quarta-feira, 11 de março de 2015

A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 01




A implantação de Escola Integral exige certamente muito planejamento. 
Este texto não entra em sala de aula, mas passeia pelos corredores e pelo setor administrativo. 
O que se espera de uma escola que pretende “educar” crianças duma determinada comunidade?
Ensinar a ler e escrever” e o que mais?
  • Está a escola preocupada com o cidadão(ã) que sairá dali para o mundo?
  • Com sua saúde física, mental e emocional?
  • Com sua boa educação, moral e ética, além da simples graduação?
    • Quer melhorar o Ideb da escola?
      • Quer ter mais qualidade de ensino?
O que realmente acontece é que deixamos “a vida me levar”, o que é um erro muito grande. Temos que nos planejar, determinar o que e como faremos tudo, sempre. “Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer.
Esperar que tudo dê certo sem a devida preparação, sem estudo, sem diagnóstico, sem cada um saber exatamente o que fazer, é viver na ilusão que mesmo assim vai dar certo.

Sem planejamento, fazemos 'mal feito', sempre. Porque fazemos o que dá na cabeça na hora sem maiores aprofundamentos ou consultas a outros que poderiam ajudar. A correria nos tira tempo para este planejamento e, sem este, a correria aumenta.

Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.... de Albert Einstein.

Eficiência trata de como fazer, não do que fazer. Trata de fazer certo a coisa, e não fazer a coisa certa. Já a eficácia trata do que fazer, de fazer as coisas certas, da decisão de que caminho seguir (Peter Ferdinand Drucker).
Imagine que haja um vazamento de água no escritório. O primeiro funcionário imediatamente corre atrás de um pano, de um balde e de um rodo para retirar toda a água do ambiente. Ele foi eficiente, pois fez de maneira certa o que deveria ser feito. Viu o problema e resolveu. O segundo funcionário procurou observar toda a sala e tentar encontrar a origem para o surgimento de tanta água, concluiu que vinha exclusivamente do banheiro instalado dentro à sala. Uma vez lá dentro, eliminou todo o problema de vazamento. Este funcionário foi eficaz, pois fez o que era certo fazer para solucionar o caso. Ele pensou ANTES de executar. BRENDER, Arthur. “A diferença entre eficiência e eficácia”



Logo Escola Integral de Itapetininga/SP



Na implantação da Escola Integral
Muitos gestores, da própria escola assim como das secretarias dos municípios, acham que para iniciar uma escola de tempo integral basta que as crianças fiquem o dobro do tempo na escola. Continuam agindo, se movimentando, administrando, como se fosse uma escola regular com tempo maior de crianças nela. É um equívoco enorme!

Escola regular é uma coisa, escola integral é outra coisa.


“. . .os possíveis fatores críticos, imprevistos, obstáculos e dificuldades deverão ser identificados e, para cada um deles, uma estratégia de equacionamento deverá ser apontada”. http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/342.pdf

Quando se pensa em iniciar uma "Escola Integral", antes precisa-se dar passos seguros e bem alicerçados:
- entender exatamente do que se trata, depois como escolher as oficinas (ou como quiser nomeá-las), quem serão os profissionais melhor preparados para tal, espaços físicos disponíveis e diretrizes para lidar com a rotina bem diferente duma escola regular. 


". . . aprender e desenvolver práticas que irão apoiá-los no planejamento e execução do seu Projeto de Vida (do aluno). Não apenas o desenho curricular dessas escolas é diferenciado, mas também a sua metodologia, o modelo pedagógico e o modelo de gestão escolar, enquanto instrumento de planejamento, gerenciamento e avaliação das atividades de toda comunidade escolar. . . .O grande diferencial deste modelo é a oferta das condições para elaboração de um Projeto de Vida. Trata Protagonismo Juvenil. . ." (Diretrizes do Programa Ensino Integral- Governo São Paulo)


Parques educacionais 
Oficina em escola integral é mais informal, com espaços mais livres, crianças mais à vontade, sem a cobrança e pressão, com ambientes alegres e motivadores. Na verdade, é um parque educacional, um lugar aconchegante, acolhedor, sem pressão, onde crianças adoram estar para aprender. Professores estão ali para "compartilhar" brincadeiras  educacionais sem ninguém com rosto carrancudo, sem conteúdos com prazos curtos, sem estresse. As crianças têm a oportunidade de descobrir seus talentos e ali estes são trabalhados com alegria pelos profissionais.

"O objetivo é aprender o quê? Conhecimentos? Ou ir desenvolvendo capacidades humanas que só se desenvolvem a partir da relação com o outro, a partir do tempo, do processo, da experiência, da comunicação, de se verem, de se reconhecerem, . . . e do amor!"

A escola integral começa com atitudes corretas para com esta. Assim quais oficinas serão oferecidas? 


A ESCOLA INTEGRAL COMEÇA AQUI!

Oficinas que suprem verdadeiras necessidades da comunidade  
Quais oficinas serão oferecidas?
Grande parte do fracasso das escolas regulares é ensinar tantos conteúdos teóricos que o aluno jamais irá usar na vida.
Por outro lado falha em não ensinar conteúdos práticos que todo cidadão precisa para sobreviver. 
Enquanto a criança está perdendo tempo em uma oficina desinteressante que não a ajudará em nada quando for adulto, estas deveriam dar um apoio real e efetivo à sua vida. Considere que já há muitas crianças, por exemplo, que são youtubers, gravando, editando, fazendo acontecer enquanto a escola fica para trás com oficinas e professores mal informados do que são as profissões (e interesses) do futuro. 
Que tipo de escola "obriga" o aluno a estar numa oficina em que obriga este a desenvolver talento que este não tem, trata de um assunto que este não gosta e prepara este aluno para algo que nunca usará na vida?

Por exemplo, decidiu-se em algumas escolas abrir oficina de dança. Todos os alunos foram obrigados a participar. Já começou estranho. Nas escolas modernas (Nova Escola) um aluno jamais é "obrigado" a participar de uma oficina. Então os meninos que não gostam de dançar, que não têm talento para dançar, que não irão dançar na vida adulta, estão ali obrigados a cumprir um plano da escola. Só o fato de serem obrigados já deturpa todo o objetivo da Escola Integral.
Conforme estas crianças, que não têm nada a ver com a dança, permanecem nesta oficina, estas ficam desmotivadas, não é a praia delas, professores ficam estressados, os resultados demoram, . . . um desastre. E para quê, se nunca usarão na vida?

Para isto, a comunidade, especialmente as crianças e pais, deveria ser perguntada antes, assim como também ser feito um estudo sobre como isto afetará a vida deles quando adultos, e não ser uma decisão externa sem noção!

Pense numa oficina de dança em que todos os alunos ali gostam, que escolheram aquela oficina e vão à escola felizes na expectativa de estar ali, que têm talentos a serem desenvolvidos e a comunidade têm na dança muito interesse, inclusive profissionais, ou culturais! Se esta oficina ensinar as danças típicas da região, danças que todos adoram, seja street dance ou danças folclóricas, que servirão para o bem estar físico, emocional e espiritual das crianças, que levará a criança a estar bem com a comunidade em suas festas e eventos culturais, esta é a oficina que formará a criança feliz. Elas estarão felizes, producentes, assim como seus pais darão todo apoio. Pais poderiam até participar da mesma. 



  
Quantas oficinas poderiam ser assim! Veja mais exemplos:

Oficina de educação financeira.
As crianças irão aprender a historia do dinheiro, aprender a poupar moedas. Aprender a captar valores, não apenas ganhar dos pais e padrinhos. Desenvolver controle de gastos pessoais. Deixarem de ser consumidores, mas empreendedores. Treinarão para não estar em dívidas mas se desenrolar das mesmas; lidar com várias dívidas de cartão, usando cálculos de matemática e por juntá-las em uma financiada a juros baixíssimos. Saberão comprar de modo econômico por fazer pesquisa de preços com profissionalismo, calcular financiamentos de carros, consórcios ou casa própria com destreza.
A criança deixará de gastar tanto tempo em jogos eletrônicos violentos pelo celular e aprenderá a investir em ações, tesouro direto, fundos imobiliários, forex, investimentos que os brasileiros começam com trinta reais e qualquer criança pode aprender. 
Aprende-se como fazer orçamento doméstico, planilha de gastos, prospectos de gastos futuros inteligentes, a juntar e acumular bens morais, sociais e humanos, não bens materiais ou objetos que usarão pouco ou nunca. Aprenderão controle financeiro e desapego, produzirão riquezas, terão poucas coisas mas valiosas.   
Aprendem a como construir seus próprios negócios, comércios ou empresas.
As crianças deixam de ser consumidores desenfreados para produzirem suas próprias rendas mesmo antes de entrarem no mercado de trabalho. Não precisam crescer para serem adultos "trabalhadores de fábrica", funcionários,  mas investidores autônomos que dão conta de pagar suas faculdades e suas vidas. 
Esta oficina poderia durar 5 anos ou mais.

Oficina de cinema
Aprendem a produção através das mídias, a filmar e fazer edições de vídeo. Aprendem a produzir, dirigir, criar histórias e roteiros. Aprendem a fazer registros jornalísticos, vinhetas, música para vídeos, trilhas sonoras. Aprendem a ser youtubers com conteúdos de qualidade. Aprendem a otimizar vídeos com  introduções, vinhetas, rotina, estilo de abordagem e exposição. A produção de Webinar em sala ao vivo, pesquisa de história, de tecnologia, produtos, de moda, de tipos de linguagens contemporâneas. E a fazer rádios on line, podcast, reportagens e jornalismo.




Oficina de relacionamento humano
Sociologia moderna, relação e convivência humana, psicologia, menstruação, namoro gravidez e casamento, prevenção de suicídio, marketing, propaganda, mídias sociais, etc.

Oficina de simulação da Nova Escola
Nesta oficina se faz o estudo e a experimentação do que os grandes pensadores idealistas preconizam a quase um século, como as escolas Waldorf. Crianças de mais de uma faixa etária em uma sala, uma ajudando outra. Avaliações autônomas de aproveitamento (feita pelas próprias crianças). Crianças aprendendo a resolver conflitos por elas mesmas, ou mediando conflitos entre pares. Crianças que têm o sonho de se tornarem futuramente professores da Nova Escola podem ser treinadas para a mesma.  


 
 
Oficina de robótica
Esta é uma das oficinas que mais se encaixam no perfil da Nova Escola.
É profissão do futuro. Alunos podem se expressar de milhões de formas diferentes. A criatividade impera. O entusiamo é estimulante. Os resultados dos projetos são rápidos e animadores. Esta oficina produz soluções criativas assim como alunos com capacidades para criarem soluções simples e modernas para todo tipo de problema. O papel do professor é essencial para que os alunos se sintam livres para buscar ideias e aplicá-las. Procure no Google (imagens e vídeos) por bicicletas do futuro, transportes do futuro, equipamentos do futuro, aplicativos do futuro, drones do futuro, etc, e veja o que os alunos de robótica já estão produzindo.  
 
 
As oficinas são o cerne da questão, o resto se resolve
As oficinas devem ser pensadas antes. Não adianta serem de conteúdos teóricos, nem serem obrigatórias para todos. Não adianta ser de algo que nunca usarão na vida. Se alguém não tem tino para música, não tem interesse, não tem "alma de artista", mas tem altos potenciais para alguma outra profissão do futuro, que faça uma oficina correspondente e não perca valioso tempo na oficina errada. 
Se tem facilidade com matemática, se ama resolver problemas usando cálculos, se tem talento para ser um profissional da área das exatas, que esteja numa oficina que trate disto. 
Mas que seja uma oficina em que se "brinque" de matemática e de se resolver cálculos em diversas áreas, sem ter que dar "prova" que aprendeu, sem ter um professor fazendo pressão, despejando conceitos intelectuais pré programados, guiando com freios e bridões, antolhos e cabrestos. Mas que permita a criança navegar por mares do conhecimento descobertos por ela mesma, experimentando conhecimentos, investigando e aprendendo. Avaliações com critérios pré definidos do que a criança "deve" atingir como objetivo não cabem nas oficinas da Nova Escola.

Ao professor, basta preparar o ambiente em sala ou fora dela na natureza, para que o "pequeno detetive" se esbalde em suas pesquisas, investigações e diligências. Que não se coloque alvos que o adulto ache que a mesma deva alcançar! E que a criança chegue a conclusões, já sabidas pelos adultos, por ela mesma, ou que descubra novos conhecimentos mesmo que sejam desconhecidos dos adultos próximos!  

- "Mas as crianças ainda não têm ideia do que serão na vida!

Todo professor sabe em que seus alunos são melhores e em que têm dificuldades, mesmo os pequenos. Professores observadores observam indícios fortes de talentos mesmo em seres de tenra infância.
De qualquer forma, nossos pequenos gênios são todos curiosos, "verdadeiros detetives", cada um em sua área e talento, descobrirão por eles mesmos quais oficinas mais se adequam aos seus talentos.

Obrigamos alunos a aprender o que não é de sua natureza                                      
 Quando temos pequenos alunos com "dificuldades de aprendizagem", na verdade, eles são rotulados por nós como "pouco esforçados" porque nós impomos a eles o nosso conceito do que precisam aprender, e mesmo que tenham dificuldades, nós os obrigamos a entender aquilo que é o nosso conteúdo, ou o currículo que alguém elaborou para aqueles daquela idade. 




Deixe-os "investigarem" áreas em que se dão bem, que têm facilidade e veja que vão se esbaldar com dedicação quando fazem o que gostam.  

Encare-os como uma floresta que cresce por si própria, para a direção que quer, com equilíbrio, leveza e beleza. Seus rios acham seus caminhos assim como fazem seus pequenos animais e plantas trepadeiras. Não se agridem, mas convivem. Vencem dificuldades, se ajustam, se reinventam e se resolvem. Agora pense quando o homem faz pequenas interferências, ele destrói o equilíbrio, às vezes "mata" a mata. Quando o homem se retira, ela viceja novamente.

As crianças "se resolvem". Observe crianças brincando. Mas se contenha, não interfira. Veja como elas se resolvem na maior parte do tempo. Às vezes usam soluções totalmente contrárias ao que achamos ser melhor, e funciona para elas.

Não é feio aos profissionais, mesmo aos professores das oficinas, admitir que podem "aprender com as experiencias inusitadas" de seus próprios alunos. Isto só acontece porque dão liberdade às suas genialidades, sem impor seu conceito restrito ao aprendizado.

Sai a competição, entra a colaboração.
Nas oficinas, sai a competição, entra a colaboração. Desaparecem "os melhores", surge a igualdade. Observe crianças brincando. Se houver uma criança aleijada ou com algum sentido prejudicado, de cor diferente ou de idioma diferente, elas "se resolvem", inventam maneiras de se entender. A competição é resultado de rótulos que pais, escola, televisão, jogos diversos impregnam no cérebro humano. A criança não nasce com isto. Se ajudada a raciocinar para a paz, para compartilhar, para o espírito de equipe, elas "arrebentam" a boca do balão. Ficam especializadas.
Mas nós adultos, como velha escola, induzimo-nas a querer ser "melhores" que outros, com melhores bens materiais, com "melhores notas" na escola, melhores na educação física e nos jogos, e surgem os melhores e os piores, os de "segunda classe", os evitados, fracassados porque não dão conta de lições que adultos acham que todos "tem" que assimilar. 
Vinte anos mais tarde, aqueles "piores" poderão ser empresários, ou atletas de elite, ou líderes bem sucedidos, ou excelentes profissionais da tecnologia; os tempos mudaram. Os "melhores" segundo o conceito dos adultos da velha escola, podem ser contratados pelos "piores" que se tornaram adultos bem sucedidos.   

Nas oficinas da Escola Nova, não existem "melhores", pois cada um se desenvolve a seu próprio tempo em sua própria área. Lembra da época em que cada criança começa a falar, a andar, a reconhecer pessoas, a entender frases mais complexas? Cada criança tem seu tempo, e nem precisa um curso especializado, aprendem por observação e imitação. 
Você conhece algumas crianças que em pouquíssimo tempo aprendem a falar um idioma diferente? Na Rússia tem milhões que aprenderam a falar russo, sem fazer curso nenhum, sem saber gramática. Na China têm muito mais crianças que falam mandarim. Estamos falando de crianças com meses ou um ano de vida. E como aprenderam? Só observando.




De maneira que inexistem todos aqueles "problemas" da velha escola, com crianças mal educadas, abaixo do aproveitamento, agitadas, "zumbitalinas", TDAH, com famílias desequilibradas, NAOs (Não Atingiu Objetivos), sem atenção, sem concentração, etc.

No dia em que a criança está mais lenta, não tem problema nenhum, ela descansa dentro da oficinas sob a observação do professor. No dia em que está mais irritadiça, agitada, não tem problema, o professor dará uma atividade que corresponda, ou não dará nada. Não tem problema!

Como adulto, especialmente se for "trabalhador em fábrica", já aconteceu contigo de estar desmotivado, cansado, irritadiço, nostálgico, catatônico, saudoso, resfriado, com enxaqueca, e tem que levantar cedo para trabalhar, bater o ponto sem atraso, cumprir metas com o chefe do teu lado, olhares relampeantes debaixo duma sobrancelha que parece uma faca deslizando em tua direção?
  




As oficinas da Escola Integral são exatamente o oposto disto! 

Criança na oficina errada!  
Se uma criança frequenta determinada oficina em que se acha que irá ter prazer, mas que não acontecem resultados por ela mesma esperados, que experimente outras até que a criança encontre harmonia, seu talento com a atividade da oficina. 
 
- "Mas mesmo na oficina errada a criança aprende "noções" de conteúdos que usará na vida." Isto é pensamento da velha escola! 

Que a criança, então, aprenda "noções" em uma oficina que a leve direto para um futuro de sucesso na vida sem perder tempo com conteúdos não afins!

- "Mas estes exemplos de oficinas acima parecem ter conteúdo tão "adulto"! Até parece conteúdo de faculdade!"

Esta é a ideia!

Na Velha escola a criança passa mais de vinte anos construindo a base para só após adolescência "decidir-se" por uma profissão e faculdade apropriada. Quando erra a faculdade, desiste e começa outra. Muitas vezes entra numa profissão que não é a praia dela ou que está em baixa ou mesmo que irá desaparecer em breve. 
Nestes vinte anos, aprende tudo que "os adultos" quiseram (ou obrigaram algumas vezes) que aprendessem, ou não, só decoraram para passar em provas e vestibulares! 





Enquanto isto, muitos adolescentes do futuro já estão se virando como Gamers, Youtubers, e uma variedade de "novas profissões" ligadas a tecnologia. 
E eles nem entraram numa universidade ainda! 
E muitos de seus professores nem têm ideia do que seja isto, alguns nem tem ideia que seu aluno "se vira" na tecnologia, e ingenuamente acham que vão "ensinar" isto para os experts.  Professores "pretendem" ensinar seus pupilos tecnologia, mal sabem que alunos estão anos luz a frente de nós, professores da antiga geração tecnológica.

Assim, "diante da complexidade de seu papel e da velocidade que as inovações acontecem, os professores necessitam familiarizarem-se com os avanços da tecnologia da informação e comunicação, rever o que ensinar e como ensinar; daí a importância de se garantir as melhores condições que o regime de dedicação exclusiva vem oferecer ao trabalho docente," diz a Diretrizes paulista. O professor da Nova Escola deixa aluno ensinar a si mesmo e a compartilhar o conhecimento com seus pares. Ensinam e aprendem uns com outros, o professor mais observa para posterior orientação.
 

O que se requer duma escola do futuro? Viver de passado? A diferença entre "Velha Escola" e a "nova Escola" fica muito evidente nas oficinas da uma escola integral.  

Leia: POR QUE AS ESCOLAS FRACASSAM - A VELHA VS A NOVA ESCOLA

As "Diretrizes" para Escola Integral de São Paulo orienta: "os alunos participam da construção do seu próprio currículo; da ampliação, da diversificação de conceitos, procedimentos ou temáticas de uma disciplina ou área de conhecimento que não são garantidas no espaço cotidiano disciplinar; o desenvolvimento de projetos de acordo com os seus interesses relacionados aos seus Projetos de Vida e/ou da comunidade a que pertencem;"

Aquela criançada toda misturada
Crianças de várias faixas etárias podem trocar experiências juntas.
O "Diretrizes" de São Paulo também contempla a ideia: "Tendo em vista o incentivo à convivência e à troca de experiências, as eletivas têm por princípio a integração de alunos dos diversos anos/séries. No ensino fundamental podem ser agrupados alunos do 6º e 7º anos e do 8º e 9º anos. No ensino médio podem ser agrupados alunos das três séries. Para assegurar essa participação na organização do horário escolar as eletivas devem ser oferecidas todas no mesmo horário."

O vídeoA ESCOLA DO FUTURO, mostra isto na prática, bem como sua justificativa.

O "Diretrizes para Ensino Integral" é citado neste texto como um exemplo de boas ideias. Mas há uma variedade de boas ideias que giram em torno de diretrizes de outros  como esta de São Paulo.

Leveza alegria e transparência 
Numa escola democrática, a leveza e alegria deve acompanhar a transparência, o que quer dizer que todos, incluindo os funcionários, podem observar as aulas, entender o que se passa nas oficinas, contribuir com ideias inovadoras e originais. Mesmo respeitando seus limites da função, sem interferir jamais na função de outros profissionais, pode-se observar com entusiasmo o bem que as oficinas estão fazendo às crianças.

Isto pode ser feito com comunicações diversas como a rádio da escola que "noticia" o que se está fazendo em cada oficina e registra trabalhos em andamento ou prontos, ou em folderes distribuídos ou mesmo em registro em cartaz ao lado das portas das oficinas.

Os profissionais de cada oficina não devem jamais ficar pressionados pelo projeto, mas com o desejo de que todos vejam os trabalhos desenvolvidos, com direito a todos os erros inerentes ao ser humano, compartilhar seus esforços e seus resultados com a comunidade escolar. Pais podem ser convidados a compartilhar estes resultados. 

Não será como na velha escola onde se tem prazos para tudo, as oficinas são sem prazo pois dependem da capacidade, dos talentos, da disponibilidade de ferramentas, para projetos ficarem prontos. Não é porque haverá um evento na cidade, ou um concurso na mídia, que a oficina ira "apurar" o andamento da mesma só para se apresentar. Se não houver tempo, fica para o próximo ano. 

O objetivo das oficinas não é "mostrar", "exibir", muito menos "ostentar" os resultados, mas "ensinar e desenvolver os talentos e capacidades dos alunos"

Quando houver a possibilidade e coincidência de datas, apresentações podem ser feitas com leveza e entusiasmo de quem conseguiu com todo o tempo e apoio, resultado concreto: aprendizado real e voluntário das crianças.  





TRANSFORMANDO A ESCOLA REGULAR EM INTEGRAL

O primeiro desafio é o espaço
Mas vamos primeiro aos cálculos.
É muito claro que o número de alunos dobra no momento em que estão por dois períodos na escola. Os que vinham só de manhã estarão também à tarde e vice-versa. Mas, é mais que isto.
Quanto ao espaço, precisa-se do dobro de espaços, não tem jeito.
Quanto a alimentação será mais que o dobro. Se uma escola tem 200 alunos, 100 de manhã e 100 à tarde, na integral haverá 200 de manhã, 200 à tarde e 200 na hora do almoço. Vamos as contas.
Alimentação que era servida para 100 alunos de manhã, será servida para duzentos. Por dia servia-se 200 refeições, agora serão 200 mais 200 mais 200, ou seja 600 refeições. Três vezes mais louças, mais gás, mais energia, mais água, mais trabalho para merendeiras, mas espaço para acondicionar itens, mais viagens de entregadores, etc. E mais espaço para alunos sentarem-se à mesa.
Vamos ao número de itens de limpeza. Haverá de manhã a movimentação do dobro de alunos para ir ao banheiro e para escovar dentes. Assim será à tarde e o mesmo na hora do almoço. O pedido de material de limpeza será triplicado. Na cozinha haverá três vezes mais louças, mais material de limpeza. Em dia de chuva então . . .
Material pedagógico também aumentará.
E as cotas de fotocópias? Imaginemos uma escola com 200 alunos de 1º ao 5º ano. Antes cada professora poderia ter uma cota de folhas por aluno de sua turma. Com as oficinas, se for disciplinas estendidas, duplicará o número. Se houver professores exclusivos para oficinas, cada um destes estará dando aulas para 200 alunos, seja de letramento, matemática, dança, tênis ou karatê, ou qualquer oficina. Se todos os alunos participarem de cada oficina, “cada uma delas” terá 200 alunos. Se os professores quiserem fazer uma prova escrita numa determinada semana, conte com 200 cópias por oficina, a mesma quantidade para a escola anterior inteira.

Falta de espaço não é limitação para escola integral
1º PASSO – O espaço físico da escola não é determinante para a oferta de Educação Integral. O reconhecimento de que a escola não tem espaço físico para acolher as crianças, adolescentes e jovens nas atividades de Educação Integral não pode desmobilizar. O mapeamento de espaços, tempos e oportunidades é tarefa que deve ser feita com as famílias, os vizinhos, enfim, toda a comunidade”.

Quer dizer, a escola procurará por espaços 'mal usados' entre os seus muros, depois poderá usar espaços cedidos pela comunidade para as oficinas.
Se for espaço adjunto a escola, sem problemas. Caso seja espaço longe, precisa-se pensar em movimentação de alunos, de professores, trânsito, etc. Lembrando que os alunos e professores terão quinze minutos para se locomover, lanchar, e voltar ao espaço.

Existe a possibilidade de produzir alimentação no próprio espaço? Haverá duas cozinhas, duas entregas e mais merendeiras.
Em uma escola usou-se a quadra descoberta, áreas externas do prédio e até corredores internos para as sete oficinas. Funcionou precariamente no verão, mas no inverno com chuva e vento frio foi sacrificante, alunos doentes e professores doentes. Algumas oficinas por natureza mais 'barulhentas' como a dança e jogos atrapalhavam outras próximas com música alta e animação dos alunos. Procurou-se soluções, mas o inverno chegou e não deu tempo de colocá-las em prática.
Deixar acontecer para depois pensar no problema pode ser até eficiente, jamais eficaz.

As despesas aumentam
Quanto aos gastos aumentados, haverá ajuda financeira proveniente de várias fontes regulares, e mais o valor vindo do 'mais educação'. O que acontece é que se não tivermos uma ideia bem clara do aumento dos gastos, poderemos ter dificuldades em manter compromissos. A equipe de implantação que arrisca não ter aumento significativo de despesa, o que prova não ser a realidade, os gastos aumentam mesmo, vai a bancarrota.
Como os professores não poderão cuidar de alunos na hora do almoço, há monitores contratados com valores fornecidos pelo 'mais educação' que fornecerão cuidados inclusive pedagógicos para este horário, sem onerar a escola.
Os recursos precisam ser conhecidos por toda a equipe escolar e ainda serem identificadas pela equipe gestora as normas para seu uso e prestação de contas'. - “Diretrizes” Paulista
Ser transparente nas prestações de contas – fazer uma planilha explicativa sobre como funciona cada fonte – exemplo: PDDE refere-se a, vem para a escola com que frequência, como deve ser usado (capital e ou manutenção), como foi gasto. Deixa à mostra por escrito e para que todos saibam.

Laboratórios e outras salas

"A disponibilização de ambientes de laboratório para os estudantes, em que se realizam atividades meramente ilustrativas dos fenômenos estudados nas aulas teóricas, não cumpre os objetivos educacionais do Ensino Integral. É preciso que os laboratórios sejam ambientes férteis de aprendizado e de construção de conhecimentos científicos, e para tanto há necessidade de uma metodologia apropriada."



O QUE É A ESCOLA INTEGRAL? - É um projeto especial!

Escola Integral é diferente de escola por tempo integral. É uma outra realidade. Não se pode pegar uma escola regular, duplicar seu período, continuar  a sistemática da regular e chamá-la de "escola integral".


Gestão democrática
A escola integral não é idealizada e construída por agentes externos.
A escola integral começa ao "possibilitar que as crianças e os jovens participem do planejamento, desenvolvimento e acompanhamento dos resultados do processo educativo.
De acordo com o CREI, a gestão democrática está garantida por lei e prevê que o Projeto Político Pedagógico de cada unidade de ensino seja construído e acompanhado com a participação ativa comunidade (alunos, educadores, famílias e comunidade)."

" . . .o território (o local da comunidade) oferece os subsídios para entender os desafios e potencialidades educativos de cada escola. Partindo disso, a Secretaria deve construir coletivamente as políticas públicas necessárias para atender às necessidades e ampliar os potenciais.


Por parte das escolas, elas devem ter por objetivo ensinar os seus estudantes a refletir e produzir conhecimento para a transformação da realidade local e global. Para tanto, é preciso trazer para seu projeto político pedagógico saberes e práticas do território como hábitos, usos, costumes da cultura local como potenciais que a conectem com territórios mais amplos, regionais, nacionais, globais e mesmo virtuais."(https://educacaointegral.org.br/conceito/)

Crianças são sujeitos de aprendizagem 
Não se empurra conhecimento goela abaixo, nem se soca saberes em seus cérebros. Crianças são livros em branco e quem os escrevem são elas mesmas, não um procedimento fabril, em serie, nem um procedimento clínico, matemático e frio. Não são "soldadinhos" que estão ali para obedecer, são clientes, pequenos gênios, ansiosos para desenvolver suas genialidades.
Não se espera que aprendam as mesmas coisas porque não são robôs, não se faz provas e avaliações como se fossem produtos. Não é necessário nem separar crianças por idade, mas se faz por campos de aprendizagem, em que se pode valorizar os talentos. 

 “Em uma escola que tem sala de aula, aluno, provas, tudo isso, não se pode fazer educação integral. Quando eu digo que não tem aluno em uma escola, me refiro ao aluno como objeto de aprendizagem, e eu não quero isso; o que quero é estar com sujeitos de aprendizagem. As pessoas confundem escola com edifício, mas a escola são as pessoas. Hoje, não se ensina nem se aprende, porque não se pode dar a beber a um cavalo que não tem sede”, provoca Pacheco." (https://lunetas.com.br/educacao-integral/)

 - Se os gestores encararem a escola integral como um projeto sério como levaram os defensores da ideia como Henri Wallow, Anisio Teixeira, John Dewey, Paulo Freire, Florestan Fernandes, Maria Montessouri, Darci Ribeiro, Celestin Freinet, Maria Nilda Mascellani, Carl Rogers.
(Veja um resumo aqui: GRANDES PENSADORES DA EDUCAÇÃO)

- Se, na escola integral, é a criança o centro do planejamento, se o indivíduo possui demandas e necessidades distintas, se é um projeto especial,

- então, quem iria trabalhar nela deveria ser escolhida a dedo, especificamente  treinado com plena compreensão do que é o projeto, que tenha o perfil mais calmo, amoroso e equilibrado para lidar com diversas situações de pressão com sabedoria e se entender durante o processo que o profissional não tem o perfil, que seja substituído.

Estes profissionais, gestores, professores, funcionários diversos, e até os pais e crianças da comunidade deveriam como primeiro passo, no mínimo, saber um pouquinho das propostas do grandes pensadores citados a pouco. Que entendam um pouquinho das "Pedagogias" que mudaram o jeito de ser da educação, e que, acredite, estão anos à frente de nossas escolas regulares. 

"A grande força do educador reside no exemplo e na capacidade de despertar nos educandos o gosto pelo estudo e por ser um irradiador de referências


Podem começar vendo um vídeo riquíssimo sobre centenas de escolas que conseguiram aplicar estas. Vídeo com apoio de 704 produtores, entrevistaram dezenas de escolas, e profissionais destas explicam como se faz na prática a escola do futuro. 
Para ser sincero, eu precisei ver diversas vezes o vídeo para entender coisas tão simples e obvias, mas que, acostumado com a escola secular que vi a minha vida inteira, não via.  

Pode assistir o vídeo aqui: A ESCOLA DO FUTURO 

Mas não adianta visitar uma "escola modelo", pois o "copiar" modelos não se coaduna com o jeito da escola do futuro e você entenderá o porquê mais abaixo deste texto.

(Ou poderá ler especificamente sobre suas características nesta matéria: POR QUE AS ESCOLAS FRACASSAM - A VELHA VS A NOVA ESCOLA 


Quem são os profissionais envolvidos?
A "Diretrizes do Programa Ensino Integral" orienta:
"A partir do reconhecimento das orientações acima definidas as unidades escolares iniciam o processo compartilhado de elaboração do Plano de Ação e dos Programas de Ação, sob a liderança do diretor da unidade escolar com a participação dos demais integrantes da equipe escolar, e realizam análise e diagnóstico do desempenho da escola, das metas definidas; desdobram as estratégias comuns nas ações a serem operadas e coordenam a elaboração participativa dos programas de ação da sua equipe". http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/342.pdf

Quer dizer, não será o diretor sozinho, nem a prefeitura que dirá como serão as ações da escola integral. O Conselho Escolar, como legítimo representante da comunidade participará ativamente no processo desde a análise, tomada das decisões, na implantação e especialmente no acompanhamento do processo. http://portal.mec.gov.br/component/content/article/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12619-publicacoes-dos-conselhos-escolares
 

No contexto em que se preconiza a Educação Integral, o projeto político pedagógico deve ser construído considerando as experiências que são vividas na escola, sem ficar restrito ao ambiente de sala de aula e aos conteúdos que representam os conhecimentos científicos. Nesse sentido, é preciso oferecer às crianças, adolescentes e jovens diferentes linguagens, e valorizar suas vivências, modificando o próprio ambiente escolar e a produção do conhecimento.

A partir daí, os funcionários precisam entender exatamente seus papéis. Aqui entra o papel do professor. Ele não deve achar que a escola 'continua a mesma, com oficinas adicionais', mas precisa entender que a escola entra numa nova dimensão. Por isto que a “Diretrizes Paulista” descreve qualificações dos mesmos:
Nessa escola, o professor não se limita a suprir o aluno de saberes, mas é o parceiro de fazeres culturais, aquele que promove de muitas formas o desejo de aprender, sobretudo com o exemplo de seu próprio entusiasmo pela cultura humanista, científica, artística e literária”.

O professor "carrancudo" que manda, que acha ser autoridade do conhecimento, que só fala ele, ficará de fora desta empreitada.  

E acrescenta as características deste profissional
Domínio requerido – profissional domine os conhecimentos específicos de sua área de atuação para atingir os melhores resultados, tendo como preocupação a melhoria pessoal, cognitiva, profissional e relacional. É importante considerar os conhecimentos que necessitam de complementação para que o trabalho possa ser realizado em conjunção com o Plano de Ação da Escola.
Postura – ser proativo, colaborativo e responsável numa atitude resultante de um compromisso da pessoa para consigo mesma e para com o outro.
Alinhamento – atuar de forma interdisciplinar, complementar e subsidiária dentro da equipe, buscando sintonia na perspectiva da melhoria de resultados para a escola como um todo.
(Diretrizes – identificar as orientações fundamentais que definem o modelo de Escola de Ensino Integral)



Valorizando o trabalho do professor. . .
O acesso ao conhecimento é uma condição para “o aprimoramento das capacidades de agir, pensar, atuar sobre o mundo e lidar com sua influência sobre cada um, bem como atribuir significados e ser percebido pelos outros, apreender a diversidade e ser compreendido por ela, situar-se e pertencer”. Também possibilita a “capacidade de resolver problemas, trabalhar em grupo, continuar aprendendo e agir de modo cooperativo, pertinente em situações complexas”.

Poderíamos usar como exemplo oficinas como letramento e alfabetização, e laboratório de matemática e ciências, que precisarão estar em íntima sintonia com o que os alunos estão aprendendo em suas turmas regulares para que esta, além dum 'reforço', adicione, incremente o ensino. 
Na verdade, as aulas do turno regular não deveriam precisar de "reforço", elas têm que ter capacidade para cumprir seus conteúdos com qualidade. As oficinas darão "algo mais", de maneira lúdica e de qualidade, mas em sincronia com o contra turno. 

(Leia POR QUE AS ESCOLAS FRACASSAM - A VELHA VS A NOVA ESCOLA, onde raciocina que o excesso de conteúdo "socado" nos cérebros das crianças desfavorecem a qualidade do ensino e vira uma elemento contraproducente. Como defendia Carl Wallon, esta maneira de nossa velha escola produz "uma diminuição da inteligência" do ser).

Mesmo para oficinas como xadrez, atletismo, dança, estas poderiam estar em sintonia com a linguagem matemática, das artes,da história e outras disciplinas regulares.
Portanto, na fase preparatória de análise, é importante que a escolha de profissionais se coadunem com os verdadeiros objetivos da escola integral, com a plena compreensão e colaboração dos professores chamados. Quando se diz “situar-se e pertencer”, refere-se também a conhecer bem a comunidade para situar o aluno dentro e a partir dela.

"Os demais funcionários também precisam entender a nova realidade da escola.
Propiciar um ambiente favorável à aprendizagem em que sejam trabalhados a auto-estima, a confiança, o respeito mútuo, a valorização do aluno, sem contudo esquecermos da importância de um ambiente desafiador, […] mas que mantenham pensadas e avaliadas pelos educadores na condução de seu trabalho."
MARTINELLI, Selma de Cássia. Dificuldades de Aprendizagem no Contexto
Psicopedagógia, Petrópolis, RJ: Vozes, 2005 p116

"Para Antunes (2008), existem dois tipos de professores, aqueles que mesmo trabalhando
em ambientes hostis, com dificuldades, sem regalias, sempre enxergam em cada
momento, como por exemplo, o início de mais um ano letivo, a oportunidade de aprender
mais, enfim, um momento mágico de revisão crítica e decisões corajosas. Estes ele define como professores de fato e de direito. Mas há também aqueles, que a cada retorno à sala de aula, se sentem angustiados, enfadados por terem que repetir tudo o que de errado e certo fi zeram ontem, sem nenhum entusiasmo.
Vêm os alunos como clientes chatíssimos, e que quando se transformam em espectadores, estão mais interessados na indisciplina do que na aprendizagem."
(A IMPORTÂNCIA DA AUTOESTIMA DO ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM - Teixeira - Rubio - Chaves - Silva)

Coordenador Pedagógico – Cabe a este profissional garantir a articulação entre professores, equipe gestora e comunidade escolar. Responsável pela articulação do espaço/tempo de coordenação pedagógica. Para tanto, precisa assumir o protagonismo no apoio ao trabalho pedagógico, à formação continuada, ao planejamento e ao desenvolvimento do PPP, sempre visando a aprendizagem de todos os estudantes.
Coordenador de Educação integral - Responsabiliza-se pela articulação do trabalho entre professores de turnos diferentes de modo que seus trabalhos complementem-se. É o profissional que operacionaliza a integração entre os diversos saberes nos diversos espaços. http://www.se.df.gov.br/component/content/article/255-educacao-no-df/268-educacao-integral.html

A coordenadora não deveria estar gastando muito tempo precioso fazendo murais, tabelas de aniversários, lembranças para homenagens. E se for com materiais de sala e conteúdos, estes são importantes para vida escolar, mas quem deve tomar a dianteira em prepará-los são as professoras e ainda assim os alunos devem participar ativamente. 

" O Coordenador (a) tem um papel importante pois prepara o terreno para que as mudanças sejam implementadas, exemplifica os modelos adequados que deverão ser impressos no fazer diário de cada Professor.
Como isso será feito?
Interagindo com a sua Equipe, transformando os horários coletivos de trabalho em períodos de estudo, na reflexão sobre os problemas didáticos, na busca de soluções, na criação de momentos de troca de experiências entre os colegas, na concepção de ambientes de aprendizagem, na interação entre as pessoas da equipe e também na tarefa de relacionar a cultura contemporânea com o currículo.
Desta forma, os professores vão reconhecendo em você não apenas um líder mas também um parceiro que vai ajudar a ampliar e aprofundar as estratégias para pensar na elaboração das aulas e na condução didática das propostas, no desempenho de cada aluno e na avaliação dos percursos de aprendizagem.

É o Coordenador que impulsiona a construção de uma cultura colaborativa e assim consegue influenciar os resultados da escola".
 - Material de Apoio Coordenador Pedagógico.
O "SOS Professor disponibiliza excelentes conteúdos gratuitos para capacitação de coordenadores. clique Sos Professor


Na página do Portal do Mais Educação, quando cita as atribuições do diretor acrescenta: “Acompanhar as atividades do coordenador do Programa Mais Educação, podendo o mesmo ser substituído se não estiver desempenhando suas atividades a contento". Orientação para funcionamento do Programa Mais Educação


Agentes de alimentação e de limpeza
Certamente haverá mais trabalho para Agente de Alimentação e Nutrição (merendeiras) e agentes de limpeza e conservação que devem ser experientes e entendam a realidade da escola integral, pois a movimentação de pessoas, pais, alunos e profissionais, será intensa.


Cursos do MEC trazem estes funcionários para a educação; dando apoio ao que é ensinado em sala. Não se pedirá jamais que estas cuidem das crianças, nem em sala nem no refeitórios. Mas seu exemplo na conduta, no linguajar, no carinho com as crianças, será modelar e motivacional. PUBLICAÇÕES DO PROFUNCIONÁRIO


"A merendeira tem que ser conhecida por todos os alunos. Ser simpática, desinibida, acolhedora, sempre alegre para alimentar o corpo e a alma das crianças. A merendeira é aquela que serve bem, dialoga e conhece todos. Criar, explicar, orientar, divertir, ir ao encontro das crianças e dos jovens, circular entre os alunos, educar, essas são algumas tarefas de quem atua na preparação da merenda escolar. A merendeira tem sempre uma história para contar às crianças. Um carinho a oferecer a todos que convivem com ela." (Profuncionário: Educadores e Educandos pag 69,)     (Profuncionário: Políticas de alimentação escolar pag 55 "De merendeira a educador alimentar" )







O passo a passo – Mais Educação (PDF) faz um resumo:


1º) Inicie em sua escola uma avaliação e um levantamento de sugestões com os educadores, a partir das seguintes questões:
− Qual a concepção que os educadores possuem de Educação Integral?
− A escola já oferece atividades para os alunos em turno inverso ao turno de aula? Quais são?
− Como são desenvolvidas essas atividades? Quais alunos frequentam essas atividades?
− Com quais recursos (humanos e materiais)?
− Quem desenvolve essas atividades? Com quem mais a escola poderia contar?
São realizadas parcerias para o desenvolvimento dessas atividades?
− Como a escola organiza o ambiente escolar para o desenvolvimento dessas atividades?
− Como é a convivência na escola? Como será essa convivência com o desenvolvimento de um número maior de atividades? Como qualificar a convivência na escola?
− Se ainda não são desenvolvidas atividades de Educação Integral quais atividades poderiam ser mais adequadas? Como elas serão desenvolvidas?

2º) A partir da busca de respostas e do levantamento obtido, organize-as da seguinte forma:
a) concepções de Educação Integral;
b) atividades que a escola já realiza em turno inverso ao de aula, nos finais de semana (escola aberta) e, ainda, para enriquecer as aulas;
c) atividades que a escola poderia realizar em turno inverso ao de aula;
d) as parcerias estabelecidas com instituições externas à comunidade ou parcerias que seriam possíveis.





A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 02 
A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 03  

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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A FELICIDADE, É TÃO DIFICIL ENCONTRÁ-LA?

A FELICIDADE
Existe um conceito bastante infeliz a respeito do significado da real Felicidade.
As pessoas aprenderam a pensar que poderão ser felizes um dia no futuro. Também, elas se acostumaram com a ideia de que algo vai mudar em suas vidas, e daí, poderão usufruir a Felicidade.
A felicidade passou a estar vinculada a empreendimentos sempre futuros.
“Quando eu tirar a carteira de motorista, poderei ter meu carro, ir para onde eu quiser, com quem eu quiser”.
“Quando eu comprar o carro que tanto sonho, serei bem feliz”.
“Quanto eu tiver minha casa própria, a minha felicidade estará completa”.
“Quando eu achar o príncipe encantado, tiver meus filhos serei feliz de verdade.
Assim, a felicidade passa a ser um alvo almejado que sempre jaz no futuro.
Quando o futuro chega, a pessoa consegue adquirir seu bem, seja o carro ou o príncipe, ela nota que a alegria de usufruir um bem recém-adquirido é grande, mas não preenche sua vida como ela sempre pensou.
A felicidade parece ser enorme no começo, mas depois de um tempo os sonhos se renovam, e passa-se a almejar algo melhor ainda.
“Quando eu trocar meu carro por um melhor, dos meus sonhos, serei, sim bem feliz”.
Como o carro sempre ficará velho e ultrapassado, a felicidade será por pouco tempo, pois, estará vinculada à próxima adquisição.
O mesmo se dá com o ‘príncipe’. Algumas pessoas casadas já por um certo tempo, reclamam de sua vida e separam-se achando que um dia um verdadeiro ‘príncipe’ aparecerá em sua vida. Esquecem-se que já houve um príncipe e que este já não é mais.
A felicidade persiste em estar lá na frente, no futuro, que hoje é inalcançável. E quando chega este futuro, o objeto que estava ligado a tal felicidade não demonstra ser toda aquela alegria que a tal felicidade deveria proporcionar.

Por isto aprendi a alcançar a Felicidade. Não deixo para tê-la no futuro.
Aprendi a dar valor às coisas poucas e pequenas de minha vida. Passei a amar o que tenho. Se bem material, barato ou caro, usufruo da melhor maneira com muito contentamento.
Não preciso ligar a minha felicidade a um carro que terei no futuro, pois se tenho minha bicicleta, prezo-a como um bem precioso. Vou a todas as partes da cidade em menos tempo que um carro, não gasto gasolina, não poluo o ar, faço exercícios, pedalo assobiando e usufruindo a natureza ao meu redor. Minha cidade parece mais bela, aprecio as montanhas, observo os céus, as nuvens, o pôr do sol. Não penso nos dias de chuva, mas nos tempos bons para andar de bicicleta. Depois que comprei o carro, ainda saio muito de bicicleta.
O ‘príncipe’, que no meu caso foi ‘princesa’, eu transformei-a em uma rainha. Trato-a como uma princesa. Mesmo quando está nervosa, irracional, nos dias ruins, tenho paciência, falo o menos possível, sabendo que em outros dias ela estará com outra disposição, alegre e feliz, inclusive colaborativa comigo. O respeito que concedo a ela, ganho de volta sempre.
Se o meu tênis, ou minha roupa, não pode ser de marca, me lembro que muitos não têm o que vestir, então o pouco que tenho certamente é lucro. Quando vou me comparar a alguém, jamais me comparo a alguém que tem mais que eu, mais talento, mais dinheiro, mais bens, ou seja o que for; isto me daria razões para pensar que não sou feliz como deveria e que eu poderia ser se conseguisse adquirir o que eles têm.
A verdade é justamente o oposto disto. Talvez eles tenham muito mais que eu, mas ainda não tenham aprendido a serem felizes com o que têm. Coisa que eu já aprendi.
Comparo me às vezes com aqueles que têm menos que eu. Vejo então que tenho todas as razões para ser muito feliz.
Aprendi a dar valor a coisas aparentemente insignificantes. Quando passo por um jardim, aprecio as pequenas flores, os detalhes. Quando leio um livro, coisa que tanto o rico como o pobre podem usufruir com alegria, viajo e usufruo das pequenas descrições do que quer que seja.
Mas é na presença de pessoas que posso entender o quanto posso ser feliz agora. Quando compartilho o que tenho com outro, certamente a felicidade sorri para mim. Pessoas não se tocam que ao dar um bom dia, um elogio, um pequeno conselho, ou simplesmente trocar algumas palavras agradáveis, poderiam fazer disto um motivo para ser feliz.
Talvez não se aperceba que a mera presença duma pessoa, boa ou má, é importante para nós. Mas quando esta pessoa se vai, deixa de estar conosco nesta vida, todos ficam chocados, tristes, amedrontados. Mas talvez não tenham aproveitado enquanto viva, para trocar palavras amigáveis.
Quando está em nossa mão fazer algum bem a outros, seja em razão de nosso trabalho, seja em razão de nossa experiência, ou por algum talento que tenhamos, deveríamos fazer tal ação bondosa por dois motivos: a pessoa será beneficiada com uma ação nossa, quem sabe o bem que isto possa produzir hoje ou mesmo no futuro. Mas também, o que é mais importante, o bem que produzimos a nós mesmos. Mesmo que não faça a menor diferença na vida de outra pessoa o que fizemos para beneficiá-la, certamente nós teremos razões para estar contentes com nós mesmos.
Penso no inverso disto. Quando alguém me prejudica. Quando me privo de fazer o bem por alguma coisa que outra pessoa fez deixando de ser merecedora de meu carinho. Pensar no assunto causa entristecimento para meu coração, para meu animo. Falo inevitavelmente a outros, compartilhando de experiência ruim com outros. Quantas mais vezes eu falo, mais este conceito negativo me afeta mesmo sem perceber. Parece que eu quero que as pessoas saibam do meu sofrimento, parece que quero que saibam que aquela pessoa é má, quero acabar com a reputação dela. E outras pessoas podem absorver este conceito ruim que só faz mal a todos. A pessoa que me fez mal fica bem, e eu, que achei ter sido prejudicado, prejudico ainda mais mim mesmo, acrescento mais dor a mim mesmo. Sem perceber mantenho em mente a coisa má, perpetuo as mágoas no coração, causo dano a mim mesmo. Em pouco tempo, enveneno meu ambiente e pessoas que me cercam.
Fazendo o inverso, destruímos os efeitos do ciclo negativo. Se um motorista me corta a frente na ida para o trabalho, tenho a opção de xingá-lo, falar mal dele no trabalho para colegas, e, em casa, para familiares. As pessoas ao me ouvir, falarão das mesmas coisas, acrescentando experiências ruins em minha cabeça. Mas se logo após o tal me ‘fechar a frente’ no transito, eu consigo me manter calmo, segundos depois esqueço o que aconteceu. O acontecimento não me afeta em nada, nem outras pessoas ficam sequer sabendo do ocorrido.
O acontecimento no transito poderia ser uma palavra rude, uma ação desagradável, uma notícia ruim ou situação desconfortável. Não me deixo entristecer, nem estresso outros. Consigo esquecer o assunto em pouco tempo depois e este não me perturba nem me afeta em nada.
Se faz calor me alegro; praia, menos roupa, passeios. Se faz frio me alegro também, tenho outras oportunidades valiosas que só com o frio se apresentam. Notei que as pessoas acham ruim quando chove ou está frio. Vem o calor e reclamam que está quente.
Outra coisa que me recusa deixar que me pegue é o estresse. Sempre calmamente, paro a minha mente e me esforço conscientemente a não me deixar ficar estressado. Faço isto também quando pessoas estressadas ao meu redor querem, sem perceber, me levar junto neste buraco negro, nesta roda de agitação que tudo tem que ser para ontem. Respiro e faço calmamente o que tem que ser feito.
Existem muitas coisas que me deixam realmente feliz. As coisas mais simples, que são aliás, as coisas mais belas.
Tudo isto parece muito bom, mas não é nenhuma novidade. Todo mundo já sabe de tudo isto.
O caso porém, é conseguir manter este ponto de vista quando ao nosso redor pessoas persistem em manter um ponto de visto exatamente oposto.
Mas, de vez em quando aparece momentos realmente tristes. No entanto, há pessoas em situações muito mais difíceis da que a minha. Muito mesmo. Mães que cujos filhos sumiram, escravos de sistemas políticos radicais, pessoas que perderam seres amados na morte ou que ficaram com graves sequelas em seus corpos. Pessoas que, em desespero, se suicidam.
Parece-me que, quando eu estou numa situação bastante triste, ainda assim acharei muitas razões para estar alegre. Com certeza poderia ser pior. Ademais, toda vez que acontece alguma coisa ruim em nossa vida, este mesmo acontecimento poderá fazer a diferença mais tarde se aprendemos algo disto. Estaremos melhor preparados para futuras situações parecidas, inclusive sabendo evitar ou lidar melhor com elas, ou poderemos ajudar outros que porventura passem pelo mesmo..
Mas o que mais me alegra vem de pessoas amigas. Uma palavra boa, uma abraço por mais rápido que seja, o calor da mão num cumprimento, a proximidade dum corpo amigo. Porque num abraço, eu compartilho um sentimento sem usar palavras, eu compartilho um momento, um roçar de pele, que a outra pessoa também compartilha com maior ou menor intensidade.
Não aguardo ocasiões especiais para expressar meu carinho por pessoas que eu gosto. Em ocasiões especiais, pessoas esperam por presentes que se não vierem lhes causará decepção. Presentes que virão de pessoas que nem gostam tanto de nós, ou de pessoas que nem tem condições para nos presentear, mas o farão por obrigação. Quantas vezes ouvi pessoas reclamando que tiveram de dar presentes que saíram caro, no natal, amigo secreto, aniversários. No ‘amigo secreto’ então, pessoas sem afinidade nenhuma recebem presentes totalmente inadequados, e reclamam ao comparar entre o que ganharam com o que receberam.
Portanto decidi dar presentes sempre que posso, para pessoas que realmente gosto, sempre que eu tenha vontade.
Faço isto sempre que posso e tenho vontade. Presentes não esperados podem ser muito baratos e serão recebidos com muita emoção.
Há presentes, no entanto, que não custam nada financeiramente. Uma palavra legal, uma abraço apertado, um favor prestado a um amigo, um apoio presencial. Neste caso quem é alvo de receber fica feliz e a mesma ação de prestar favor pode causar em quem dá, um prazer ainda maior.
A felicidade sempre esteve aqui, do meu lado. Eu decidi abraçá-la agora.

terça-feira, 4 de março de 2014

É EXPRESAMENTE PROIBIDO USAR BONÉ NA ESCOLA

O artigo de Alencar Luis Zanon é amplo, busca as justificativas mais frequentes sobre o assunto e analisa a razoabilidade das mesmas. Regras mal formuladas geram rebelião. Será uma questão de viajar numa ilusão, dar uma interpretação pessoal e insistir em não enxergar o moderno?

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É EXPRESSAMENTE PROIBIDO USAR BONÉ NA ESCOLA 



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

MANIFESTAÇÕES NA RUA - PRA QUÊ?






MANIFESTAÇÕES – PRA QUÊ?

O subsídio mensal dos membros do Congresso Nacional, referido no inciso VII do art. 49 da Constituição Federal, é fixado em R$ 33.763,00 (trinta e três mil, setecentos e sessenta e três reais).
Verba de R$ 15 a 20 mil mensais que pode ser usada em despesas de fotocópias, manutenção de escritório, alimentação, serviços de consultoria e pesquisa(?).
Verba de gabinete de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais), de acordo com o Ato da Mesa 44/2012. A verba é destinada ao pagamento de salários dos secretários parlamentares, funcionários que não precisam ser servidores públicos e são escolhidos diretamente pelo deputado (sem concurso). 
Salário dos Vereadores – o mais alto do Brasil: R$ 15.031,76 . O mais baixo: R$ 6.129,00. Trabalham normalmente 8 horas por semana.  
Os técnicos legislativos de nível médio também têm altos salários, por volta de  R$ 20.297,24, líquidos. É o exemplo de um técnico administrativo do exercício de 1993 que ganha R$ 17.454,04 de remuneração básica, mais R$ 7.863,10 em vantagens pessoais, R$ 4.308,24 de comissão e R$ 740,96 de auxílios.
O menor salário pago no Senado, sem contar os benefícios, é para os chamados auxiliares legislativos de nível fundamental e varia de R$ 10.753,42 e R$ 15.142,83.


Comparando o trabalhador comum com o político

Manifestações são necessárias para a população exercer a democracia. Cobra-se o fim da corrupção, uma utopia. Cobra-se melhores condições na educação e na saúde.

Me incomoda a corrupção. Mas me incomoda ainda mais o sistema que “nós” criamos, ou permitimos existir, ou nascemos compassivos com a sua existência.

Quando eu nasci, já encontrei um mundo com a corrupção. Depois descobri que além desta, ainda havia uma distorção absurda do que poderíamos chamar de “legal”.

Através dos anos, trabalhadores conquistaram direitos valiosos para sua existência como profissionais e como membros de famílias que merecem ser feliz.

Enquanto ficamos indignados frente aos noticiários de corrupção, existe uma distorção de valores acontecendo de maneira legalizada.

Férias
O trabalhador conquistou o direito a 30 dias de férias por ano. Mas há uma classe de trabalhadores que tem direito a 60 dias de férias por ano. Com certeza estes devem merecer esta diferença a mais porque trabalham mais, ou seu serviço tem mais valor ou são de fato pessoas mais importantes.

Estabilidade
Uma pessoa que se dedica ao estudo e consegue passar num concurso público adquire depois de 3 anos de serviço a possibilidade de usufruir a estabilidade. Mas existe uma classe de profissionais que também passa num concurso e a “aquisição da vitaliciedade ocorre após estágio probatório de dois anos”. Precisa explicar o que é isto? Simples, é emprego seguro para o resto da vida. O que acontece, no entanto se um profissional desta área comete faltas graves? Numa empresa,o trabalhador corre o risco de ser mandado embora, se concursado de enfrentar um processo administrativo e ser exonerado sem fundo de garantia. Mas para uma classe específica de profissionais, este será punido com a aposentadoria compulsória, que poderá ser com subsídio integral (salário integral). Se você não entendeu direito, eu também não, pois achamos que aposentadoria é uma espécie de prêmio ao trabalhador que por décadas trabalhou e contribuiu para fundos de aposentadoria. A explicação para a vitaliciedade é que estes profissionais “sofrem pressões próprias da função”. Será que eu entendi direito? Esta “pressão” se refere a pressões por parte de pessoas influentes que poderiam prejudicar o trabalhador desta classe e forçá-lo a decidir em favor do errante com o risco de ser despedido se não fizer?
E eu pensava que todos os trabalhadores deste Brasil sofriam pressões. Levantar às 4 horas da manhã, levar o filho na creche, pegar o trem, depois o metrô, depois o ônibus e chegar no serviço às 7, passar por lugares sombrios, manter a concentração no trabalho para não ser mandado embora, nem causar danos materiais e em muitos casos colocar em risco a saúde e vida de outros, pegar ônibus às 5, pegar o metro, pegar o trem, chegar em casa pelas 8 ou 9, pagar o aluguel, e . . . receber dois salários no fim do mês. Mas se trabalhar direitinho, de repente pode “merecer” um aumentozinho no salário.
Aumento de salário
O trabalhador quando quer aumento de salário tem que pedir ao patrão, demonstrar seu desempenho e . . . Existe uma classe de trabalhadores que simplesmente se reúne e decide o que vão ganhar no próximo ano. ”Aumento foi aprovado nos minutos finais da última sessão ordinária do ano”. Estes não precisam, ou acham que não, consultar quem lhes paga seu salário. Há casos impressionantes em algumas cidades como aquela em que de um ano para outro deram a si mesmos aumento de 63% no salário e que chegou aos quarenta mil (incluindo verbas indenizatórias e de gabinete). Me lembrei que no final do ano de 2006 “em clima de zombaria, decidiram aumentar os próprios salários em 91%. Assim, com a força de uma canetada, seus vencimentos saltam de 12.847 para 24.500 reais”. http://veja.abril.com.br/201206/p_070.html

Material de serviço
Um trabalhador de qualquer empresa precisa ter a sua disposição ferramentes próprias para desenvolver seu trabalho. Em alguns casos, professores por exemplo, tem uma cota de fotocópias para usarem com seus alunos por que afinal tinta e papel acabam custando caro para as escolas e para o governo. É preciso economizar sempre. Há uma classe de trabalhadores que, além de receber seu salário titanico, recebe verba indenizatória. O que é isto? Verba de R$ 15 a 20 mil mensais que pode ser usada em despesas de fotocópias, manutenção de escritório, alimentação, serviços de consultoria e pesquisa(?), contratação de segurança, assinatura de publicações, TV a cabo, internet, transporte e hospedagem do trabalhador, entre outras. O saldo não utilizado fica acumulado para o mês seguinte, dentro do limite de um semestre. Mas, conforme dados do site do senado, muitos destes trabalhadores gastaram entre 30 e 40 mil por mês com estas verbas.
Mas além desta ainda há a verba de gabinete. O que é isto? O valor da verba de gabinete é de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais), de acordo com o Ato da Mesa 44/2012. Este é o novo valor com o aumento de 30% valendo a partir de julho ( antes era sessenta mil). A verba é destinada ao pagamento de salários dos secretários parlamentares, funcionários que não precisam ser servidores públicos e são escolhidos diretamente pelo deputado (sem concurso). O salário dos secretários parlamentares é de, no mínimo, R$ 845,00 e, no máximo, R$ 12.940,00. Cada deputado pode contratar até 25 secretários parlamentares. Para um profissional ter 25 secretários é por que trabalha pra valer. Vamos combinar, não precisa tantos, uns dez já tava bom. Divida 78 por dez e veja o que dá para pagar para cada um e lembre-se, sem concurso nenhum. Quem paga a conta? Considerando que temos 513 trabalhadores com estes direitos, a população de trabalhadores “normais” contribuem com alguns milhões para este objetivo, faça a conta.

O salário
O salário médio do trabalhador brasileiro é de R$ 1.792,61, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a partir de pesquisa do Cempre (Cadastro Central de Empresas). O estudo apontou que os funcionários com ensino superior (17,1% dos trabalhadores) ganham, em média, R$ 4.135,06, valor mais de 200% acima da remuneração média daqueles sem diploma universitário (82,9% do total), de R$ 1.294,70.

O salários de supertrabalhadores em média são:
Vereadores – o mais alto do Brasil: R$ 15.031,76 . O mais baixo: R$ 6.129,00. Trabalham normalmente 8 horas por semana. FONTE: Senado Federal. Interlegis. Censo Legislativo – 2005 http://dados.gov.br/dataset/censo-do-legislativo

Quem tem curso superior ingressa no Senado com um cargo que recebe o nome de "analista legislativo". No último concurso, o salário inicial previsto para essa categoria era de R$ 18.440,64. Com o reajuste, o salário base desses profissionais hoje varia entre R$ 19.362,65 e R$ 21.945,12, sem benefícios. Os advogados que foram aprovados no último concurso da Casa, em 2012, entraram ganhando R$ 23.826,57.  Eles foram contratados para trabalhar oito horas por dia, mas até o início do ano faziam uma jornada de seis horas, por regulamentação da Casa”.
Os técnicos legislativos também têm altos salários, se comparado com a média paga pelo mercado. Para passar num concurso público para o cargo é exigido apenas nível médio. Dos servidores selecionados aleatoriamente pelo R7, há casos de salários de R$ 20.297,24, líquidos. É o exemplo de um técnico administrativo do exercício de 1993 que ganha R$ 17.454,04 de remuneração básica, mais R$ 7.863,10 em vantagens pessoais, R$ 4.308,24 de comissão e R$ 740,96 de auxílios.  

Quem cursou apenas ensino fundamental também tem alta remuneração para auxiliar na gráfica. O menor salário pago no Senado, sem contar os benefícios, é para os chamados auxiliares legislativos e varia de R$ 10.753,42 e R$ 15.142,83.     http://noticias.r7.com

Nenhum funcionário público pode ganhar mais que R$ 26.700 - a remuneração dos juízes de instâncias federais superiores. Porém, um terço dos ministros e mais de 4.000 servidores federais teriam rendimentos superiores a esse teto. Incluindo o presidente do Senado, José Sarney, cujo salário chegaria a R$ 62 mil, devido a um acúmulo de pensões.

De maneira que o Brasil está em segundo lugar no mundo em gastos com políticos. E ainda assim é o dobro do país que está em terceiro lugar. Cada membro do Congresso brasileiro custa em média o equivalente a 2068 salários mínimos anuais, mais do que o dobro do México, segundo
colocado segundo esse critério, cerca de 37 vezes superior ao da Espanha e 34 vezes maior do que o do Reino Unido http://www.transparencia.org.br/docs/parlamentos.pdf
  
O trabalhador normal tem um benefício no final do ano que parece ser um presente de natal: o 13º salário. Mas há uma classe de trabalhadores que merece mais do que isto, sim um 14º, um 15º. Claro que o dito benefício tem nome de “ajuda de custo” (?). Este benefício (14º e 15º) foi descontinuado com a proposta aprovada do dia 27 de fevereiro de 2013. Este benefício começou em 1938 e chegou a pagar até 19 salários (19º salário?). Lembrando que para incentivar o trabalhador a trabalhar direitinho, há as ajudas de custo para as convocações extraordinárias que aliás os próprios trabalhadores marcam, lerdeando nas ordinárias para provocar as extras. Cada sessão destas tem uma ajudazinha de mil e quinhentos reais, noticiou o: http://www.jornalnh.com.br/politica/467831/camaras-da-regiao-ja-gastaram-mais-de-r-100-mil-em-sessoes-extraordinarias.html
Todos os trabalhadores mereciam uma ajuda na motivação assim.

Auxilio moradia
Muitos trabalhadores estão sendo agraciados com o plano “ Minha casa minha vida”. Famílias com salário até 1.600 reais tem o melhor plano para a compra da casa própria. Podem adquirir para pagar a perder de vista casas com uns 40 m². Mas há uma classe de trabalhadores que, mesmo tendo casa própria e ganhando muitas vezes mais que a média de trabalhadores brasileiros, tem direito a “auxilio moradia”. Nada mais justo, visto que são trabalhadores que viajam ou trabalham por determinado tempo em cidades diferentes de sua residência. Muitos destes recebem R$ 3.800,00 por mês para isto. Quem determina o valor e eventual aumento? Eles mesmos. “Os deputados da Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovaram, nesta quarta-feira (19/12/2012), um aumento de 79% no próprio auxílio moradia, retroativo ao mês de setembro de 2011. O aumento vale também para juízes, desembargadores, procuradores e promotores do Estado. O valor do benefício passa de R$ 2.400 para R$ 4.300 mensais”. Que casa é esta que custa este valor de aluguel? Mas é que em Brasília o custo de vida é alto, e eu pergunto por que é alto, e respondo, porque há quem pague com dinheiro dos outros preços super altos. Pechinchar pra quê? 
E mais . . . 
Art. 1º O subsídio mensal dos membros do Congresso Nacional, referido no inciso VII do art. 49 da Constituição Federal, é fixado em R$ 33.763,00 (trinta e três mil, setecentos e sessenta e três reais).
§ 1º É devida aos membros do Congresso Nacional, no início e no final do mandato, ajuda de custo equivalente ao valor do subsídio, destinada a compensar as despesas com mudança e transporte.(18 de dezembro de 2014)
Quer dizer, o parlamentar precisa de  R$ 33.763,00 para "fazer a mudança" para Brasília.
 
Bem uma destas 'moradias' temporárias será reformada. Custará R$ 90.000,00, o equivalente a construção duma casa popular. São quatro banheiros e quatro salas.

Além destas ajudinhas, poderíamos mencionar ainda mil reais para assinaturas de jornais e fotocopias, nove mil para despesas de viagem para Brasília, e por ai vai.
O trabalhador precisa ter um convenio de saúde. Estes trabalhadores mencionados acima podem pedir reembolso ilimitado de gastos com saúde. Em 2009, a Câmara gastou R$ 50 milhões com médicos e dentistas: deu R$ 8 mil para cada.

Agora veja esta notícia: “Atualmente, um a cada cinco senadores exerce o mandato e participa de decisões políticas importantes para o país sem ter recebido um voto sequer.
Dos 81 senadores com mandato no país, dezesseis fazem parte dessa categoria. O cobiçado cargo de suplente é escolhido a dedo conforme o interesse do político titular. É comum que parte dos parlamentares destine o posto a empresários que financiam suas campanhas. Além das generosas doações para o caixa de campanha, outra prática recorrente é a nomeação de parentes para a suplência”.
Mas se você está pensando algum mal destes trabalhadores honrados, vale dizer aqui que houve uma proposta sim de mudar isto. Veja a reportagem: “Senado rejeitou na noite desta terça-feira (10/07/2013) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que proibia que senadores escolhessem como suplentes seus cônjuges ou parentes de até segundo grau - como filhos, irmãos, pais e primos”. Mas “ o Senado rejeitou”.

Falando sobre aposentadoria . . . Ah deixa pra lá, é mais uma distorção monstruosa.
Falando sobre imunidade parlamentar . . . Ah.
Falando sobre a diferença do tratamento que recebe alguém que tem ensino superior em relação ao que não tem ao ser preso por exemplo. . .
Eu poderia escrever dias e dias sobre o assunto.
Sobre prefeituras que fazem uns acordos secretos com médicos para que eles recebam por 20 horas para trabalharem só dez, ou de médicos e outros concursados e não concursados que recebem salários acima do teto que a lei permite.

Alguns profissionais ocupam funções mais importantes para vida de outros. Um médico, por exemplo, cuida da vida do paciente. Advogados da liberdade e justiça. A vida da pessoa tá na mão dum médico. O Estado na mão da administração pública. Como se as vidas dentro dum ônibus não estivessem na mão do motorista, do piloto de avião, do policial, do professor, do . . .

Como este sistema chegou a este ponto? Todos somos iguais perante a lei diz o artigo 5º da Constituição.

As manifestações são para cobrar o quê mesmo?
Desde o início deste texto não falei de Corrupção, mas de absurdos cometidos por “pessoas que amam o povo” e “trabalham para o Brasil”, que usufruem descaradamente de benefícios imorais que são regulamentados ou pela Constituição ou por quaisquer outras leis. Nada fora da lei.


Tenho escutado a seguinte frase: “Na hora de votar, lembre-se dos políticos maus, para não votar neles”. To achando esta frase ridícula. Outra frase: “o Brasil é uma terra sem lei”.
Ora todas estes absurdos citados acima são feitos dentro da lei, pois existe leis ridículas que os apoiam. Quanto a eleição, ora esta serve apenas para trocar pessoas, o sistema de leis e normas absurdas continuam lá e os que assumirem vão fazer exatamente o que os anteriores fazem, “dentro da lei”. Vão ganhar seus 15, 20, 30 mil, vão ter seus 50 mil de ajuda de custo, vão se aposentar com seus 26 mil com uma década de trabalho, vão ter auxilio moradia, vão trabalhar de terça a quinta, etc. É interessante que quando perguntados sobre estes assuntos dizem que é porque trabalham, é pela importância da função. Como se o trabalhador normal não fosse importante, ou como se este não trabalhasse tanto quando deveria.

As manifestações são para cobrar o quê mesmo?

Certamente se a saúde pública está doente, se a educação sofre, e se isto se deve a falta de projetos e verbas, então o dinheiro deve estar indo para algum outro lugar. Para a corrupção? To chegando a conclusão que a quantidade de dinheiro que a corrupção surrupia ainda não é tão grande como o montante necessário para manter os privilégios legais de administradores.

Onde está a ilusão nisto tudo?

Quer dizer, se um dia fosse possível acabar de vez com a corrupção, ainda faltaria dinheiro para cuidar da saúde e da educação, pois não há dinheiro que chegue para manter a administração dum Estado assim.


Afinal, ali estão pessoas tão especiais, tão trabalhadoras e estas merecem benefícios superespeciais!!


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