terça-feira, 3 de novembro de 2015

A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 03




A programação de horários é importante
Oficinas de Educação física primeiro (ou outras oficinas como dança, atletismo e futebol) produzem crianças suadas que cheiram mal o dia inteiro. A página do Portal do Mais Educação diz que o diretor deveProvidenciar condições de oferta de banho, almoço e lanche para os alunos do Programa”.http://www.seed.se.gov.br/portais/maiseducacao/orientacao.asp

Tomar banho, no mínimo trocar de roupa depois dos exercícios é mister. Qual é preocupação da escola com a criança? Cobra-se que tomem banho, que estejam perfumados, ao mesmo tempo a escola estimula o contrário. A criança vai passar um terço do seu tempo na escola, fedendo, porque a escola fez uma programação de maneira a produzir suor, e mal cheiro.  As crianças se acostumam com isto. Ou ajusta-se horários, aulas mais agitadas para o fim do período.

Esperamos que as crianças estejam espertas, dispostas, animadas, vivas. Mas não admitimos que façam bagunça. Queremos que estejam plenamente ativas e acordadas nas aulas com jogos e educação física, mas de um minuto para outro exigimos silêncio, cada um “sentadinho” no seu lugar, porque mudou a disciplina. Deixamo-nas gritarem porque estamos num jogo participativo e dinâmico ou porque estão no parque, mas exigimos enfileiramento, silêncio e ordem no minuto seguinte porque estamos na área que antecede as salas ou na próxima aula. 

Nos cursos com adultos acontece exatamente a mesma coisa, até uma 'piadinha' do palestrante nos faz perder concentração e já falamos com nossos vizinhos de assento, se cai alguma caneta no chão todos param para ver, não, mas as crianças, não. . . Haveria uma insensibilidade quanto às necessidades das crianças? Os adultos poderiam estar afetados por diversos problemas familiares, de doença, mas as crianças seriam repreendidas sem a menor preocupação de saber as razões para agitação. As salas ficam muito agitadas. É possível pensar em alguma "transição" entre aulas agitadas e calmas, para baixar a adrenalina?

Campanha “faça a criança se sentir segura”
Um casal de professores decidiu ter um filho. A coisa mais importante da vida está diante de seus olhos. Um casamento pode se desfazer, mas o amor de mãe e pai pelos filhos é perene. Mas acontece uma situação em que os pais precisam se ausentar e deixarão seu filho amado aos cuidados de alguém. De quem? Da avó? Da vizinha? Da amiga do casal? Que situação! Como ficará o coração da mamãe?Terá que ser alguém de muitíssima confiança, alguém conhecido e responsável. 
Poucos anos mais tarde os pais enviarão seu filhinho para ficar com estranhos, longe deles por mais de quatro horas vários dias da semana. Estranhos que cuidarão do bem estar físico, emocional e ainda darão todo o ensino necessário e adequado para seu filho.

No outro lado estão profissionais altamente qualificados que infelizmente se apegam a um conceito muito errôneo sobre os pais: "os pais dos alunos não se preocupam com seus filhos, não se interessam, não dão educação em casa e querem que os professores deem jeito". Embora possa haver poucos pais com este perfil, a maioria dos pais não são assim. 

A pergunta agora é inversa: Como pessoas totalmente estranhas aos pais estão cuidando destas joias, confiadas a eles meramente por serem parte dum sistema educacional confiável? Como estão cuidando do pequeno cidadão, no campo do ensino, do emocional, ético e moral? Um dos maiores objetivos do Ensino Integral é este, além da ensinagem, a formação dum cidadão moral, mental e emocionalmente equilibrado. 

 "De acordo com Munroe (1999), os líderes se tornam atraentes pela sua capacidade de inspirar os outros a se tornarem o melhor que podem. São pessoas capazes de atrair e tirar o melhor das outras pessoas. Por isso, a necessidade de se ter lideranças com excelência nos espaços escolares.

Klausmeier (1977, pp. 259-260) apud Piletti (1987, p.63) afirma que sem motivação não há aprendizagem. Ele argumenta que professor e aluno podem ter todos os recursos didáticos disponíveis para um bom desempenho intelectual, mas que tudo isso será em vão se faltar a motivação. Ele enfatiza que pode ocorrer a aprendizagem, mesmo com a falta do professor, dos livros, da escola, sem uma porção de tantas outras coisas, mas se houver a motivação para elevar a autoestima dos alunos, todas essas dificuldades são transponíveis.

. . .“autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si mesma, ao passo que a autoestima é a percepção que ela tem do seu próprio valor."  

Para Machado (1982, p.90) apud Piletti (1987, p.279), 
as crianças que são amadas quase sempre apresentam boa adaptação no ambiente escolar.

(A IMPORTÂNCIA DA AUTOESTIMA DO ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM - Teixeira - Rubio - Chaves - Silva)

As crianças qualificadas como mais "problemáticas" por professores, na verdade, são aquelas com menor autoestima. 
As crianças não deveriam ter medo de adultos, sim respeito. Olhares carrancudos de adultos observando as crianças como se fosse sempre criminosos e estivessem prestes a cometer crime é imposição pelo medo. Há de haver um esforço para, antes de um conselho, certificar-se de que realmente entendeu o que a criança quis fazer, ou quis dizer, ou a justificativa da suposta falha da criança.

(Pedagogia da Escuta: o que é e como exercitá-la na Educação Infantil?)

Um aluno se encaminha após refeição antes dos demais em direção ao banheiro, um olhar sério dum adulto o repreende prontamente sem saber do que acontecia, em seguida veio a voz ríspida mandando voltar. Outro adulto que passa, não falou nada, deu um sorriso para criança, ganhou um abraço e a acompanhou carinhosamente para o lugar certo. Muitas vezes a repreensão é por uma coisa que a criança “não fez” mas que se calou em defender-se “com medo” da represália. (A Importância Da Afetividade Na Aprendizagem Dos Alunos)

Não quero ir à escola! Odeio! Qualquer coisa menos a escola!


A criança sempre é culpada - eles só aprontam
Pode haver situações parecidas, na verdade paralelas, culpa-se prontamente a criança sem saber o que aconteceu de fato. Por exemplo, aluno caiu, machucou seriamente cabeça e nariz 
- “Bem feito, mas também, você não para quieto”. 
Não parar quieto é 'normal de criança saudável', e se “não parar quieto” incomoda, a culpa é do adulto de não ter interferido corretamente e amigavelmente antes. Culpar a criança pela falta de domínio é injusto. Para que a criança vem a escola, senão aprender, não a base do chicote, mas do raciocínio, da educação e do amor? Na verdade a criança “é tirada” de seu lar cedo na vida, sem entender o que acontece, e estranhos passam a dar bronca e exigir coisas dela, lições, comportamento, coisas que às vezes é diferente na casa dela.

"Quando ocorrer qualquer tipo de incidente é preciso que os fatos sejam apurados, assim nada de sair fazendo prejulgamentos, tomando partido ou ainda pior: enveredar na conversa inconsequente que o Pai traz, geralmente quando está muito nervoso, comprometendo assim a veracidade dos fatos.

No momento da apuração é preciso que os envolvidos sejam ouvidos separadamente e depois confrontados. Quando confrontados é preciso que os mesmos saibam o mal que causaram ao outro, pois desse modo facilita para que eles vejam a extensão do ato." (Material de Apoio - Coordenador Pedagógico,Gestor escolar e Diretor - http://www.sosprofessor.com.br/blog/)


Se uma professora leva um aluno direto à diretoria, ou aos pais através de bilhetes, passa por cima dum profissional chave, e de ferramenta essencial à resolução de suas dificuldades: o Coordenador(a). Este profissional poderia planejar soluções junto dos professores e depois participar na aplicação de estratégias bem sucedidas.

A escola regular muitas vezes usa erroneamente o "livro de registro", ou "livro negro", para registrar indisciplinas de alunos. As oficinas da Nova Escola, usa também o livro, mas com o objetivo original de quando foi criado: para estatísticas. Este é usado para cálculos de tipos de incivilidades.

A autora e professora de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem desenvolvendo estudos bem aprofundados sobre como lidar com conflitos na escola. Na verdade, os estudos expõem nossas maneiras de resolver conflitos como sendo arcaicos e totalmente ineficazes. Por quê? Como deveríamos proceder?

Tenha curiosidade de assistir só um vídeo e tua vida como professor mudará muito.

 Estratégias bem sucedidas são expostos de maneira simples e lógica.


  
 Conversando com  criança
 "Toda vez que nos dirigimos a outra pessoa, transmitimos mensagens que afetam as emoções e os sentimentos dela, para melhor ou pior. Por isso, nós, educadores, precisamos ir além da boa intenção e aprender a nos comunicar de modo construtivo, usando procedimentos que auxiliem a estabelecer diálogos efetivos, mesmo nas difíceis condições da sala de aula.
A conversa com um aluno sobre determinado acontecimento ou comportamento dele, como uma postura inadequada, é mais eficiente quando não há julgamentos, culpabilizações ou desconfianças. O ideal é falar da situação, e não do caráter do envolvido. Em vez de dizer Vocês são bagunceiros, o melhor é Vocês estão saindo da classe, mas vejo carteiras fora do lugar e papéis no chão. A linguagem assim formulada, de maneira descritiva, favorece a colaboração e dá oportunidade para ele concluir o que fazer.
Evite acusar ou atacar. Isso faz com que o ouvinte canalize a energia em se defender ou se justificar, e não em solucionar o problema. Reprimendas somente incitam a raiva e diminuem a autoestima. Comentários negativos, como Você derruba tudo, que desajeitada!, também não ajudam. Já a linguagem sem crítica (linguagem descritiva) atrai a cooperação: A tinta caiu. Depois de limpar, vamos pensar em o que fazer para ela não cair mais?


Assim, sem se utilizar de censuras, julgamentos ou críticas, o educador valoriza a fala da criança e acolhe seus sentimentos, mostrando que esses são aceitáveis – as ações é que devem ser controladas. Ao ter seus sentimentos identificados e respeitados, a criança consegue lidar melhor com eles e pensar com mais clareza em como resolver seus problemas.

Em vez de ordenar ou ameaçar, ofereça opções, mesmo que as alternativas não sejam agradáveis." (Telma Vinha - O Educador e a Moralidade Infantil).


É hora de dar conselhos
Ao dar conselhos, a primeira regra é, saiba de tudo quanto possível antes. Segunda regra, estude métodos diferentes e eficazes de aconselhar. Terceira, dar bronca afastará o ouvinte do conselho e fará agir exatamente ao contrário, fará escondido na próxima vez se não entender a sabedoria do conselho.

"Acusar, intimidar, dar longos sermões não são possibilidades de tomada de consciência e nem mesmo desencadeadoras do valor de si.
 Há um tipo de linguagem que consiste em não acusar, apenas descrever o que vemos e o que sabemos.
Linguagem descritiva é apenas descrever o ocorrido sem criticar, acusar ou julgar e, em seguida, focar numa solução.

 Fante (2005) também indica esse tipo de linguagem para que possa se estabelecer uma relação de confiança com os envolvidos na situação: “Estou vendo que você e seu colega estão tento alguns problemas... Estou vendo que você anda chateado com alguns colegas”.
Numa relação de confiança com as crianças, é preciso que perguntemos: “Como é que eu posso te ajudar?”, “Diga-me, vamos pensar juntos, o que nós podemos fazer para resolver essa situação?
Mostramos respeito pela criança, continua a autora, “através de nossas tentativas no sentido de compreender o que elas dizem e sentem, e através de nossa aceitação, destituída de qualquer juízo, desses sentimentos e pensamentos”.



As oficinas como local de conversa
Elas têm que mudar a forma de pensar e fazer educação, não basta ter uma oficina de artes no contraturno, é preciso muito mais. Elas têm que dialogar mais com os alunos, com o que eles trazem nos encontros e com o contexto de suas comunidades. Como trabalhar a disciplina de história sem levar em conta a história do aluno, da escola ou da própria comunidade? Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais fragmentada é preciso que a gente transversalize mais, rompendo com a prática de trabalhar com conteúdos isolados. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.

Logo de cara, os professores bem que poderiam olhar mais nos olhos dos alunos, ouvir mais. Integrar pais e comunidade no cotidiano da escola também seria “praticar educação integral”. E por que não trazer outros profissionais para a sala de aula para explicar tipos diferentes de ofício aos alunos? O professor pode convidar o pai de algum aluno que seja sapateiro, por exemplo. Na sala, ele pode explicar a cadeia do couro numa aula de geografia. A educação integral vem nesse sentido. É pelo cotidiano e por meio dos saberes das pessoas que a comunidade escolar vai contribuir para uma boa educação”. http://porvir.org/porpensar/a-educacao-integral-deixa-escola-mais-humana/20130821




Programa “Seja um Educador Completo, para a vida”.
Entender o que significa ensinar e educar é fundamental.
Ensinar é passar conhecimento. Educar é ajudar o aluno a tornar parte de sua vida o aprendizado.
Eu fui ensinado que "ao sinal vermelho pare", mas não paro. O guarda de transito e a multa terão o papel de me educar.

Usar todos os momentos para “educar” verdadeiramente é fundamental. Isto significa que poderá haver necessidade de inúmeras conversas até aluno internalizar o conceito, ou seja, se educar. 
Exemplo, O xadrez serve para criança desenvolver estratégias para resolução de problemas. Que problemas? Na vida. Mas o que a oficina pode estar fazendo é simplesmente ensinar aluno a “jogar xadrez”, nada mais.
Oficina que envolva português, ou qualquer outra área, está ela preparando aluno para inteligentemente usar estratégias para vida? 

O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo intimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida”.
SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008 pag 69.

Demonstre que entende e aplica a lição que ensinou
Depois da aula, aluno se confronta com um problema, a professora berra com ele, demonstrando que ela própria não sabe como desenvolver estratégias inteligentes para lidar com situações da vida profissional, inclusive com crianças.

É dificil! 
- "É impossível de aplicar isto hoje em dia, porque as crianças mudaram!? 

Não, os adultos mudaram. Professores falam tempo todo, inclusive nas broncas, de ser bem educado, respeitar outros, etc. Mas o que faz quando surge de fato situações em que se poderiam exercitar isto? Por exemplo quando surge uma disputa entre dois alunos, a professora intervém dando bronca, muitas vezes sem respeito e sem saber exatamente o que aconteceu. 

Nas oficinas da Escola Nova, esta é a hora para deixá-los resolver sozinhos, ou antes orientá-los e depois deixá-los resolver.

Quando aluno não faz lição, não vem uniformizado, não traz todo material, etc, por que não ajudar aluno a raciocinar, deixá-lo entender por ele mesmo e assim criar responsabilidade.

Nas oficinas, na verdade, não temos nenhum destes "problemas"! 

Elas podem aprender a ser mais responsáveis, mas precisam da orientação correta, não de gritos, carrancas, desprezo, humilhação, etc. Mas há professores que não acham nenhuma criança responsável. Em muitas escolas tem um monitor de referência em cada sala que pode ser mudado por semana para criar responsabilidade neste em manter a sala em silêncio.


Para formar o jovem idealizado (autônomo, solidário e competente) a prática pedagógica dos educadores deve ser modificada de modo que o jovem seja tratado como fonte de iniciativa desenvolvendo a capacidade de agir, não sendo passivo no processo pedagógico; como fonte de liberdade porque a ele devem ser oferecidos cursos alternativos para aprender e avaliar e tomar decisões e fonte de compromisso, porque deverá aprender a responder pelos seus atos, sendo consequente nas suas ações."

As oficinas são ótimas para isto! Veja a parte 01 desta matéria.

"Nesse período da vida, o jovem procura e experimenta oportunidades de criação de espaços, de participar e de ser ouvido dentro e fora da esfera escolar, é mais do que importante garantir que tenham acompanhamento e orientação pelos educadores. Para que isso ocorra, é necessário que o ambiente escolar seja cuidadosamente pensado de modo permitir a o educando conquistar a autoconfiança, autodeterminação, autoestima, autonomia, capacidade de planejamento, altruísmo, perseverança, elementos imprescindíveis no desenvolvimento de suas habilidades e competências na conquista de sua identidade pessoal e social."


As oficinas são ótimas para isto também! Veja a parte 01 desta matéria.

"E esse empenho consequente conduz os alunos a patamares superiores em termos de autonomia, conferindo-lhes melhores condições para lidar com as diversas alternativas no enfrentamento e resolução de problemas que os desafiam. Nesta prática, os jovens têm a possibilidade de exercer a sua capacidade de liderança a serviço do desenvolvimento de sua turma, servindo de exemplo e referência para os seus colegas, inspirando-os e contribuindo para a mudança de suas posturas, apoiando-os e contribuindo para a mudança de suas posturas, apoiando-os no envolvimento das soluções que dizem respeito a tudo aquilo pelo qual ele desenvolve uma atitude de não indiferença seja em relação à escolar, à sua comunidade, às pessoas etc."


As oficinas também cumprem estas premissas! Veja a parte 01 desta matéria.

"O ‘produto’ do trabalho do professor não é a aula, mas sim a aprendizagem do aluno. Quando não acreditamos nisso é possível conceber que o ‘professor ensine’, ‘sem que o aluno aprenda’. Uma avaliação realizada de forma articulada a essa concepção, possibilita ao professor redirecionar suas estratégias e procedimentos para atender necessidades específicas de seus alunos. A prova diagnóstica proposta para o início e término do processo de nivelamento, com o intuito de recuperar defasagens de aprendizagem dos alunos ingressantes na Escola de Ensino Integral, possibilita facilitar que esse pressuposto seja garantido, ou seja, as aprendizagens das habilidades e competências que ainda não foram desenvolvidas pelos alunos nos tempos e espaços escolares anteriores, sejam de fato garantidas”.
http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/342.pdf

Até isto as oficinas fazem, ajudam alunos a se desenvolverem bem no turno em que estão na escola regular, suas capacidades e potencialidades.

Veja exemplo no Japão:


Estão vendo este meu cachorro? O nome dele é Dog, e eu o ensinei a falar!” Ensinar eu ensinei, só que ele não aprendeu”. Foco na aprendizagem e não na “ensinagem”






Finalizando
Isto tudo é uma questão de Gestão.
Existem livros aos montes tratando destes assuntos. Eu separei mais de vinte, sobre afetividade na educação. Existem centenas de filmes, documentários, palestras, etc. Para se aconselhar alguém, precisa-se mostrar artigos especializados, filmes, livros. Argumentação precisa transcender nosso raciocínio, traspassar o achismo de cada um, precisa ter base sólida e clara, de maneira que quem precisa mudar não fique se justificando, entenda que tá errado e tem que mudar. Na questão dos berros, podemos separar mais de cem artigos na internet que mostram que é errado e suas consequências para o resto da vida das crianças. Existe algum artigo que prove o contrário? 
Veja lista de artigos no final do texto: “Educando com Berros – Resolve Mesmo"

Precisamos ler mais, sem ficar esperando as “capacitações” esporádicas.
Sobre Escola Integral de êxito, existem excelentes ideias pelo Brasil e mundo.
Por exemplo: Em geral as escolas de tempo integral mais antigas entenderam que nem todos os alunos tem “vocação” para uma oficina. Nas aulas de dança muitos alunos meninos não gostam, não conseguem e não estão estimulados. Aulas como de “horta” serão importantíssimas na vida de alguns, mas não fará diferença nenhuma na vida de vários alunos.
Então estas escolas experientes fizeram um plano individual para os alunos, de maneira que frequentem as oficinas apenas aqueles que gostam dela, e se desenvolvem. Muitos repetem a oficina, aprendendo melhor ainda.

Se quisermos que “todos” aprendam a dançar igualmente, que gostem da dança igualmente, e que tirem boas avaliações, cairemos frustrados, isto “nunca” vai acontecer. 

Por isto, nestas escolas experientes, vemos crianças de diversas idades numa oficina. É ruim você pensou. Na verdade, é excelente, porque alunos maiores ajudam a professora por darem o exemplo uma vez que aprenderam mais rápido, podem até ajudar ensinando seus pares, e, enquanto ocupados, não incomodam, mas aprendem melhor uma vez que participam em ensinar. 
Alunos maiores que ajudam na oficina, ajudarão depois na hora do recreio, mesmo depois de saírem da escola, defenderão os menores porque  desenvolveram senso de responsabilidade e de proteção aos menores. Em vez de ficarem fofocando, participarão da solução. Os profissionais ficarão mais satisfeitas, porque em vez de ficar dando bronca o tempo todo aos alunos sem motivação porque não gostam daquela disciplina, terão só alunos que tem prazer na disciplina.

Mas, depois de selecionar os alunos, ou deixar que eles escolham (é a soma disto), sobrarão os “preguiçosos”. Não existe aluno preguiçoso, existem aulas sem motivação, existe professor que não estimula, que não descobre primeiro os interesses de cada aluno para usar este interesse didaticamente. Tem professor que vai falar que mesmo assim vai ter aluno que é preguiçoso.

Nas oficinas é impossível de isto acontecer, considerando tudo que foi explicado na parte 01 desta matéria.

Mesmo assim, depois de cada um se colocar em oficinas que mais interessam, sobrará alguns. Entra em cena o papel de incentivo, explicação clara do que é cada oficina, motivação. 
Pensa num aluno desinteressado que não quer ficar na aula. “Você não se manda, vai ter que ficar lá e pronto”, é desmotivador. Mas se mostrar calmamente e usando o raciocínio lógico os benefícios, põem-se no coração o desejo de estar naquela oficina. Nada obrigado é prazeroso. 

É normal que a programação da escola Integral deixe alunos agitados, são muitas atividades diferentes. O cérebro do aluno entra em colapso, o comportamento que se exige dele é ilógico para oficinas subsequentes, diferentes e opostas (dança e letramento, por exemplo).
Escolas experientes de ensino integral, entenderam que pode ser difícil para um professor liderar uma oficina, porque é informal e os alunos ficam inquietos naturalmente. O que fizeram?

Juntaram duas oficinas, não precisam ser afins, podem ser totalmente diferentes.
Surgem diversas possibilidades. Dividirem duas aulas e cada um reger uma, outro ajuda. Misturar quando possível o conteúdo, dai misturam se as aulas (multidisciplinaridade).
Os professores são beneficiados, pois enquanto um se preocupa com a aula, outro não só ajuda, mas observa aproveitamentos, vocações, dificuldades, dá sugestões , etc. 

No passado, numa aula em que se montava um quebra cabeças, um determinado aluno montou muito antes dos demais, e saiu de seu lugar para “incomodar” e foi alvo da bronca. Esqueceu-se do elogio por ter acabado antes, ou de aproveitá-lo de alguma forma, usar sua inteligência para ajudar outros. Noutra aula, dois alunos acabaram a lição nos computadores e foram “incomodar” outros, seguiu-se a bronca (chamo os “berros” de bronca). Esqueceu-se de elogiá-los e usá-los para algum bem. 

A oficinas são perfeitas para este tipo de acontecimento. Não há que dizer que se resolve estes comportamentos, uma vez que não existem este tipo de problema, cada um tem seu tempo, sua liberdade de demorar e de ajudar voluntariamente seus colega. 

Outro problema comum que poderia ser resolvido na junção de duas ou mais oficinas é a participação de todos os alunos. Alunos do fundo que não participam ativamente das aulas, só fingem, ou ficam parados, e a professora lá na frente não vê, ou não liga. Assim acontece com várias aulas. Com dois profissionais isto não aconteceria.
Em algumas escolas adotou-se a rotatividade, os alunos de trás vão indo para frente sempre em cada aula.

Este tipo de problemas também não existe nas oficinas, como jã explicado anteriormente nesta matéria.

Que outras ideias já foram objeto de preocupação das escola?
Monitores do mais educação também precisam adequar-se à dinâmica da escola. Se precisarem de treinamento, este deve ser dado. Monitores com pouca experiência com crianças, não sabendo controlar os alunos indisciplinados, usam mal sua autoridade, corrigem com grosserias, e apelam aos berros. O “recreio deve ser pedagógico” dizem as Diretrizes, assim como o almoço. Os filmes, as brincadeiras, são didáticas. Ou são sem método, simplesmente para mantê-los quietas?
Nas oficinas todos são companheiros, trabalham como equipe.

Como as meninas na pré-adolescência estarão muito tempo na escola, se espera da mesma que inclua um momento ou vários, para falar sobre menstruação com elas.

Muitas escolas do Brasil tem programa “Peso criança x peso mochila”ou algo parecido.
Qual é preocupação da escola com a criança? Bolsas de alunos muito pesadas com mais de 15% do peso do aluno contribuem, senão até produzem, danos na espinha e nas articulações da bacia e joelhos, prejudica o andar e o desenvolvimento infantil.
Você já leu em algum lugar que funcionários que trabalham sentados na frente de um computador terão problemas de saúde? Dores lombares, dores no joelho, falta de circulação, entre outras.
Você já se perguntou onde estavam estes funcionários desde seus 5 anos até seus vinte e poucos? Sentados na escola durante quarto horas, e se for escola integral bem mais.

 Pelo visto há uma enorme quantidade de assuntos a se tratar sobre a Escola Integral.
Que tal começar com os objetivos das oficinas? Para quem será o conteúdo das mesmas? Como será passado o conteúdo das mesmas? 

Comece assistindo este vídeo: "A ESCOLA DO FUTURO"















Resumão

1. Ideb:
Quer melhorar o ideb da escola? Quer ter mais qualidade de ensino?
Simples, precisamos reduzir ao mínimo festas, comemorações, atividades extras que fujam do foco da aprendizagem,  projetos que se ajustem ao conteúdo, senão for assim que sejam mais breves e práticos, murais e adereços mais simples, mais envolvimento de todos com o aluno, com o ensino. Qualidade na Educação - Quanto de Dinheiro Precisa?
Diretora e coordenadora deveriam estar com professores dando apoio, sugestões, para o que acontece em sala, observando os alunos, seu comportamento, sua aprendizagem, assegurando que alunos com mais dificuldades tenham melhores condições. Quanto mais junto com professores melhor. Diretores tem uma agenda cheia demais de reuniões fora da escola, sobrando menos tempo dentro da mesma.

2. Fazer registros e avaliação de tudo para na próxima rememorar e corrigir.

3. Deixar o Conselho Escolar trabalhar. Compartilhar assuntos por escrito no quadro de informações e acatar sugestões.

4. Criar “programas” que enfatizem mais a metodologia de ensino. Projetos dão conta de conteúdo, conhecimento. Programas específicos incentivam a qualidade do ensinar, através de metodologias eficazes como "seja um professor completo", pois a qualidade do ensino começa aí. Incluir nestes sempre palestras, vídeos e literatura de apoio, sem achismo.

5. Cobrar mais educação, não só ensinagem.

6. Desenvolver estratégias conscientes, estudadas, formais, claras, estáveis, não ficar mudando cada dia. Se alguém perguntar, como fazem quando acontece isto? -Que todos respondam em “uníssono” mesmo longe um do outro, “nos esforçamos a fazer desta maneira”.

7. Deixe a criança raciocinar. Deixe pensar ser um "pequeno detetive" que anseia pela próxima investigação. Não apresse seu desenvolvimento, mesmo que este seja muito lento. Seja criativo em preparar ambiente e condições de aprendizagem. Entenda o que significa verdadeiramente as implicações das oficinas da "ESCOLA INTEGRAL, e da NOVA ESCOLA.




Logo Escola Integral União da Vitória/Pr






Referências: Videos

A Educação Proibida”- https://www.youtube.com/watch?v=-t60Gc00Bt8




Série: UNIVESP - D-26 - Princípios Gerais de Administração Escolar

Série: Afetividade na Educação

Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor

https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU

O Que A Escola Deveria Aprender Antes De Ensinar?

https://www.youtube.com/watch?v=EigUj_d5n80

Como Lidar com a Indisciplina? - 'Workshop do Educador'

https://www.youtube.com/watch?v=432tPxnkqrY

A importância do vínculo afetivo entre professor e aluno
https://www.youtube.com/watch?v=5JY0SMylbho



Referências: sites
Estes são identificados junto ao texto
http://www.sosprofessor.com.br/blog/  -Site feito por professores para professores

www.educacaointegral.org.br - Site que trata das últimas noticias, metodologia, políticas públicas sobre Educação Integral"
Referências: livros
Veja a lista no final do artigo “Educando com Berros – Resolve Mesmo"
http://vivendosoilusao.blogspot.com.br/2015/07/educando-com-berros-resolve-mesmo.html


Logo Escola Integral em Altinópolis/SP

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

O papel da escola e do professor de Educação Infantil

 O professor e o desenvolvimento emocional da criança pequena Ligia de Carvalho A. Vercelli (veja o texto completo)

 

Iniciamos este tópico apresentando os dados retirados dos relatórios de estágio realizado em salas de Educação Infantil e que também foram discutidos com os futuros professores em sala de aula.
Normalmente as professoras gritam com as crianças para que façam silêncio, reclamam muito da educação que elas trazem de casa, poucos são os momentos que as professoras demonstram atenção e afetividade.
Observamos uma professora enfurecida gritando com um aluno pequenino chamando-o de animal e tomando-o bruscamente pelo braço. Levou-o à professora de outra sala e disse: “vou deixálo em sua sala, porque ele deve ficar longe das outras crianças, ele é um animal e não uma criança”.
A maioria das professoras grita muito com as crianças, principalmente, quando estão mais agitadas. A punição para a indisciplina é deixá-los sem parque por volta de quinze minutos ou mandá-los para a sala vizinha para ficar com outro professor.
Observei professores repreendendo os alunos com gritos e xingamentos.
O professor castigava os alunos colocando-os de frente para a parede e os humilhando diante das demais crianças. A criança que desobedecia era levada para outra turma ou para a coordenação.
Para corrigir a indisciplina, a criança é posta num canto, sentada na cadeira com o intuito de neutralizar o seu comportamento.
Observamos algumas professoras da educação infantil sem a menor paciência com os pequenos, gritam demais.

O professor coloca a criança no canto da sala para pensar a isentando de realizar as demais atividades.
Um dado importante a ser apontado é que o professor regente não se intimidou com a presença do estagiário quando tomou as atitudes elencadas.
Podemos levantar várias hipóteses para explicar tais comportamentos, porém, seria leviano de nossa parte tentar entendê-los sem conhecer a trajetória de vida desse profissional. Podem ser fatores relacionados à maternagem, ou a possíveis humilhações sofridas na infância por outras figuras de autoridade etc. Seja qual for o motivo, não podemos admitir que tais atitudes se perpetuem e que nada seja feito para impedi-las em nome do bem-estar dos pequenos.
O fato é que, diante dessas situações, uma criança se sente completamente desamparada, pois como vimos anteriormente os pequenos necessitam dos pais para se identificar. São as condutas dessas figuras parentais que farão com que ela se perceba como sujeito, dado que o desenvolvimento emocional tem início no nascimento. Nesse sentido, Winnicott (1982, p. 116) afirma:

Se quisermos julgar a maneira como um ser humano trata com os seus semelhantes, e ver como se edifica a sua personalidade e vida, não poderemos dar ao luxo de deixar de fora o que sucede nos primeiros anos, meses, semanas e mesmo dias de sua vida. Quando abordamos os problemas dos adultos, por exemplo, os associados ao casamento, somos confrontados, evidentemente, por muita coisa que pertence a um período ulterior do desenvolvimento […]
Muitas crianças começam a frequentar a escola por volta de seis meses de vida, assim que termina a licença maternidade da mãe. O professor assume, nesse momento, o papel que cabia à figura materna, não como substituto desta, mas como promotor de ampliação e suplementação de um papel que apenas a mãe ou quem cumpre a função materna desempenha. As crianças pequenas necessitam, em um ou outro momento, da assistência materna, por isso o professor precisa agir disponibilizando esses cuidados. Winnicott (1982) salienta que quando uma criança passa dos cuidados maternos para a escola, esta tem de continuar, na figura do professor, a propiciar meio físico e corporal à criança, fato que ecoa no desenvolvimento emocional. O dever do professor é o de manter, fortalecer e enriquecer as relações pessoais das crianças com a família e com a diversidade de um mundo repleto de pessoas e oportunidades.
A entrada na escola representa um choque para a criança, uma vez que, nos primeiros anos de vida, ela é incapaz de exercer simultaneamente três tarefas psicológicas, a saber: em primeiro lugar, estabelecer relação com elas mesmas; em seguida, com a mãe, e por último com outras pessoas.
Nesse sentido, o professor necessita perceber que ele é o objeto dessa relação pessoal não materna e que, para a criança, não é uma pessoa qualquer nem pode agir como se fosse. Ele deve “[…] aceitar a ideia de que a criança só gradualmente chegará ao ponto de cedê-la a outras crianças sem ficar perturbada.” (WINNICOTT, 1982, p. 222). Quando a criança sentir-se segura para se relacionar com outras pessoas cederá o professor para as demais, o que dependerá da natureza das experiências prévias da criança com a mãe.
O professor desempenha um papel importante na vida dos pequenos, pois, ao assumir a postura que a mãe mantinha em casa, será idealizado como alguém muito importante e fará com que a criança se sinta segura e busque novas descobertas. Ao professor cabe assumir um papel caloroso, já que de agora em diante será o principal esteio na vida da criança; cabe ser coerente em seu comportamento para com ela, discernindo suas alegrias e mágoas.
Além disso, deve ser tolerante, para que possa ajudá-la em suas necessidades. Dolto (1998, p. 21), em 1979, já assinalava que, “Hoje, os professores já não são somente pedagogos, têm de fazer uma educação que a família reduzida já não assegura e deveriam ser, mais que professores de saber, educadores para a vida pessoal de cada criança.”
As atitudes dos professores em relação às crianças pequenas, conforme apontadas neste texto, nos faz pensar no conceito de educação perversa utilizado pela autora. Para ela, “A educação perversa traz incessantemente de volta ao passado em vez de abrir constantemente para o futuro […]. É perverso orientar a educação pelo prazer que as crianças deveriam dar aos pais […]” (DOLTO, 1998, p. 21) e, consequentemente, aos professores. Percebemos que os docentes querem que as crianças ajam de forma a satisfazer as necessidades dos adultos, independentemente das manifestações próprias da idade de cada uma. Os recortes selecionados denotam a intimidação recebida dos educadores, o que angustia cada vez mais os pequenos.







Um professor na educação infantil deve ser um bom "contador de histórias"
veja: Andrew Stanton: As pistas para uma grande história 



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

EDUCANDO COM SABEDORIA


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba. Leia toda a matéria aqui:  Eliane Brum - Revista Época


Um professor na educação infantil deve ser um bom "contador de histórias"
veja: Andrew Stanton: As pistas para uma grande história 

Um professor na educação infantil deve ser um bom "caçador de talentos"
Veja: As escolas de hoje limitam a criatividade infantil? 

veja: Ken Robinson: Escolas matam a criatividade?  
 

A CHANCE REAL DE MELHORAR A QUALIDADE NA EDUCAÇÃO - AGORA!

Avisem os diretores, alertem os professores, falem ao setor administrativo de sua escola. 

O Ministério da Educação acaba de lançar uma chamada pública que tem por objetivo criar as bases para uma política pública voltada à inovação na educação, a partir do conhecimento da extensão, da distribuição geográfica e do perfil da inovação e da criatividade na educação brasileira.
Além disso, o MEC pretende estimular e fortalecer essas iniciativas, reconhecendo seu trabalho, indicando-as como referências em inovação e criatividade e divulgando suas atividades.
Todas as escolas do país estão convidadas.
Segundo Helena Singer, assessora especial do ministro da Educação e presidente do Grupo de Trabalho Nacional que orienta a iniciativa, “as pessoas não têm notícia de que é possível organizar uma escola sem as carteiras enfileiradas de frente para uma lousa, sem as salas de aula, sem os corredores, sem as aulas de 50 minutos, por disciplinas. Elas estudaram em escolas assim, seus filhos estudam em escolas assim, o nome escola já remete a este formato.
Então, é fundamental divulgar novas referências, organizações que garantem os processos de aprendizado em estruturas que dialogam mais diretamente com os desafios do século XXI”.
Não temos a intenção de fato de realizar essa mudança.
"Temos uma visão hipócrita: dizemos que queremos, mas na hora de colocar as ações em prática não somos coerentes com nosso desejo. Se queremos de verdade a criatividade, temos de abrir espaço para que as atividades sejam criativas. Ter uma coerência entre o que quer e o que faz é fundamental. Em segundo lugar, é necessário saber que vai levar tempo". -Cesar Nunes, pesquisador da Unicamp e especialista em Desenvolvimento e avaliação da criatividade.
Mas há exceções importantes, com intervenções inovadoras que ocorrem em nível local, por iniciativa de escolas, comunidades ou outras organizações educativas. Estas inovações, se confluírem com políticas de governo, podem produzir a efetiva mudança necessária no campo da educação.
Por tudo isso, é preciso apoiar estas experiências para que superem seu isolamento, fragmentação, descontinuidade no tempo, baixa visibilidade e estrutura fortemente voluntarista. O caminho para isso é demonstrar a relevância destas experiências no que se refere à confiabilidade de seus métodos e aos resultados alcançados. Também é preciso possibilitar que estas inovações tenham impacto, criando pontes entre as comunidades envolvidas com a inovação e redes públicas de ensino bem como entre a produção acadêmica e a prática.
 A política pública decorrente da chamada irá fortalecer as organizações que têm propostas inovadoras. As organizações reconhecidas pelo MEC como inovadoras e criativas passarão a ser referência para a educação básica e suas atividades serão divulgadas pelo Ministério.

Veja toda a informação no link do MEC:
http://criatividade.mec.gov.br/chamada-publica

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

UMA ESCOLA FELIZ

Quando se fala em escola, APP, Conselho Escolar, qualidade das escolas*, normalmente se reclama da falta de dinheiro, falta de apoio do pais, falta de cuidados com prédio e de cercania do mesmo. (Qualidade das escolas, aqui não qualidade do ensino, porque este traspassa a condição do prédio ou a quantidade de dinheiro disponível).
Assim não dá para ser feliz.
Quando falta dinheiro, a primeira pergunta é, porque falta dinheiro se tantos impostos deveriam dar conta da educação. Convencionou-se que pais iriam auxiliar o governo, fornecendo contribuição através da APP. Em outras palavras, os pais além de pagar altos impostos, deve dar dinheiro para ajudar a escola a cumprir com seus compromissos financeiros. A maioria dos pais fazem isto com muito prazer, embora esta seja totalmente facultativa. O Manual dos Conselhos Escolares do MEC diz que:
"A autonomia financeira deve possibilitar à escola elaborar e executar seu orçamento, planejar e executar suas atividades, sem ter que necessariamente recorrer a outras fontes de receita, aplicar e remanejar diferentes rubricas, tendo o acompanhamento e fiscalização dos órgãos internos e externos competentes".

"Em síntese, é obrigação do poder público o financiamento das instituições educacionais públicas e compete às escolas otimizar e tornar transparente e participativo o uso dos recursos". (Veja no fim o que representa Autonomia financeira, administrativa e jurídica da escola).
Quando se fala de falta de apoio por parte das famílias, quer se dizer da negligência por partes de alguns pais em apoiar seus filhos, tomando lições em casa, incentivando-os e coisas assim. A ausência destes na escola em dia da família, para pegar boletim, ou em comemorações, leva profissionais escolares a achar que existe falta de interesse destes na educação dos filhos.
Prédios em mal estado dão uma impressão muito má da qualidade da educação, como em qualquer outro lugar. Mas quem deve cuidar disto? Paredes mofadas, quebradas, com pinturas velhas ou pichadas passam ao observador uma impressão que o trabalho realizado ali também é assim. Os que ali trabalham também não se sentem bem.Que fazer, se já foi pedido aos órgãos competentes, mas estes prometem e demoram para tomar ação? Aqui podemos incluir as faixas e sinalização em frente da escola.

Em alguns casos a paciência pode acabar. "Em Livramento de Nossa Senhora, cansados de esperar por uma resposta do Poder Público, em demarcar as faixas de pedestres com material específico, um morador, com suposto apoio de comerciantes local, decidiu por conta própria fazer o serviço. A iniciativa foi considerada ilegal e impedida pelo Poder Público. A faixa ficou pintada pela metade, e a população aguarda que o problema seja logo solucionado", foi a notícia.
Moradores de Niterói se reuniram para pintar faixas de pedestre com o objetivo de chamar a atenção para a política de respeito aos pedestres. Após várias tentativas de conseguir a faixa de segurança para a travessia dos alunos em frente ao Colégio Portinari na rua Monsenhor Wolski em São Luiz Gonzaga/RS, foi tomado a iniciativa de os próprios alunos, que seriam os maiores beneficiados com a faixa, pintarem com tinta branca uma faixa idêntica as existentes em frente a outras escolas da cidade. 
Em Manaus, Ziza Martins, diretora geral do Centro Educacional Sandra Cavalcante, localizado na Avenida S, do Conjunto Renato Souza Pinto II, Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, resolveu tirar do seu bolso a importância de R$ 400,00, arregaçar as mangas da camisa juntamente com seus familiares, amigos e pais de alunos e pintar a faixa de pedestre localizada frente à escola onde estudam 210 crianças de 3 a 5 da educação infantil.

Mas não precisa necessariamente  afrontar a lei. Alunos da Escola Municipal Rosa Palma Planas – Jardim Tupinambá – participaram de mais uma ação da campanha “Viva e Deixe Viver: pelo fim das mortes no trânsito”. Com apoio da equipe da Secretaria dos Transportes, os estudantes se revezaram para reforçar a pintura da faixa de pedestre, localizada em frente à escola. E, com a dificuldade da administração municipal de alavancar recursos para executar obras referentes à infraestrutura e ao trânsito de Brumado, os agentes de trânsito se apresentaram voluntariamente para pintar as faixas de pedestres. Em Santana, mutirão vai pintar e revitalizar faixas de pedestre. Equipes da Engenharia e Trafego da STTRANS, já iniciaram um mutirão para pintar faixas de pedestres entorno de diversas escolas do município; os serviços serão realizados principalmente durante o horário da noite e se não chover.

Tem solução?

Podemos ficar "felizes" com soluções que diversas escolas acharam.
Talvez a questão seja mesmo com a escola e não com quem achamos que vai solucionar nosso problema. Ainda que esperar pela solução da autoridade seja a lógica mais certa.
Numa escola em que observou-se alguns pais "mal educados" no transito, que estacionavam contra mão, saiam rápido demais e coisas assim, a escola optou por outra solução. Em vez de chamar a polícia, e, depois de conversar com estes pais, começaram "campanha" forte com as crianças, com projeto de trânsito, com ênfase em a criança lembrar a seus pais o que aprendiam. Pode não ser a solução definitiva, mas funcionou demais. A escola escolheu "ser feliz".
Algumas escolas com dificuldades financeiras, esperando que o estado conserte e pinte suas paredes, optaram por uma solução das mais instintivas. Reuniram o Conselho Escolar e pediram ajuda a comunidade que ficou de ver quais pais poderiam ajudar. Decidiu-se trabalhar em duas etapas. A primeira angariar fundos, com ajuda da comunidade. Pais iriam conversar na empresa em que trabalham, outros pais ajudariam com material próprios de sua profissão. A segunda a mão de obra com data a ser marcada depois de ter todos os materiais. Primeiro, alguns pais fizeram orçamentos com medidas e materiais. O problema era que nem todos poderiam num dia específico. Então foi feito uma lista dos apoiadores e o trabalho passou a ser realizado por grupos pequenos de pais em horários diferentes, conforme podiam.
Em outro local, "cansados" de esperar pela prefeitura que iria gastar doze mil reais com a pintura, funcionários separaram três dias da semana, parou-se o serviço, a prefeitura forneceu a tinta e eles mesmos pintaram. Nenhum era profissional da pintura, mas perguntaram, pesquisaram e realizaram a tal obra. Foi uma festa. Colocaram no Facebook as fotos do antes e do depois, houve brincadeiras, funcionários se conheceram melhor, etc. Isto foi em minha cidade, posso dizer com toda a certeza que momentos de felicidade foram constatados nesta empreitada.
Noutra escola, o Conselho Escolar, em comunicação com a comunidade, mantém um programa de manutenção do prédio e jardim escolar. A cada dois meses trabalham um sábado. Poucos vieram na primeira vez, mas como o programa continuou, pais diferentes começaram a aparecer conforme uns conversavam com outros. Vários que não tinham criança naquela escola também comparecem. Se não tem um eletricista entre os pais, um pintor ou pedreiro, estes tem parentes, amigos que ficariam felizes em colaborar. Mesmo não sabendo fazer este tipo de serviço, estar presente para ajudar indica a preocupação dos pais com a educação. E funciona mesmo.
Como está o jardim de sua escola? Vai pagar para alguém cuidar?



"Autonomia administrativa -consiste na possibilidade de a escola elaborar e gerir seus planos, programas e projetos. A autonomia administrativa da escola evita que esta seja
submetida a uma administração na qual as decisões a ela referentes sejam tomadas fora dela e por pessoas que não conhecem a sua realidade, contribuindo, desse modo, para que a comunidade escolar possa, por meio da vivência de um processo democrático e participativo, romper com a cultura centralizadora e pouco participativa em que têm sido elaborados os projetos e efetivadas as tomadas de decisões".

"Autonomia jurídica - diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e
orientações escolares em consonância com as legislações educacionais, como, por exemplo, matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau etc. A autonomia jurídica da escola possibilita que as normas de funcionamento dessa sejam discutidas coletivamente e façam parte do regimento escolar elaborado pelos segmentos envolvidos na escola, e não de um regimento único, elaborado para todas as instituições que fazem parte da rede de ensino". Conselho Escolar e Autonomia - MEC

As experiências bem sucedidas  mencionadas acima são resultados duma mudança na maneira de pensar. 
Enquanto se pensar que a escola é do governo, da prefeitura, que o diretor é quem manda e que os pais não devem interferir em assuntos escolares a menos que sejam convidados e devidamente autorizados, a coisa continuará como estão.

A instauração correta dos Conselhos Escolares muda toda esta visão.
"Instauração correta", começa antes mesmo da formação propriamente dita.
No curso que o MEC fornece, a coisa começa a funcionar pela ampla divulgação do que é o CE entre a comunidade.

Palestras, noticia na rádio, panfletos, folder, carro de som, são usados para convidar e explicar como funciona o CE, assim como convencer a comunidade que eles tem um papel importante na escola da região: tem vez e voto.
É nesta fase que a comunidade, especialmente pais de alunos, começam a entender que eles podem e devem participar ativamente e de todas as formas em assuntos da escola próxima de casa.
Na formação do CE, na escolha de membros representantes, precisa ter uma eleição séria com chapas representativas, para se eleger os mais interessados. Não pode ser indicados por quem quer que seja simplesmente. No dia da eleição a comunidade virá até a escola para votar e será registrada em ata. 
Uma vez encerrada a eleição, o CE terá seu registro em cartório, com estatuto, reuniões periódicas, pautas e atas.
Os seus membros sempre consultarão as leis federais, estaduais e municipais, assim como regimento escolar, e outras sempre que deliberarem um assunto escolar.
Todos terão direito a se expressarem, e a comunicarem e questionarem seus pares na comunidade. São membros representantes da comunidade.

É quando o CE funcionar corretamente que todos os assuntos escolares terão base concreta para resolver seus assuntos, seja pela execução de ações devidamente estudadas, seja por cobrar de outros órgãos governamentais, ou seja pelo 'fazer' dos pais, fornecendo bens e serviços de bom gradoa escola.

Sim a escola mais feliz será aquela em que há democratização de suas deliberações, e a ampla participação da comunidade "dentro" dela.
   





    



 (http://conselheiroescolar.virtual.ufc.br/)  

  

 Continua (ainda estou escrevendo)

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J á na infância, acabamos descobrindo que não existe Papai Noel. Depois descobrimos que Jes...