nos seus relacionamentos.

Segundo Piaget (1996), nenhum conhecimento, mesmo que puramente através da percepção, não é simples cópia do real ou se encontra totalmente determinado pela mente do indivíduo. É o produto de uma interação entre o sujeito e o objeto, é a interação provocada pelas atitudes espontâneas do organismo e pelos estímulos externos. E esse conhecimento é, portanto, aprendizagem, fruto de uma relação que nunca tem um sentido só, é o resultado dessa interação. E a afetividade é a energia que move as ações humanas, sem ela não há interesse e não há motivação para a aprendizagem.

Crianças ríspidas?
Já Maldonado (1994), nos ajuda a refletir sobre fatores que dificultam o relacionamento interpessoal, apontando que o afeto pode estar escondido sob camadas de mágoa, medo, desconfiança, tristeza, ressentimento, decepção, vergonha e raiva. Nos adverte ainda, que as atitudes ríspidas e agressivas, muitas vezes podem expressar a necessidade de proteger-se contra o medo de ser rejeitado, sentimentos de inadequação e também contra a dor do desamor, resultando num bloqueio emocional para todos os seus relacionamentos.

Atitudes ríspidas, grosseiras e agressivas expressam, com frequência, a necessidade de formar uma carapaça protetora contra o medo de ser rejeitado, contra sentimentos de inadequação ("já que sou mesmo incompetente para tantas coisas, por aí eu me destaco") e contra a dor do desamor ("ninguém gosta de mim mesmo, quero mais é explodir o mundo"). MALDONADO, (1994, p.39).





Aprende mais se for amada
Rodrigues (1976), diz que os motivos para o ser humano aprender qualquer coisa são profundamente interiores. Segundo ele, uma criança aprende melhor e mais depressa quando se sente amada, está segura e é tratada como um ser singular. E os motivos da criança para aprender são os mesmos que ela tem para viver, pois não se dissociam de suas características físicas, motoras, afetivas e psicológicas.

O afeto é essencial para todo o funcionamento do nosso corpo nos dando coragem, motivação, interesse, e contribuindo para nosso desenvolvimento. E é pelas sensações que o afeto nos proporciona que sabemos quando algo é verdadeiro ou não. Principalmente para a criança o afeto é importantíssimo, pois ela precisa sentir-se segura para poder desenvolver seu aprendizado, e é necessário que o professor tenha consciência de como seus atos são extremamente significativos nesse processo, porque essa relação aluno-professor é permeada de afeto, e as emoções são estruturantes da inteligência do indivíduo (WALLON, (1995). 

(Importância da Afetividade na Aprendizagem Escolar: O Afeto na Relação Aluno-Professor Psicologia Escolar Escrito por: Elisete Avila da Silveira Março/2014)
 
O QUE É A PEDAGOGIA AFETIVA?

Na prática, a educação Afetiva é composta pelas seguintes características: tratar o aluno com gentileza. Professor ajuda a criança chegar a conclusões por si mesmo. Escuta a criança, seus desejos, suas dificuldades, sempre que possível ao nível dos olhos delas. Assim, ele conhece bem seus alunos porque tem gentileza, solidariedade, tolerância, sensibilidade. O ambiente em sua aula é de confiança e respeito mútuo e isto favorece a autoestima e a aprendizagem dos alunos. A criança participa na construção da didática porque o professor usa ao máximo as ideias que fluem da criança para enriquecer sua aula. Ele não é o soberano do saber, quem manda, mas um mediador, um incentivador. Não é alguém que sempre tem a resposta na ponta da língua, mas que orienta seus pupilos a buscarem por si mesmo as respostas.

O professor não entra em sala com aula pronta para passar conhecimento, não fica falando o tempo todo. Mas ele instiga, encoraja seus pupilos que colaboram na busca do saber. Não existe razão para o aluno provar que aprendeu, basta que aprenda.
Antunes (2007) define a afetividade como sendo o estado de ânimo ou humor, os sentimentos, as emoções e as paixões, que podem definir atitude do indivíduo perante qualquer experiência vivida, gerando impulsos motivadores e inibidores. Exatamente por isso, ela exerce uma profunda influência sobre o pensamento e o comportamento do indivíduo, seja motivando-os ou inibindo-os.

Antunes (2007, p.56) ainda comenta:
A relação professor e aluno deve ser baseada na afetividade e na confiança, pois: se o professor assume aulas para uma classe e crê que ela não aprenderá, então esta terá imensas dificuldades. Se ao invés disso, ele crê na expectativa do desempenho da classe, ele conseguirá uma mudança, porque o cérebro humano é muito sensível a essa expectativa sobre o desempenho. (SILVA, 2015)









Laurinda Ramalho de Almeida, vice-coordenadora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da PUC-SP explicou Wallow ao ser entrevistada por Fernanda Salla para Nova Escola:

Pelo fato de ser mais visível que as outras duas manifestações, a emoção é tida por Wallon como a forma mais expressiva de afetividade e ganha destaque dentro de suas obras. Ao observar as reações emotivas, ele encontra indicadores para analisar as estratégias usadas em sala de aula. "Se o professor consegue entender o que ocorre quando o aluno está cansado ou desmotivado, por exemplo, é capaz de usar a informação a favor do conhecimento, controlando a situação", explica Laurinda. Não é possível falar em afetividade sem falar em emoção, porém os dois termos não são sinônimos. (SALLA, 2011)

Para Wallon, afetividade e inteligência trabalham juntos para o desenvolvimento do ser humano. Eles se movimentam e interagem para formação do ser como pessoa. A escola tem o dever de fazer exatamente isto, criar um ambiente para a interação entre afetividade e inteligência, razão e emoção, com objetivo de contribuir para que a pessoa se desenvolva como ser completo.
Quando a criança não está disposta, o profissional não a considera como preguiçosa, pouco esforçada; quando a criança está agitada, ele não a considera um problema. Assim, não há problema nenhum de a criança tirar um tempo para descansar, se acalmar, ou para raciocinar com calma. 



 
O professor de filosofia e educação da USP César Aparecido Nunes a descreve assim:
Educação afetiva é a criação de uma atmosfera vivencial de sensibilidades, de gestos elevados, esteticamente belos e bons, como aqueles que cultivamos como essenciais. Praticar a palavra acolhedora, a bendizer os dias e as pessoas, a celebrar os encontros, a pedir desculpas e perdões pelos erros, pelas contradições, pelos desvios padrões que acontecem entre nossos desejos, nossas necessidades e nossos atos reais, é sempre cultivar a paz, a leveza, a generosidade, a esperança, o bom trato, a convivência pluralista, diversa, amorosa, isto é, carregada de laços de pertencimento, de pequenos gestos de acolhimento, de demonstração da especialidade de nossa condição cultural humana.
Educação afetiva é erigir alguns valores como “sagrados” para a convivência familiar, escolar, social e grupal, tais como, a disposição para o trabalho em grupo, a decisão consultiva, as escolhas voltadas para o bem de todos, a paz e a democracia, o respeito à dignidade de toda pessoa, a condenação de toda forma de violência, simbólica ou real, a condenação firme de toda crueldade, de toda covardia, de toda destruição predatória do ecossistema, dos animais, das flores, do meio ambiente, da natureza. Ter sobretudo o sagrado amor à vida, proteger os que precisam de mais afeto, de mais proteção, combater todo sofrimento humano, notadamente aquele socialmente produzido, para que possa ser socialmente transformado.” (NUNES, 2016)
Nenhum adulto bem educado interrompe outro, ou manda parar uma atividade de imediato, assim também faz o educador afetivo. Ele demonstra à criança o mesmo respeito que teria com outro adulto. Muitas vezes ele é flexível e dá um tempinho para a criança acabar a atividade de seu interesse, qualquer que seja, e que tenha dado atenção no momento. Ele não interrompe a concentração da criança mesmo que pareça uma brincadeira sem importância para o adulto; para a criança é sempre um aprendizado.

Em turmas regulares autocráticas existe uma dificuldade de manter os limites dos alunos, deixando algumas vezes os profissionais com dificuldades para discernir a melhor ação para o momento e como lidar com as situações que vão surgindo.

Os educadores pretendem determinar como os alunos devem se vestir (bonés, adornos, cor de tênis e calças, estilo, etc.), como devem se comportar (postura, local das mãos, se podem ou não chupar balas ou comer uma bolacha na classe, permanecer sentado, não falar, fazer filas, etc.) e como usar os materiais (pular linha, lápis, caneta azul, etc.). Ficam atentos às menores “transgressões”, considerando quase tudo como “desrespeito” à figura do professor: observam se os alunos retornam do recreio logo depois do docente; se ainda estão acabando de comer o salgadinho ou de tomar o restinho de um suco ao término do intervalo; se o aluno está chupando pirulito na classe; se está sentado com a nuca apoiada no encosto da cadeira; se quer ir ao banheiro pouco tempo depois do recreio; se está fazendo outra coisa na aula a não ser o exercício, etc. De forma contraditória, tentam ser rigorosos com os alunos, mas são bastante condescendentes consigo próprios, tanto em relação ao exemplo que dão, quanto em relação ao seu comportamento quando estão no papel de alunos ao fazerem cursos...(VINHA,TOGNETTA, 2006b, pag. 03)



Em qualquer pedagogia, em qualquer turma, em qualquer escola do país, ser educado inclui as palavrinhas mágicas como por favor, obrigado, com licença, como se requer de adulto para adulto, assim isto se aplica ao professor e a criança da mesma maneira, inclusive do professor para a criança. A boa educação vai tornando o padrão na mente da criança pelo belo exemplo que o adulto dá. 

É muito importante cobrar das crianças a boa educação?


Ou é algo que vêm naturalmente dum ambiente educado?


A fusão de amor e medo deverá desaparecer da cena moral, pois o respeito unilateral será paulativamente superado pelo respeito mutuo, pela reciprocidade, portanto. A confiança nas outras pessoas não desaparecerá de cena, mas deixará de ser uma condição necessária para o agir moral, sobretudo, também a reciprocidade, será compensada pela vontade de merecer confiança, pelo sentimento da própria honra.
Piaget afirma que o ser o autônomo somente legitima princípios e regras morais inspiradas pela reciprocidade, pela igualdade, pela equidade e pelo respeito mútuo”. (LA TAILLE, 2006, p. 21, 132)

Na educação afetiva a regra não é “professor manda, aluno obedece”, mas a criança aprende os princípios das regras escolares, os porquês de ela existir e participa inclusive nas alterações de regras que se tornam obsoletas quando se mudam as razões para sua existência. As regras inegociáveis são exceção, mas a criança aprende seus princípios igualmente para entender o porquê de segui-las. Você conhece alguma regra que não tem mais uma razão de existir?


Nossos alunos não são diferentes de nós educadores, com as mesmas necessidades humanas. Por que iríamos mostrar todo o respeito para com a pessoa adulta e agir diferente com uma criança que precisa de muito mais carinho e cuidado, especialmente na relação de ensino entre professor e aluno?

[…] o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto. São as nossas emoções que nos ajudaram a interpretar os processos químicos, elétricos, biológicos e sociais que experienciamos, e a vivência das experiências que amamos é que determinará nossa qualidade de vida. Por esta razão, todos estão aptos a aprender quando amarem, quando desejarem, quando forem felizes. (CUNHA, p.67)
 



Educadoras da UNICAMP, VINHA-TOGNETTA observaram turmas autocráticas e turmas democráticas construtivistas:

Os educadores constatam, angustiados, que as brigas estão sendo resolvidas de forma cada vez mais violenta, mas sentem-se despreparados para realizarem intervenções diferentes de conter, punir, acusar, censurar, ameaçar, excluir, ou mesmo ignorar... Assim, acabam por educar moralmente agindo de maneira intuitiva e improvisada, pautando suas intervenções principalmente no senso comum." (VINHA,TOGNETTA, 2009, pag. 532)

Na classe autocrática, as regras existentes e que eram impostas pela professora visavam ao bom comportamento e ao controle. Em nome da disciplina, da “aprendizagem” ou do bom andamento dos trabalhos eram tomadas determinadas medidas autoritárias e impostas regras abusivas, como, por exemplo, querer que as crianças ficassem sentadas em silêncio após concluírem suas atividades ou ainda fixar um horário antes e depois do recreio para irem ao banheiro e beberem água. Outros exemplos de normas abusivas: as crianças não deviam conversar ou somente deviam fazê-lo quando solicitado pela professora; ficar sentado todo o tempo de duração das aulas; não ficar se movimentando pela sala; estar sempre atento; não ficar fazendo outra coisa que não seja aquilo que a professora tenha mandado, etc. As normas não precisavam ser compreendidas, mas obedecidas. Não eram necessários bons argumentos que justificassem a necessidade das regras; bastava a demanda da professora, que reforçava a submissão e a obediência acrítica.

Para manter a obediência, conseguir o silêncio e o bom comportamento, a professora valia-se de ameaças e sanções expiatórias, como, por exemplo, deixar as crianças sem o recreio ou retirar a educação física, realizar cópias, encaminhá-las para a diretoria ou contar aos pais. . .”
Observou-se nessa classe, como em inúmeras outras classes de outras escolas, a necessidade de um controle demasiado por parte da professora, que demonstrava querer legislar sobre quase tudo. Os educadores pretendem determinar como os alunos devem se vestir. . . como devem se comportar. . . e como usar os materiais. Ficam atentos às menores “transgressões”, considerando quase tudo como “desrespeito” à figura do professor: . . De forma contraditória, tentam ser rigorosos com os alunos, mas são bastante condescendentes consigo próprios,tanto em relação ao exemplo que dão, quanto em relação ao seu comportamento quando estão no papel de alunos ao fazerem cursos… Muitos professores e pais brigam com suas crianças, obrigando-as a cumprir essas regras absurdas, sem ao menos pararem para refletir se elas são de fato necessárias para ordenar as relações ou para o processo de aprendizagem, e se são justas e respeitosas.” (VINHA,TOGNETTA, 2006, pag. 03) 
 
 
 

 

Entre os grandes desafios da educação do século XXI, temos “cada vez mais desvelado o lugar opressor das instituições educacionais no processo de formação humana, como foi apontado nas críticas contundentes de Foucault (1995), que destaca uma simetria entre os modelos das celas nos conventos, quartéis, hospitais, fábricas e o das escolas”.

A Educação Afetiva tem como objetivo desfazer este modelo a fim de dar ao estudante escolar o direito a pensar, a ser respeitado e alimentar a esperança de ver um mundo melhor. Mesmo porque o desenvolvimento em relação à escola caminha a passos muito lentos. Foucault identificou o sistema educacional inadequado no século passado. “Na escola, o lugar de cada um, a ordem nas fileiras, a repartição das tarefas, os gestos mais úteis, são postos não só para tornar as pessoas mais submissas, mas também para garantir uma melhor economia do tempo e dos gestos”. (FERREIRA,RÉGNIER, 2010)

A diferença entre turmas autocráticas e democráticas é justamente a afetividade, a preocupação com o ser, suas emoções, seu direito de saber as razões de fazer ou não fazer.

Deste modo, encontra-se comumente nas escolas a imposição de regras tolas e desnecessárias (“não usar modismos”; “não conversar sem autorização do professor”); normas justificadas em nome da igualdade estrita (não da equidade) e da homogeneidade (“eu entendi que você não pode vir com a blusa do uniforme porque derrubou o achocolatado ao sair para o colégio e na casa de seu pai não havia outra blusa limpa, porém regra é regra e não posso abrir exceção, permitindo sua entrada na escola”) ou embasadas na mera obediência à autoridade (“não pode usar boné porque é a regra da escola”; “não fale assim porque senão contarei para seu pai”).

Para que sejam cumpridas, são empregadas formas de legitimação por meio de procedimentos exteriores (receber uma recompensa, ser censurado ou punido) que somente reforçam a submissão e a obediência acrítica.

Em vez de utilizar procedimentos temporários da educação para o presente, que leva o sujeito a conformar-se com as normas, devido às manipulações feitas pelos adultos, como o poder da autoridade, o uso de recompensas (notas altas, pontos positivos, considerações especiais, elogios, etc.) e de punições (notas baixas, advertências, castigos, ameaças, etc.), visando à formação de pessoas autônomas, faz-se necessário que a apropriação das normas ocorra por meio da reflexão, discussão e ação, permitindo à criança perceber as consequências naturais decorrentes de suas atitudes (reciprocidade). (VINHA,TOGNETTA, 2006, pag. 06, 11)
 
 

 
A Educação Afetiva tem objetivo ainda mais sublime. Sublime: o que se apresenta de modo grandioso por meio de atitudes e/ou sentimentos; o mais elevado grau de perfeição, segundo o Dicionário Online De Português.

Todas as crianças têm necessidade de aconchego humano, de cuidados parentais e mais tarde, escolares também. Mas algumas têm mais que outras. Conforme a violência aumenta, as crianças são direta ou indiretamente afetadas. Se houver violência em casa, seja emocional, física ou sexual, então a criança terá uma necessidade de cuidados ternos maiores. É difícil para qualquer um imaginar um adulto, sejam pais ou professores, gritando com esta criança que tanto precisa de carinho. Ou fazendo pressão para que aprenda, ou que simplesmente obedeça os adultos em sua volta. 
 
Algumas podem ser verdadeiras refugiadas, quando a família tem que se mudar de um lugar por diversas razões, inclusive a violência doméstica, ou violência do bairro. Aquelas que sofrem abusos por parte de adultos muitas vezes vão parar em casa de parentes, de estranhos, e até em abrigos quando algum progenitor ou companheiro que mora na casa comete esta atrocidade. Algumas crianças reagem com mau comportamento que pode ser entendido pelos adultos como rebeldia que tem que ser dominada pela força. Muitas vezes mesmo a criança não tem noção nenhuma do que acontece, com o mundo onde vive, nem com sua própria mente e ou com seu corpo e as reações de sua mente aos maus tratos. Mesmo os adultos passam por isto.
 
 

Esta criança, no ambiente escolar, precisa dum cuidado muito especial, e certamente recebe este cuidado. No entanto deve-se notar que muitas vezes a criança pode estar com alguns deste problemas citados anteriormente, ou mesmo separação dos pais, e a escola não sabe. Uma criança que é abusada, às vezes passa anos sem que ninguém saiba disto. Muitas vezes a escola não tem a mínima ideia que um adolescente pensa em suicídio. É a Educação afetiva que suavizará, abrandará a dor secreta; às vezes dor que nem a criança tem noção do que seja ou suas implicações no seu psique.
 
 
            - Existe realmente alguma diferença na necessidade de cuidados para com a criança abusada e as demais?
 

É fácil e humano cuidar de alguém depois que se sabe de seu sofrimento. Mas imagine que adultos, numa escola normal, usem de gritos, pressão emocional, ameaças e até omissões de cuidado. No entanto, todas as crianças de todas as escolas do mundo têm, em algum nível a necessidade de carinho, umas mais que outras. Então a Educação Afetiva realmente tem o poder de desfazer o modelo ultrapassado que Foucault (1995) rejeitou. 




 

Podemos compreender que uma educação afetiva nos guiará para encontrarmos mecanismos de auxílio para nossa didática e nos tornará educadores melhores. Esta relação entre a educação afetiva e o bem estar geral das emoções se liga a mecânica de aprender na mente e em todo o corpo do educando.

As autoras de “A importância da afetividade na aprendizagem dos alunos”, (SIQUEIRA, NETO, FLORÊNCIO, 2011) resumem bem quando, analisando CUNHA, SALTINI e MARTINLLE, concluem que “quando uma criança sente-se amada, querida, respeitada pelo professor que demonstra tal atitude, com certeza este aluno sentirá desejo de aprender. A pedagogia é esta linha que deveríamos seguir em sala de aula, demonstrando afeto, sensibilidade, respeito, responsabilidade, dedicação, empatia e principalmente compromisso com o que se faz e para quem se faz”.


A educação é uma arte”, defende Saltini (2008, pag. 69). A sala de aula é o espaço propício para esta arte, desde que o ambiente seja preparado pelo professor com afeto e carinho . Este autor explica que o professor deve conhecer seu aluno e ajustar seu ensino, pois não é o dono do saber. Para isto o educador precisa ouvir a criança. Poderíamos entender de maneira simples, basta olharmos com o olhar da criança, de sua vivência, de suas vontades e de suas limitações. Saltini salienta que “educador não fala horas a fio, mas mantém um diálogo”. E quando ele diz que “o professor acredita que o aluno tem a capacidade de gerar ideias e colocá-las a serviço da vida”, quer dizer que, além de escutar a criança, se colocando ao nível de seus olhos, o professor também usará o que a criança produziu em formas de ideias, planos, opiniões para enriquecer o seu conteúdo didático. E os elogios devem ser dados abundantemente. 


O professor é o grande responsável por estimular e manter esse vínculo afetivo; é a figura do professor que fornece segurança ao aluno no ambiente escolar e em seu envolvimento com o processo ensino-aprendizagem.

Pacheco (2014) afirma que quando a relação professor-aluno é recíproca de bons encontros, cria-se um laço afetivo colaborando para o processo de ensino e aprendizagem. Essa ligação afetiva entre professor e aluno não se limita somente ao carinho físico, mas também na forma que o aluno é tratado. O tom da voz, gestos e palavras são grandes aliados do professor para estabelecer uma boa comunicação afetiva com seus alunos. 
 
 
Para Luck e Carneiro (1983), os educadores que são capazes de desenvolver habilidades de comportamento afetivo conseguem ter maior desempenho de seus alunos. Algumas habilidades que os autores citam é que a afetividade não se limita a carinho físico, muitas vezes se dá em forma de elogios superficiais, ouvir o aluno, dar importância às suas ideias. É importante destacar essa forma de afetividade, pois às vezes nem percebemos que pequenos gestos e palavras são maneiras de comunicação afetiva. (A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM - Beatriz Buzzo Moreira, Renato Cezar Silvério Júnior) 
 

 

A grande inclusão que precisamos na educação não é a tecnológica – embora necessária – mas a afetiva e a de valores: Inclusão afetiva: acolher os alunos, valorizá-los, dar-lhes força, esperança, entusiasmo. Alunos motivados vão mais longe, caminham com mais autonomia. A afetividade é um componente fundamental pedagógico e contribui decisivamente para o sucesso pessoal e grupal.
Além da inclusão digital precisamos da inclusão afetiva e ética: termos educadores e gestores confiáveis, que inspirem confiança, não porque sabem tudo, mas porque procuram ajudar os alunos a caminhar por si mesmos, a aprender juntos, a acreditar nas possibilidades de cada um.” (MORON 2007, pág.1)
 

Quando um professor prepara uma aula e espera que as crianças “se esforcem em aprender”, ele impõe uma obrigação à criança para que aprenda. Na verdade não existe esta obrigação, por isto que as aulas são dadas de maneira lúdica. É brincando que a criança aprende. Se o professor inserir em seus conteúdos brincadeiras prazerosas para a criança, ela não precisará se esforçar. O professor deverá entender que uma criança poderá aprender brincando, mas ele não deveria exigir que a criança aprenda por uma brincadeira idealizada por ele. Se uma escola entende que a criança não está ali para brincar mas para aprender, ela se confronta com a ideia do que seja aprender de maneira lúdica. Se a criança tem que se esforçar em aprender, mesmo de maneira lúdica, o fim que se deseja atingir está invertido. É por meio do prazer de brincar que a criança inevitavelmente aprende, então não precisa de pressão para o aprendizado.                                                       




Professores devem estar conscientes que “a serenidade e a paciência, mesmo em situações difíceis, fazem parte da paz que a criança necessita” (SIQUEIRA, NETO, FLORÊNCIO, 2011). O professor jamais irá perder o controle de suas emoções. Com este ambiente respeitoso e pacífico será fácil para o professor dar aulas de qualidade com a total colaboração dos educandos. Ele não irá julgar os educandos como sem interesse ou alienados, mas serão uma equipe trabalhando em uníssono para o bem de todos.
Propiciar um ambiente favorável à aprendizagem em que sejam trabalhados a autoestima, a confiança, o respeito mútuo, a valorização do aluno”. Martinelli (2005, p 116)

Num tempo em que a violência na escola aumenta e a pressão sobre todos, professores e alunos, aumenta igualmente, a Base Nacional Comum Curricular, BNCC, demonstra esta preocupação com o lado emocional quando define a educação sócio emocional como parte essencial da educação.

O resultado da soma das ações afetivas é a produção de autonomia nos alunos. Alunos autônomos são seres capazes de tomar decisões por si mesmos e equilibradas. Estes conseguem analisar a situação, contabilizar as informações disponíveis, e são aptos para não depender de outros, ainda que outros colaborem com informações pertinentes.



Escolas com Pedagogia Afetiva

Escolas reestruturadas em países de língua espanhola nas Américas e na Europa adotaram esta pedagogia. Em 2012, empresas de produção de vídeos, 704 no total, produziram um vídeo em colaboração e entrevistaram profissionais de dezenas destas escolas e como estão dando certo. O vídeo tem o tema original de “Educação Proibida”, mas pode-se achar pelo nome de “Escola do Futuro”.

No Brasil, na UNICAMP, há mais de 10 anos um grupo de pesquisadores ligados a educação têm feito estudos sobre como como lidar com conflitos dentro das escolas. A Doutora Telma Vinha lidera um grupo que estuda as diversas maneiras em que tratamos os conflitos, e quais as melhores práticas e estas são as que se baseiam na afetividade e no construtivismo. O Vídeo com palestra está com nome de “Mediando Conflitos Na Escola – Telma Vinha”.
 

 

No Brasil existem inúmeras escolas que praticam a pedagogia afetiva. Escolas construtivistas, a Nova Escola e as Escolas Waldorf fazem parte deste rol. Pode-se achar muitos vídeos sobre escolas com Pedagogia Waldorf no YouTube, e matérias no site do Instituto Ruth Salles.

As “Diretrizes Para o Programa de Escola Integral” do Estado de São Paulo apresenta o modelo pedagógico e o modelo de gestão no Programa de Ensino Integral de São Paulo que tem como visão de futuro “ser, em 2030, reconhecida internacionalmente como uma rede de ensino integral pública de excelência posicionada entre as 25 primeiras do mundo”.

[…] a necessidade premente de repensar o atual modelo de escola e redesenhar o papel que essa instituição deve ter para a vida e para o desenvolvimento do jovem do século XXI. Isso implica mudanças tanto na abordagem pedagógica, no conteúdo do currículo e na carga horária do ensino oferecido.

A educação proposta neste modelo tem como objetivo principal desenvolver jovens autônomos, solidários e competentes, com oferta de espaços de vivência para que eles próprios possam empreender a realização das suas potencialidades pessoais e sociais.

Para formar o jovem idealizado (autônomo, solidário e competente) a prática pedagógica dos educadores deve ser modificada de modo que o jovem seja tratado como fonte de iniciativa para desenvolver capacidade de agir, não sendo passivo no processo pedagógico.
Dentro do currículo do Ensino Integral as disciplinas eletivas ocupam um lugar central no que tange à diversificação das experiências escolares, oferecendo um espaço privilegiado para a experimentação, a interdisciplinaridade e o aprofundamento dos estudos. Por meio delas é possível propiciar o desenvolvimento das diferentes linguagens, plástica, verbal, matemática, gráfica e corporal, além de proporcionar a expressão e comunicação de ideias e a interpretação e a fruição de produções culturais.

[...]os alunos participam da construção do seu próprio currículo; da ampliação, da diversificação de conceitos, procedimentos ou temáticas de uma disciplina ou área de conhecimento que não são garantidas no espaço cotidiano disciplinar; o desenvolvimento de projetos de acordo com os seus interesses relacionados aos seus Projetos de Vida e/ou da comunidade a que pertencem; o favorecimento da preparação para a futura aquisição de capacidades específicas e de gestão para o mundo do trabalho, dentre outras.
Tendo em vista o incentivo à convivência e à troca de experiências, as eletivas têm por princípio a integração de alunos dos diversos anos/séries. No ensino fundamental podem ser agrupados alunos do 6º e 7º anos e do 8º e 9º anos. No ensino médio podem ser agrupados alunos das três séries. 



 
 
 

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Referências


Moreira, Beatriz Buzzo, Silvério, Renato Cezar Junior. A importância da afetividade na aprendizagem. 2017 


Silveira, Elisete Avila. Importância da Afetividade na Aprendizagem
Escolar: O Afeto na Relação Aluno-Professor.
Março/2014
SILVA, Cleânia de Sales. A Afetividade Na Aprendizagem: O Olhar De Alunos Do 6º Ano Do Ensino Fundamental. 2015




ANTUNES, Celso. Relações interpessoais e autoestima: a sala de aula como espaço do crescimento integral. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.








NUNES, César Aparecido, 2016, http://www.profcesarnunes.com.br/blog/. Acesso em: 02 out. 2019.




TAILLE, Yves De La. Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas. 2011.




CUNHA, A. E. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak, 2008, p. 67.




VINHA, Telma Pileggi; TOGNETTA, Luciene Regina Paulino. Construindo a Autonomia Moral Na Escola: os conflitos interpessoais e a aprendizagem dos valores. 2009.


VINHA, Telma Pileggi; TOGNETTA, Luciene Regina Paulino. Considerações Sobre As Regras Existentes Nas Classes Democráticas E Autocráticas. 2006.




FERREIRA, Aurino Lima; RÉGNIER, Nadja Maria Acioly. Contribuições de Henry Wallon à relação cognição e afetividade na educação. Educ. rev. nº.36 Curitiba 2010, Editora UFPR.


FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: o nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1995.


SIQUEIRA, Alessandra de Oliveira; NETO Demuniz Diniz da Silva; FLORÊNCIO,Rutemara. A Importância Da Afetividade Na Aprendizagem Dos Alunos. FACETEN 2011


CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak 2008 .


MARTINELLI, Selma de Cássia. Dificuldades de Aprendizagem no Contexto
Psicopedagógico. Petrópolis , RJ: Vozes, 2005.


SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak 2008.




NUNES, César Aparecido. Educação afetiva ou controladora? Foco no conteúdo ou em valores? -Texto complementar do livro “A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá”, 2016, p. 56-59.




A ESCOLA DO FUTURO”. Disponível em https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/ 2019/07/educacao-proibida.html. Acesso em: 02 out. 2019




Mediando Conflitos Na Escola - Telma Vinha”. https://vivendosoilusaoedu.blogspot.com/2019/10/mediando-conflitos-na-escola.html. Acesso em: 02 out. 2019


Diretrizes Para o Programa de Escola Integral”, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Páginas 11, 14, 15, 10, 29 e 30.



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