sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A FELICIDADE, É TÃO DIFICIL ENCONTRÁ-LA?

A FELICIDADE
Existe um conceito bastante infeliz a respeito do significado da real Felicidade.
As pessoas aprenderam a pensar que poderão ser felizes um dia no futuro. Também, elas se acostumaram com a ideia de que algo vai mudar em suas vidas, e daí, poderão usufruir a Felicidade.
A felicidade passou a estar vinculada a empreendimentos sempre futuros.
“Quando eu tirar a carteira de motorista, poderei ter meu carro, ir para onde eu quiser, com quem eu quiser”.
“Quando eu comprar o carro que tanto sonho, serei bem feliz”.
“Quanto eu tiver minha casa própria, a minha felicidade estará completa”.
“Quando eu achar o príncipe encantado, tiver meus filhos serei feliz de verdade.
Assim, a felicidade passa a ser um alvo almejado que sempre jaz no futuro.
Quando o futuro chega, a pessoa consegue adquirir seu bem, seja o carro ou o príncipe, ela nota que a alegria de usufruir um bem recém-adquirido é grande, mas não preenche sua vida como ela sempre pensou.
A felicidade parece ser enorme no começo, mas depois de um tempo os sonhos se renovam, e passa-se a almejar algo melhor ainda.
“Quando eu trocar meu carro por um melhor, dos meus sonhos, serei, sim bem feliz”.
Como o carro sempre ficará velho e ultrapassado, a felicidade será por pouco tempo, pois, estará vinculada à próxima adquisição.
O mesmo se dá com o ‘príncipe’. Algumas pessoas casadas já por um certo tempo, reclamam de sua vida e separam-se achando que um dia um verdadeiro ‘príncipe’ aparecerá em sua vida. Esquecem-se que já houve um príncipe e que este já não é mais.
A felicidade persiste em estar lá na frente, no futuro, que hoje é inalcançável. E quando chega este futuro, o objeto que estava ligado a tal felicidade não demonstra ser toda aquela alegria que a tal felicidade deveria proporcionar.

Por isto aprendi a alcançar a Felicidade. Não deixo para tê-la no futuro.
Aprendi a dar valor às coisas poucas e pequenas de minha vida. Passei a amar o que tenho. Se bem material, barato ou caro, usufruo da melhor maneira com muito contentamento.
Não preciso ligar a minha felicidade a um carro que terei no futuro, pois se tenho minha bicicleta, prezo-a como um bem precioso. Vou a todas as partes da cidade em menos tempo que um carro, não gasto gasolina, não poluo o ar, faço exercícios, pedalo assobiando e usufruindo a natureza ao meu redor. Minha cidade parece mais bela, aprecio as montanhas, observo os céus, as nuvens, o pôr do sol. Não penso nos dias de chuva, mas nos tempos bons para andar de bicicleta. Depois que comprei o carro, ainda saio muito de bicicleta.
O ‘príncipe’, que no meu caso foi ‘princesa’, eu transformei-a em uma rainha. Trato-a como uma princesa. Mesmo quando está nervosa, irracional, nos dias ruins, tenho paciência, falo o menos possível, sabendo que em outros dias ela estará com outra disposição, alegre e feliz, inclusive colaborativa comigo. O respeito que concedo a ela, ganho de volta sempre.
Se o meu tênis, ou minha roupa, não pode ser de marca, me lembro que muitos não têm o que vestir, então o pouco que tenho certamente é lucro. Quando vou me comparar a alguém, jamais me comparo a alguém que tem mais que eu, mais talento, mais dinheiro, mais bens, ou seja o que for; isto me daria razões para pensar que não sou feliz como deveria e que eu poderia ser se conseguisse adquirir o que eles têm.
A verdade é justamente o oposto disto. Talvez eles tenham muito mais que eu, mas ainda não tenham aprendido a serem felizes com o que têm. Coisa que eu já aprendi.
Comparo me às vezes com aqueles que têm menos que eu. Vejo então que tenho todas as razões para ser muito feliz.
Aprendi a dar valor a coisas aparentemente insignificantes. Quando passo por um jardim, aprecio as pequenas flores, os detalhes. Quando leio um livro, coisa que tanto o rico como o pobre podem usufruir com alegria, viajo e usufruo das pequenas descrições do que quer que seja.
Mas é na presença de pessoas que posso entender o quanto posso ser feliz agora. Quando compartilho o que tenho com outro, certamente a felicidade sorri para mim. Pessoas não se tocam que ao dar um bom dia, um elogio, um pequeno conselho, ou simplesmente trocar algumas palavras agradáveis, poderiam fazer disto um motivo para ser feliz.
Talvez não se aperceba que a mera presença duma pessoa, boa ou má, é importante para nós. Mas quando esta pessoa se vai, deixa de estar conosco nesta vida, todos ficam chocados, tristes, amedrontados. Mas talvez não tenham aproveitado enquanto viva, para trocar palavras amigáveis.
Quando está em nossa mão fazer algum bem a outros, seja em razão de nosso trabalho, seja em razão de nossa experiência, ou por algum talento que tenhamos, deveríamos fazer tal ação bondosa por dois motivos: a pessoa será beneficiada com uma ação nossa, quem sabe o bem que isto possa produzir hoje ou mesmo no futuro. Mas também, o que é mais importante, o bem que produzimos a nós mesmos. Mesmo que não faça a menor diferença na vida de outra pessoa o que fizemos para beneficiá-la, certamente nós teremos razões para estar contentes com nós mesmos.
Penso no inverso disto. Quando alguém me prejudica. Quando me privo de fazer o bem por alguma coisa que outra pessoa fez deixando de ser merecedora de meu carinho. Pensar no assunto causa entristecimento para meu coração, para meu animo. Falo inevitavelmente a outros, compartilhando de experiência ruim com outros. Quantas mais vezes eu falo, mais este conceito negativo me afeta mesmo sem perceber. Parece que eu quero que as pessoas saibam do meu sofrimento, parece que quero que saibam que aquela pessoa é má, quero acabar com a reputação dela. E outras pessoas podem absorver este conceito ruim que só faz mal a todos. A pessoa que me fez mal fica bem, e eu, que achei ter sido prejudicado, prejudico ainda mais mim mesmo, acrescento mais dor a mim mesmo. Sem perceber mantenho em mente a coisa má, perpetuo as mágoas no coração, causo dano a mim mesmo. Em pouco tempo, enveneno meu ambiente e pessoas que me cercam.
Fazendo o inverso, destruímos os efeitos do ciclo negativo. Se um motorista me corta a frente na ida para o trabalho, tenho a opção de xingá-lo, falar mal dele no trabalho para colegas, e, em casa, para familiares. As pessoas ao me ouvir, falarão das mesmas coisas, acrescentando experiências ruins em minha cabeça. Mas se logo após o tal me ‘fechar a frente’ no transito, eu consigo me manter calmo, segundos depois esqueço o que aconteceu. O acontecimento não me afeta em nada, nem outras pessoas ficam sequer sabendo do ocorrido.
O acontecimento no transito poderia ser uma palavra rude, uma ação desagradável, uma notícia ruim ou situação desconfortável. Não me deixo entristecer, nem estresso outros. Consigo esquecer o assunto em pouco tempo depois e este não me perturba nem me afeta em nada.
Se faz calor me alegro; praia, menos roupa, passeios. Se faz frio me alegro também, tenho outras oportunidades valiosas que só com o frio se apresentam. Notei que as pessoas acham ruim quando chove ou está frio. Vem o calor e reclamam que está quente.
Outra coisa que me recusa deixar que me pegue é o estresse. Sempre calmamente, paro a minha mente e me esforço conscientemente a não me deixar ficar estressado. Faço isto também quando pessoas estressadas ao meu redor querem, sem perceber, me levar junto neste buraco negro, nesta roda de agitação que tudo tem que ser para ontem. Respiro e faço calmamente o que tem que ser feito.
Existem muitas coisas que me deixam realmente feliz. As coisas mais simples, que são aliás, as coisas mais belas.
Tudo isto parece muito bom, mas não é nenhuma novidade. Todo mundo já sabe de tudo isto.
O caso porém, é conseguir manter este ponto de vista quando ao nosso redor pessoas persistem em manter um ponto de visto exatamente oposto.
Mas, de vez em quando aparece momentos realmente tristes. No entanto, há pessoas em situações muito mais difíceis da que a minha. Muito mesmo. Mães que cujos filhos sumiram, escravos de sistemas políticos radicais, pessoas que perderam seres amados na morte ou que ficaram com graves sequelas em seus corpos. Pessoas que, em desespero, se suicidam.
Parece-me que, quando eu estou numa situação bastante triste, ainda assim acharei muitas razões para estar alegre. Com certeza poderia ser pior. Ademais, toda vez que acontece alguma coisa ruim em nossa vida, este mesmo acontecimento poderá fazer a diferença mais tarde se aprendemos algo disto. Estaremos melhor preparados para futuras situações parecidas, inclusive sabendo evitar ou lidar melhor com elas, ou poderemos ajudar outros que porventura passem pelo mesmo..
Mas o que mais me alegra vem de pessoas amigas. Uma palavra boa, uma abraço por mais rápido que seja, o calor da mão num cumprimento, a proximidade dum corpo amigo. Porque num abraço, eu compartilho um sentimento sem usar palavras, eu compartilho um momento, um roçar de pele, que a outra pessoa também compartilha com maior ou menor intensidade.
Não aguardo ocasiões especiais para expressar meu carinho por pessoas que eu gosto. Em ocasiões especiais, pessoas esperam por presentes que se não vierem lhes causará decepção. Presentes que virão de pessoas que nem gostam tanto de nós, ou de pessoas que nem tem condições para nos presentear, mas o farão por obrigação. Quantas vezes ouvi pessoas reclamando que tiveram de dar presentes que saíram caro, no natal, amigo secreto, aniversários. No ‘amigo secreto’ então, pessoas sem afinidade nenhuma recebem presentes totalmente inadequados, e reclamam ao comparar entre o que ganharam com o que receberam.
Portanto decidi dar presentes sempre que posso, para pessoas que realmente gosto, sempre que eu tenha vontade.
Faço isto sempre que posso e tenho vontade. Presentes não esperados podem ser muito baratos e serão recebidos com muita emoção.
Há presentes, no entanto, que não custam nada financeiramente. Uma palavra legal, uma abraço apertado, um favor prestado a um amigo, um apoio presencial. Neste caso quem é alvo de receber fica feliz e a mesma ação de prestar favor pode causar em quem dá, um prazer ainda maior.
A felicidade sempre esteve aqui, do meu lado. Eu decidi abraçá-la agora.

terça-feira, 4 de março de 2014

É EXPRESAMENTE PROIBIDO USAR BONÉ NA ESCOLA

O artigo de Alencar Luis Zanon é amplo, busca as justificativas mais frequentes sobre o assunto e analisa a razoabilidade das mesmas. Regras mal formuladas geram rebelião. Será uma questão de viajar numa ilusão, dar uma interpretação pessoal e insistir em não enxergar o moderno?

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É EXPRESSAMENTE PROIBIDO USAR BONÉ NA ESCOLA 



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

MANIFESTAÇÕES NA RUA - PRA QUÊ?






MANIFESTAÇÕES – PRA QUÊ?

O subsídio mensal dos membros do Congresso Nacional, referido no inciso VII do art. 49 da Constituição Federal, é fixado em R$ 33.763,00 (trinta e três mil, setecentos e sessenta e três reais).
Verba de R$ 15 a 20 mil mensais que pode ser usada em despesas de fotocópias, manutenção de escritório, alimentação, serviços de consultoria e pesquisa(?).
Verba de gabinete de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais), de acordo com o Ato da Mesa 44/2012. A verba é destinada ao pagamento de salários dos secretários parlamentares, funcionários que não precisam ser servidores públicos e são escolhidos diretamente pelo deputado (sem concurso). 
Salário dos Vereadores – o mais alto do Brasil: R$ 15.031,76 . O mais baixo: R$ 6.129,00. Trabalham normalmente 8 horas por semana.  
Os técnicos legislativos de nível médio também têm altos salários, por volta de  R$ 20.297,24, líquidos. É o exemplo de um técnico administrativo do exercício de 1993 que ganha R$ 17.454,04 de remuneração básica, mais R$ 7.863,10 em vantagens pessoais, R$ 4.308,24 de comissão e R$ 740,96 de auxílios.
O menor salário pago no Senado, sem contar os benefícios, é para os chamados auxiliares legislativos de nível fundamental e varia de R$ 10.753,42 e R$ 15.142,83.


Comparando o trabalhador comum com o político

Manifestações são necessárias para a população exercer a democracia. Cobra-se o fim da corrupção, uma utopia. Cobra-se melhores condições na educação e na saúde.

Me incomoda a corrupção. Mas me incomoda ainda mais o sistema que “nós” criamos, ou permitimos existir, ou nascemos compassivos com a sua existência.

Quando eu nasci, já encontrei um mundo com a corrupção. Depois descobri que além desta, ainda havia uma distorção absurda do que poderíamos chamar de “legal”.

Através dos anos, trabalhadores conquistaram direitos valiosos para sua existência como profissionais e como membros de famílias que merecem ser feliz.

Enquanto ficamos indignados frente aos noticiários de corrupção, existe uma distorção de valores acontecendo de maneira legalizada.

Férias
O trabalhador conquistou o direito a 30 dias de férias por ano. Mas há uma classe de trabalhadores que tem direito a 60 dias de férias por ano. Com certeza estes devem merecer esta diferença a mais porque trabalham mais, ou seu serviço tem mais valor ou são de fato pessoas mais importantes.

Estabilidade
Uma pessoa que se dedica ao estudo e consegue passar num concurso público adquire depois de 3 anos de serviço a possibilidade de usufruir a estabilidade. Mas existe uma classe de profissionais que também passa num concurso e a “aquisição da vitaliciedade ocorre após estágio probatório de dois anos”. Precisa explicar o que é isto? Simples, é emprego seguro para o resto da vida. O que acontece, no entanto se um profissional desta área comete faltas graves? Numa empresa,o trabalhador corre o risco de ser mandado embora, se concursado de enfrentar um processo administrativo e ser exonerado sem fundo de garantia. Mas para uma classe específica de profissionais, este será punido com a aposentadoria compulsória, que poderá ser com subsídio integral (salário integral). Se você não entendeu direito, eu também não, pois achamos que aposentadoria é uma espécie de prêmio ao trabalhador que por décadas trabalhou e contribuiu para fundos de aposentadoria. A explicação para a vitaliciedade é que estes profissionais “sofrem pressões próprias da função”. Será que eu entendi direito? Esta “pressão” se refere a pressões por parte de pessoas influentes que poderiam prejudicar o trabalhador desta classe e forçá-lo a decidir em favor do errante com o risco de ser despedido se não fizer?
E eu pensava que todos os trabalhadores deste Brasil sofriam pressões. Levantar às 4 horas da manhã, levar o filho na creche, pegar o trem, depois o metrô, depois o ônibus e chegar no serviço às 7, passar por lugares sombrios, manter a concentração no trabalho para não ser mandado embora, nem causar danos materiais e em muitos casos colocar em risco a saúde e vida de outros, pegar ônibus às 5, pegar o metro, pegar o trem, chegar em casa pelas 8 ou 9, pagar o aluguel, e . . . receber dois salários no fim do mês. Mas se trabalhar direitinho, de repente pode “merecer” um aumentozinho no salário.
Aumento de salário
O trabalhador quando quer aumento de salário tem que pedir ao patrão, demonstrar seu desempenho e . . . Existe uma classe de trabalhadores que simplesmente se reúne e decide o que vão ganhar no próximo ano. ”Aumento foi aprovado nos minutos finais da última sessão ordinária do ano”. Estes não precisam, ou acham que não, consultar quem lhes paga seu salário. Há casos impressionantes em algumas cidades como aquela em que de um ano para outro deram a si mesmos aumento de 63% no salário e que chegou aos quarenta mil (incluindo verbas indenizatórias e de gabinete). Me lembrei que no final do ano de 2006 “em clima de zombaria, decidiram aumentar os próprios salários em 91%. Assim, com a força de uma canetada, seus vencimentos saltam de 12.847 para 24.500 reais”. http://veja.abril.com.br/201206/p_070.html

Material de serviço
Um trabalhador de qualquer empresa precisa ter a sua disposição ferramentes próprias para desenvolver seu trabalho. Em alguns casos, professores por exemplo, tem uma cota de fotocópias para usarem com seus alunos por que afinal tinta e papel acabam custando caro para as escolas e para o governo. É preciso economizar sempre. Há uma classe de trabalhadores que, além de receber seu salário titanico, recebe verba indenizatória. O que é isto? Verba de R$ 15 a 20 mil mensais que pode ser usada em despesas de fotocópias, manutenção de escritório, alimentação, serviços de consultoria e pesquisa(?), contratação de segurança, assinatura de publicações, TV a cabo, internet, transporte e hospedagem do trabalhador, entre outras. O saldo não utilizado fica acumulado para o mês seguinte, dentro do limite de um semestre. Mas, conforme dados do site do senado, muitos destes trabalhadores gastaram entre 30 e 40 mil por mês com estas verbas.
Mas além desta ainda há a verba de gabinete. O que é isto? O valor da verba de gabinete é de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais), de acordo com o Ato da Mesa 44/2012. Este é o novo valor com o aumento de 30% valendo a partir de julho ( antes era sessenta mil). A verba é destinada ao pagamento de salários dos secretários parlamentares, funcionários que não precisam ser servidores públicos e são escolhidos diretamente pelo deputado (sem concurso). O salário dos secretários parlamentares é de, no mínimo, R$ 845,00 e, no máximo, R$ 12.940,00. Cada deputado pode contratar até 25 secretários parlamentares. Para um profissional ter 25 secretários é por que trabalha pra valer. Vamos combinar, não precisa tantos, uns dez já tava bom. Divida 78 por dez e veja o que dá para pagar para cada um e lembre-se, sem concurso nenhum. Quem paga a conta? Considerando que temos 513 trabalhadores com estes direitos, a população de trabalhadores “normais” contribuem com alguns milhões para este objetivo, faça a conta.

O salário
O salário médio do trabalhador brasileiro é de R$ 1.792,61, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a partir de pesquisa do Cempre (Cadastro Central de Empresas). O estudo apontou que os funcionários com ensino superior (17,1% dos trabalhadores) ganham, em média, R$ 4.135,06, valor mais de 200% acima da remuneração média daqueles sem diploma universitário (82,9% do total), de R$ 1.294,70.

O salários de supertrabalhadores em média são:
Vereadores – o mais alto do Brasil: R$ 15.031,76 . O mais baixo: R$ 6.129,00. Trabalham normalmente 8 horas por semana. FONTE: Senado Federal. Interlegis. Censo Legislativo – 2005 http://dados.gov.br/dataset/censo-do-legislativo

Quem tem curso superior ingressa no Senado com um cargo que recebe o nome de "analista legislativo". No último concurso, o salário inicial previsto para essa categoria era de R$ 18.440,64. Com o reajuste, o salário base desses profissionais hoje varia entre R$ 19.362,65 e R$ 21.945,12, sem benefícios. Os advogados que foram aprovados no último concurso da Casa, em 2012, entraram ganhando R$ 23.826,57.  Eles foram contratados para trabalhar oito horas por dia, mas até o início do ano faziam uma jornada de seis horas, por regulamentação da Casa”.
Os técnicos legislativos também têm altos salários, se comparado com a média paga pelo mercado. Para passar num concurso público para o cargo é exigido apenas nível médio. Dos servidores selecionados aleatoriamente pelo R7, há casos de salários de R$ 20.297,24, líquidos. É o exemplo de um técnico administrativo do exercício de 1993 que ganha R$ 17.454,04 de remuneração básica, mais R$ 7.863,10 em vantagens pessoais, R$ 4.308,24 de comissão e R$ 740,96 de auxílios.  

Quem cursou apenas ensino fundamental também tem alta remuneração para auxiliar na gráfica. O menor salário pago no Senado, sem contar os benefícios, é para os chamados auxiliares legislativos e varia de R$ 10.753,42 e R$ 15.142,83.     http://noticias.r7.com

Nenhum funcionário público pode ganhar mais que R$ 26.700 - a remuneração dos juízes de instâncias federais superiores. Porém, um terço dos ministros e mais de 4.000 servidores federais teriam rendimentos superiores a esse teto. Incluindo o presidente do Senado, José Sarney, cujo salário chegaria a R$ 62 mil, devido a um acúmulo de pensões.

De maneira que o Brasil está em segundo lugar no mundo em gastos com políticos. E ainda assim é o dobro do país que está em terceiro lugar. Cada membro do Congresso brasileiro custa em média o equivalente a 2068 salários mínimos anuais, mais do que o dobro do México, segundo
colocado segundo esse critério, cerca de 37 vezes superior ao da Espanha e 34 vezes maior do que o do Reino Unido http://www.transparencia.org.br/docs/parlamentos.pdf
  
O trabalhador normal tem um benefício no final do ano que parece ser um presente de natal: o 13º salário. Mas há uma classe de trabalhadores que merece mais do que isto, sim um 14º, um 15º. Claro que o dito benefício tem nome de “ajuda de custo” (?). Este benefício (14º e 15º) foi descontinuado com a proposta aprovada do dia 27 de fevereiro de 2013. Este benefício começou em 1938 e chegou a pagar até 19 salários (19º salário?). Lembrando que para incentivar o trabalhador a trabalhar direitinho, há as ajudas de custo para as convocações extraordinárias que aliás os próprios trabalhadores marcam, lerdeando nas ordinárias para provocar as extras. Cada sessão destas tem uma ajudazinha de mil e quinhentos reais, noticiou o: http://www.jornalnh.com.br/politica/467831/camaras-da-regiao-ja-gastaram-mais-de-r-100-mil-em-sessoes-extraordinarias.html
Todos os trabalhadores mereciam uma ajuda na motivação assim.

Auxilio moradia
Muitos trabalhadores estão sendo agraciados com o plano “ Minha casa minha vida”. Famílias com salário até 1.600 reais tem o melhor plano para a compra da casa própria. Podem adquirir para pagar a perder de vista casas com uns 40 m². Mas há uma classe de trabalhadores que, mesmo tendo casa própria e ganhando muitas vezes mais que a média de trabalhadores brasileiros, tem direito a “auxilio moradia”. Nada mais justo, visto que são trabalhadores que viajam ou trabalham por determinado tempo em cidades diferentes de sua residência. Muitos destes recebem R$ 3.800,00 por mês para isto. Quem determina o valor e eventual aumento? Eles mesmos. “Os deputados da Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovaram, nesta quarta-feira (19/12/2012), um aumento de 79% no próprio auxílio moradia, retroativo ao mês de setembro de 2011. O aumento vale também para juízes, desembargadores, procuradores e promotores do Estado. O valor do benefício passa de R$ 2.400 para R$ 4.300 mensais”. Que casa é esta que custa este valor de aluguel? Mas é que em Brasília o custo de vida é alto, e eu pergunto por que é alto, e respondo, porque há quem pague com dinheiro dos outros preços super altos. Pechinchar pra quê? 
E mais . . . 
Art. 1º O subsídio mensal dos membros do Congresso Nacional, referido no inciso VII do art. 49 da Constituição Federal, é fixado em R$ 33.763,00 (trinta e três mil, setecentos e sessenta e três reais).
§ 1º É devida aos membros do Congresso Nacional, no início e no final do mandato, ajuda de custo equivalente ao valor do subsídio, destinada a compensar as despesas com mudança e transporte.(18 de dezembro de 2014)
Quer dizer, o parlamentar precisa de  R$ 33.763,00 para "fazer a mudança" para Brasília.
 
Bem uma destas 'moradias' temporárias será reformada. Custará R$ 90.000,00, o equivalente a construção duma casa popular. São quatro banheiros e quatro salas.

Além destas ajudinhas, poderíamos mencionar ainda mil reais para assinaturas de jornais e fotocopias, nove mil para despesas de viagem para Brasília, e por ai vai.
O trabalhador precisa ter um convenio de saúde. Estes trabalhadores mencionados acima podem pedir reembolso ilimitado de gastos com saúde. Em 2009, a Câmara gastou R$ 50 milhões com médicos e dentistas: deu R$ 8 mil para cada.

Agora veja esta notícia: “Atualmente, um a cada cinco senadores exerce o mandato e participa de decisões políticas importantes para o país sem ter recebido um voto sequer.
Dos 81 senadores com mandato no país, dezesseis fazem parte dessa categoria. O cobiçado cargo de suplente é escolhido a dedo conforme o interesse do político titular. É comum que parte dos parlamentares destine o posto a empresários que financiam suas campanhas. Além das generosas doações para o caixa de campanha, outra prática recorrente é a nomeação de parentes para a suplência”.
Mas se você está pensando algum mal destes trabalhadores honrados, vale dizer aqui que houve uma proposta sim de mudar isto. Veja a reportagem: “Senado rejeitou na noite desta terça-feira (10/07/2013) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que proibia que senadores escolhessem como suplentes seus cônjuges ou parentes de até segundo grau - como filhos, irmãos, pais e primos”. Mas “ o Senado rejeitou”.

Falando sobre aposentadoria . . . Ah deixa pra lá, é mais uma distorção monstruosa.
Falando sobre imunidade parlamentar . . . Ah.
Falando sobre a diferença do tratamento que recebe alguém que tem ensino superior em relação ao que não tem ao ser preso por exemplo. . .
Eu poderia escrever dias e dias sobre o assunto.
Sobre prefeituras que fazem uns acordos secretos com médicos para que eles recebam por 20 horas para trabalharem só dez, ou de médicos e outros concursados e não concursados que recebem salários acima do teto que a lei permite.

Alguns profissionais ocupam funções mais importantes para vida de outros. Um médico, por exemplo, cuida da vida do paciente. Advogados da liberdade e justiça. A vida da pessoa tá na mão dum médico. O Estado na mão da administração pública. Como se as vidas dentro dum ônibus não estivessem na mão do motorista, do piloto de avião, do policial, do professor, do . . .

Como este sistema chegou a este ponto? Todos somos iguais perante a lei diz o artigo 5º da Constituição.

As manifestações são para cobrar o quê mesmo?
Desde o início deste texto não falei de Corrupção, mas de absurdos cometidos por “pessoas que amam o povo” e “trabalham para o Brasil”, que usufruem descaradamente de benefícios imorais que são regulamentados ou pela Constituição ou por quaisquer outras leis. Nada fora da lei.


Tenho escutado a seguinte frase: “Na hora de votar, lembre-se dos políticos maus, para não votar neles”. To achando esta frase ridícula. Outra frase: “o Brasil é uma terra sem lei”.
Ora todas estes absurdos citados acima são feitos dentro da lei, pois existe leis ridículas que os apoiam. Quanto a eleição, ora esta serve apenas para trocar pessoas, o sistema de leis e normas absurdas continuam lá e os que assumirem vão fazer exatamente o que os anteriores fazem, “dentro da lei”. Vão ganhar seus 15, 20, 30 mil, vão ter seus 50 mil de ajuda de custo, vão se aposentar com seus 26 mil com uma década de trabalho, vão ter auxilio moradia, vão trabalhar de terça a quinta, etc. É interessante que quando perguntados sobre estes assuntos dizem que é porque trabalham, é pela importância da função. Como se o trabalhador normal não fosse importante, ou como se este não trabalhasse tanto quando deveria.

As manifestações são para cobrar o quê mesmo?

Certamente se a saúde pública está doente, se a educação sofre, e se isto se deve a falta de projetos e verbas, então o dinheiro deve estar indo para algum outro lugar. Para a corrupção? To chegando a conclusão que a quantidade de dinheiro que a corrupção surrupia ainda não é tão grande como o montante necessário para manter os privilégios legais de administradores.

Onde está a ilusão nisto tudo?

Quer dizer, se um dia fosse possível acabar de vez com a corrupção, ainda faltaria dinheiro para cuidar da saúde e da educação, pois não há dinheiro que chegue para manter a administração dum Estado assim.


Afinal, ali estão pessoas tão especiais, tão trabalhadoras e estas merecem benefícios superespeciais!!


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sexta-feira, 7 de junho de 2013

OS NOSSOS SÃO MUITO MELHORES

NOSSA HERANÇA



Nós seres humanos temos a mania de nos apropriarmos do que não é nosso.
Falamos de nossa pátria, nossa cidade, nosso emprego. Mas muitas vezes o bem de que falamos não foi exatamente nosso feito.
Se olhamos para um país com carros diferentes dos nossos,  dizemos, os nossos são muito melhores. Como se nós tivéssemos tido pessoalmente o crédito de tê-los criado.
Nossa terra, nosso país, nosso céu que tem mais estrelas, nossa mata que é mais verde são motivos de nosso orgulho, mas o que fizemos para ter isto na melhor forma?
Quando visitamos uma cidade pequena e nos deparamos com o pequeno shopping, imediatamente pensamos no grande e  gigantesco shopping de nossa cidade e já falamos que o de nossa cidade é muito melhor. Como se nós mesmos tivéssemos construído o tal shopping. Talvez até expressemos, que coisa pequena, os shoppings na minha cidade são muito maiores, tem muitas lojas, tem cinemas, tem muita gente, como se o morador da cidade grande tivesse um shopping particular dele, e o morador da cidade pequena não tivesse esta condição privilegiada. Mas nenhum dos dois foi responsável em determinar o tamanho, ou de contruir esta coisa. Na verdade é só na cabeça do ser humano esta pretensão, seja shoppings, aeroportos ou qualquer outra coisa. Minha escola, meu carro, minha seleção de futebol, etc.
Isto não é diferente com os jovens.
Criticam os mais velhos devido aos costumes aparentemente ultrapassados destes. Mas pensando bem, quem produziu , preparou e deixou este mundo do jeito que está para o jovem? As boas e as péssimas coisas.  O jovem domina a tecnologia e critica o atraso de velhos tempos. No entanto qual foi exatamente a contribuição deste jovem para que surgisse tal avanço, senão a presença dos mais velhos criativos, estudados e dispostos a legar aos mais novos suas criações? Quando o jovem nasceu, a coisa já existia, graças a alguns de mais idade que estudaram, lutaram, implantaram, fizeram nascer idéias e as concretizaram, e deixaram para uso dos que ainda viriam a habitar a terra. Mas agora o jovem se vangloria de usar melhores artefatos, avanços tecnológicos que simplesmente apareceram na vida dele prontos para uso. Ele só aprendeu a usá-los.
De novo o jovem critica a maneira de falar, pois está ligado nas gírias da hora. O jovem não criou nada, herdou a linguagem culta por meio dos professores de mais idade, assim como as gírias produzidas em geral por adultos de mais idade, uma vez que mesmo as gírias seguem uma lógica da linguagem do momento. Nada surge do nada. Daí o jovem apreende, assimila e passa a usar sem questionar muito sua origem ou sua aplicabilidade real a uma língua culta, mesmo porque gírias de qualquer época são assim, apenas palavras sem sentido dentro de um contexto totalmente diferente da mesma. Mas são necessárias e inevitáveis, contribuem para a identidade de um grupo, de um povo ou de uma comunidade. O jovem as capta, e usa, mas não produz, apenas repete o que ouve. E se orgulha, e arroga ter como se fosse sua  criação e porque não, acompanhada de um certo ar de superioridade, pois o mais velho se presta a não entender por estar por fora das novas modas da linguagem.
São muitas as coisas que defendemos como nossa, que aprendemos de outros. Provavelmente muitas das lições que ensinamos aos filhos são herdadas de nossos pais, mesmo que nem nos lembremos destas por sermos muito pequeninos na época. Cada vez que estivemos em contato com um outro ser humano, nosso cérebro aprendeu alguma coisa sem que nós percebêssemos. Às vezes estamos defendendo uma ideia como se fosse nossa, como se tivéssemos feito extensa pesquisa, mas não nos lembramos de perguntar a nós mesmos se um dia ouvimos alguém falando a respeito seja uma pessoa, seja televisão, professores ou algum transeunte em nossa vida. Ouvimos alguém falar, assimilamos sem estar totalmente conscientes disto, acrescentamos nosso tempero e lançamos a ideia como se fosse nossa.
Por outro lado talvez notemos uma pessoa defendendo uma ideia e nos lembramos que tempo atrás, ou anos, nós conversamos com aquela mesma pessoa sobre aquele assunto e que ela está agora mesmo passando para outros como se fosse sua tese. Não é originalmente sua, e certamente não foi nossa criação, apenas fomos repetidores da mesma.
Em nossa vida, quase tudo que temos, recebemos pronto de outros. Isto e ótimo, porque toda produção humana, nunca é produto de um ser só, é está disponível para todos.
Mas eu pensei agora numa produção artística, numa musica ou numa invenção em particular e quase tive certeza que foi criação de uma única pessoa num dia de grande inspiração. O que realmente aconteceu foi que aquele autor, muito embora tenha, num lance de iluminação inspirativa criado algo, seu cérebro juntou ideias de sua vida inteira, repetiu partes, ajustou outras, repetiu frases, usou um principio criativo de que tivera contato em algum momento anterior em sua vida mesmo que ele nem se lembre. Criamos muito pouco, repetimos muito, acrescentamos ideias novas e isto já é maravilhoso. Ninguém cria do nada. Em praticamente sua totalidade, pessoas que criam arte, musica, pintura, livro, teatro, ou pessoas que fazem girar as indústrias com novas tecnologias estudam bastante para entender seu campo de atuação, e daí, quando produzem ideias “novas”, nem são assim tão novas, mas ajustes, releituras, adaptações com algumas novidades acrescentadas.
 A nossa cultura, nosso jeito de ser, de falar, de se vestir, de comer, de cantar é herança de nossos antecessores. Mas toda cultura se transforma através dos tempos, e conta com a contribuição de cada um que ali vive. Até mesmo pequenas partes de outras cultura são inseridas conforme pessoas de fora se instalam entre nós. Daí, defendemos nosso modo de ser como se fosse sempre o melhor, como se pessoalmente fôssemos os idealizadores de nossa cultura.
 Aqueles que são considerados belos em nossa sociedade são elogiados, às vezes até venerados na mídia. Na escola, quando considerados belos, são alvo de pretendentes diversos. A família fica orgulhosa da criança ou jovem bonito. Espera-se que a pessoa bonita ache outra pessoa bonita para se relacionar e casar. A própria pessoa considerada por outros tão bela começa a se achar merecedora de algo mais, como se isto lhes desse algum status. Mas a bem da verdade, além de cuidados óbvios e necessários, comuns a bonitos e feios, a pessoa herdou sua beleza e não foi por merecer que recebeu tal dádiva, ainda que esta varie de cultura para cultura.  Mesmo que haja unanimidade em achar tal pessoa bela, não foi ela que se fez bela, não foram seus pais que souberam conceber uma pessoa bela. Simplesmente foi dádiva divina, ou da natureza, ou dos genes e algum cuidado pessoal também. Por isto mesmo que, embora a sociedade leve em tamanha conta a beleza, por bem da valorização humana como toda, devemos nos concentrar nos valores mais sublimes do ser, nas qualidades interiores de amizade, compaixão, compreensão, bondade, enfim que torna a pessoa bonita sob um novo olhar, uma visão de valores soberanos que superam a beleza física que é passageira.
Ao nos apropriarmos de ideias, nos arrogarmos de bens de nossa cidade, de nossa cultura, vivemos uma ilusão. É necessário que seja assim, pois assim como pertencemos ao meio, este pertence a nós ao mesmo tempo. Mas a ilusão, nós vivemos quando, diante de outros, nós defendemos estes como sendo melhores por ser nossos de alguma maneira sem termos feito muito para sua criação e manutenção. 



quarta-feira, 15 de maio de 2013

TODOS ENTENDERAM?


Tenho notado que nos últimos anos, professores dão aulas em meio a tumultuados alunos que não param de falar o tempo todo. Em muitos casos, parece que eles não entenderam que para estudar precisam ouvir atentamente em silêncio. Entender que no momento da aula só professor fala, alunos escutam e aprendem, está longe da compreensão deles. Mas professores erram também. Exigem o silêncio, gritando suas ordens para alunos com ouvidos surdos. Assim como alunos berram o tempo todo, professores gritam mais alto, e alunos berram ainda mais. Professores ameaçam, exigem que suas ordens sejam cumpridas, mas alunos não têm a menor reação.
Professores erram ao elevar tanto a voz para expressar sua autoridade. Ao falar gritando, ensinam seus alunos a fazer o mesmo, ficando um mal exemplo de má educação. Sim porque alunos mal educados fazem exatamente isto, berram.
Quando professores estão dando aula e todo tempo são interrompidos por alunos inquietos, a atenção é voltada a tais alunos e seus nomes são repetidos vez após vez, bronca após bronca. Se não forem tomadas medidas imediatas, o caos continua e alunos bem comportados pagam tendo uma aula de qualidade duvidosa.
Após explicar conteúdo, professor pergunta generalizadamente:
-Entenderam?
 Imediatamente escuta-se um coro, “sim professor, entendemos”. A pergunta é: Todos entenderam? E se metade dos alunos não tiver entendido, irão se expressar? E se uns poucos não entenderam terão coragem de se manifestar correndo risco de  serem caçoados pelo restante?
Depois duma pergunta desta, todos entenderam, um aluno vira-se discretamente para seu colega e pergunta baixinho, você entendeu (porque eu não entendi). Pergunta ao professor. Eu não.
Depois da avaliação, professor se pergunta por que alunos se saíram mal se o assunto foi muito bem explicado por ele mesmo. Mera ilusão.
Obs. Eu não acho que "Entender que no momento da aula só professor fala, alunos escutam e aprendem". Mas,  
“O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diá logo intimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida”.
SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008 pag 69.

Veja também:
EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO


A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL
(Também trata de indisciplina, berros, falta de respeito) 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A TERRA DE PONTA CABEÇA


A TERRA DE PONTA CABEÇA.

O norte fica para cima, o sul para baixo, o leste para o nascente do sol e o oeste para o poente.
Alguém que bateu a cabeça ficou ‘desnorteado’, sem rumo, sem direção.
Um palestrante citou vários pontos para ajudar os atentos ouvintes a ‘nortear’ suas decisões na vida.
O “norte” é coisa séria.
Um suposto viajante do espaço avista de longe o nosso planeta. A beleza da terra colorida fascina. Mas que estranho, a terra está de ponta cabeça.
Não é a terra que está de ponta cabeça, é a nave que está. Solução fácil. Desvirar a nave.
Mas será preciso virar a nave 180 graus? O visitante se aproxima e nota que não importa o que seus olhos vêem, não importa se a terra está de ponta cabeça, conforme a nave entra na estratosfera ele chegará sem dificuldade em algum ponto da terra. Mas depois disso, para chegar a outro lugar, ele precisará de direção, para o norte, para o sul. . . O que não significa que o norte seja “para cima” como nós nos acostumamos a ver.
Nosso visitante do espaço está de partida. Ao sair da estratosfera, ele tira uma bela foto da terra para mostrar aos seus ao voltar para seu lar. Mas a foto está de ponta cabeça! Para eles, definitivamente não. O hábito de menosprezar a cultura alheia é próprio da raça humana. Os que moravam no Hemisfério Setentrional usavam mapas e olhavam ‘para baixo’ aos habitantes do hemisfério meridional. Nos acostumamos a olhar para cima para ver americanos e europeus. Para quem olha do espaço, não existe norte ou sul.
Isto significa que poderíamos ter fotos da terra ou mapas onde o sul está para cima? A terra gira pelos pólos e mesmo pela lógica dum suposto visitante doutra galáxia a parte de cima será um dos pólos.
Mas se eu ver um mapa com o pólo sul para cima, os países contantes do mapa estarão todos “de ponta cabeça”.
Mera ilusão. Quem poderia dizer que do modo como os mapas são feitos é o correto. Não poderiam estes estarem agora mesmo ‘de ponta cabeça’.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

MAS ISTO NÃO É JUSTO - E QUEM DISSE QUE A VIDA É JUSTA?


"MAS ISTO NÃO É JUSTO – “E QUEM DISSE QUE A VIDA É JUSTA”.



Na história da humanidade ‘sempre’ imperou a injustiça. Quem detinha o poder sempre usou mal seu poder.
Assisti um filme chamado “ O Egípcio” de 1954 e numa parte do filme os Hitítas estavam formados para atacar a capital Tebas, mas o Faraó, um bom rei, acreditava que podia resgatar a bondade no coração das pessoas e achava que poderia evitar a guerra com diplomacia. Os Hitítas avançaram e destruíram a capital matando grande parte da população.
Surgiu uma questão moral: Optar pela guerra, perder soldados, mas proteger a população, ou optar pela paz e ser atacados com perdas de vidas inocentes da população.
Considerava-se Faraó como sendo um Deus, ninguém podia ficar com a cabeça acima da dele, todos tinham que se curvar, ninguém podia encostar na pessoa dele, ninguém podia contradizê-lo.
Veja a dissertação do personagem do filme, um médico que zelava pela vida das pessoas, conversando com o chefe dos exércitos do Egito, depois de tentar convencer Faraó de se preparar para a guerra:
Sinuhé (Médico) – “Faraó poderia te impedir de fazer o que você quiser com o exército? Você não é o General?”
Horemheb (General) – “Não, os homens atendem a mim e não a ele. Mas é ao Faraó que jurei lealdade. Ele vai escrever para os hitítas...! Pode até convidá-los para tomar seu trono".
Sinuhé  - "Faz diferença? Já vi grandes e pequenos governadores... velhos e jovens...  virís e afeminados. O povo sofre e morre... qualquer que seja o soberano. Hititas, egipcios, cretenses... É ruim acreditar demais, como crê o Faraó. Mas é pior acreditar em tão pouco, meu amigo. Não, não acredito em nada”.
Mas você pensou agora: Mas teve bons Reis, como hoje certamente tem bons políticos.
Bem, comecemos, não pelas intenções de quem governa, mas a tipo de vida que levam em contraste com a vida do povo.
Reis e governantes, regem, não sobre pedaços de terra, mas sobre grupo de pessoas, com o suposto intuito de proteger a elas e seu modo de vida.
Por que em todas os tipos de governos da história, as famílias dos governantes “sempre” usufruem o melhor da região, enquanto muitos trabalham arduamente para manter o Reino? Veja: Quanto ganha o político brasileiro?
Por que em casos de desastres ou guerra, a família dos reinantes recebe atenção, e o povo fica como escudo?
Por que as famílias de governantes “sempre” viveram na riqueza descomedida?
Desde milênios atrás a história é a mesma. Quando leio livros ou assisto filmes da realeza, seja da França, Inglaterra, China e Japão, ou de qualquer outra terra, vejo com tristeza a arrogância da realeza. Pessoas que não faziam absolutamente nada, não trabalhavam, mas viviam as custas dos tributos e impostos duma população pobre que trabalhava 7 dias para sustentá-los. Junto dela (da realeza) sempre tinha um grupo de parasitas que viviam às custas da amizade com a realeza. Andavam de barcos conversando educadamente, compareciam a teatros, faziam fartos piqueniques. Grandes festas para ostentar os belos e caríssimos vestidos das damas dos castelos assim como preservar seu “Status”social, eram comuns.
Em muitos casos, a realeza tinha empregados para vestí-los, para provar sua comida, e até para limpá-los depois de usar o banheiro. Muitos davam o direito a si mesmos de desfrutarem de lascívia e luxúria dos prazeres da carne.
Outros arrogantes eram religiosos influentes. O poder concedido à igreja fornecia a esta junto a riqueza, o poder sobre a vida da população pobre. Sim, as pessoas que politicamente chegavam à liderança na Igreja tinham o poder de condenar à morte a quem quisesse, e faziam isto com muita frequência queimando em praças públicas seus inimigos ou qualquer pessoa que pudesse apresentar riscos a seu poder. A história dos papas sangra as páginas da história com assassinatos, poligamia, conspirações, e até incestos.  Muitos eram depravados e pervertidos sexualmente, vivendo na luxúria. Durante a Idade Média é impressionante o número de líderes religiosos, não faltaram papas, que foram especialistas em conspirações, assassinatos e até bruxarias. O ouro incrustado nas paredes, nos tetos das igrejas e nos objetos de culto era uma afronta à pobreza dos simplórios leigos.
Para se obter esta arrogante condição vantajosa, conluios e golpes de estado aparecem com muita frequência nas páginas sangrentas do livro de história das potências europeias desde os primórdios. Pais matando filhos, primos, e até a mãe, é uma constante, para manterem-se no poder. Casamentos arranjados com nobres da realeza de países vizinhos eram na verdade meios para famílias se manterem no poder e na luxúria.
No antigo Egito, Pérsia, Babilônia, Grécia, Roma, assassinar para se manter ou mesmo tomar o poder era comum.
Resolvi dar uma pesquisada nas histórias políticas da França, da Alemanha, da Espanha e especialmente da Inglaterra, usando a Wikipédia. Fiquei pasmado com a quantidade de tramas entre familiares para se manterem no poder na maioria das vezes com assassinatos entre eles. Veja:
- “Os ingleses apoiaram o rei de Castela, Pedro I, na luta contra seu irmão Henrique II. Em 1369, Pedro foi assassinado por seu irmão”.
- “O Duque de Gloucester reivindicou o trono e capturou o jovem rei e seu irmão e os prendeu na Torre de Londres. Gloucester se converteu no rei Ricardo III. Os dois meninos encarcerados, conhecidos como os "Príncipes da Torre"desapareceram e foram possivelmente assassinados”.
- “Ana Bolena foi acusada de traição e tentativa de assassinato do rei, foi condenada e decapitada”.
- “A oposição às políticas religiosas de Henrique VIII foi rapidamente suprimida, vários monges dissidentes foram torturados e executados inclusive Thomas More”.
- “Em 1571, um plano para colocar Maria Stuart no trono, com apoio da Espanha, para restaurar o catolicismo, foi descoberto e seus idealizadores executados. Uma nova conspiração católica contra Isabel que pretendia assassinar a rainha e coroar Maria Stuart foi descoberta em 1586 e terminou com a execução da prima de Isabel”.
- “Em outubro de 1641, produziu-se uma nova rebelião na Irlanda. Muitos protestantes foram assassinados. Os católicos ingleses apoiaram os irlandeses”.
- “A reputação de Guilherme se viu afetada pelo massacre de Glencoe (1692), no qual centenas de escoceses foram assassinados por não prometer corretamente sua lealdade aos novos reis”.
- Ricardo III: Deu o golpe, e provavelmente assassinou seus sobrinhos para assegurar sua subida ao trono. - Ethelweard I: Assassinado, talvez por ordem de Athelstane. - Edmund I: Foi assassinado com seus filhos ainda crianças, por isso foi sucedido por seu irmão Eadred I. -  São Eduardo, o Mártir: Assassinado enquanto jantava por partidários de Ethelred II. –
No século X os papas envolveram-se em lutas com diversas facções políticas, e em alguns casos foram assassinados ou depostos.


Existem inúmeras outras passagens. Veja: A História da Inglaterra
Reis eram coroados ainda crianças, para manter a família na realeza (Rei Jaime I foi coroado com 13 meses de idade, Henrique IV com 9, entre muitos, que absurdo). A luta pelo poder era contínua, tramas e conspirações foram uma constante em toda a história envolvendo reis e ricos da terra.
Enquanto milhões trabalhavam duro e viviam aos trapos, famílias ricas viviam cercadas de ouro pelos móveis, portas, teto, paredes, pelo corpo, nas roupas. Comiam o melhor da terra.
O que eu acho interessante é os ricos sempre se consideraram como merecedores da riqueza, superiores e “cultos”. O Rei Jaime I, sucessor da famosa filha da Anna Bolena, a Rainha Elizabeth I ( a rainha virgem), escreveu um livro em 1597 chamado “The True Law of Free Monarchies” onde ele desenvolve a teoria do ‘direito divino dos reis’, e explica que por razões bíblicas os reis são superiores a outros homens. O direito divino dos reis fora defendido por Jean Bodin, francês, alguns anos antes.
Para o rei inglês, a sua autoridade régia era de "direito divino", pretendendo ter sido eleito pessoalmente por Deus para governar o seu povo. A sua realeza era absoluta, independente de qualquer poder ou autoridade da terra. O rei era assim uma espécie de lugar-tenente de Deus no seu reino, e só perante Deus teria que prestar contas do modo como exercera o seu poder. http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_divino_dos_reis
Claro que este suposto direito não contemplou apenas a estratégia inglesa de governar, praticamente todos os reis da terra agiram da mesma forma, alguns sendo considerados como “deuses”.
A história andou, e embora tenha mudado muitas coisas, muitos ricos continuam do mesmo jeito.
O sistema político abriga sempre os maiores salários da terra, pagos com o dinheiro de impostos da grande maioria pobre. Com seus tributos, os pobres bancam não só os salários, mas uma quantia de dinheiro inesgotável para viajens dos políticos, para saúde da família dos políticos, para aluguel, para funcionários diretos contratados não por concurso, mas por amizade. Vivem numa vida de ‘regalias’ (dicionário: Direito inerente à realeza), e dentro da lei, porque esta lhes proporciona tudo isto (não sei como chegamos a isto!). Alguns poucos, não contentes, acham que devem se envolver na corrupção para ter mais (alguns milhões de Reais). A esposa do ditador das Filipinas tem mais de mil pares de sapatos.
Na China, Li Cuxin vivia numa cidade onde não se tinha o que comer, a cidade cheirava a fezes humanas devido a grandes privadas feitas de madeira em cima de buracos no chão. Adoravam Mao Tse Tung que os conveceu que viviam na riqueza graças a ele. -Adeus , China - O Último Bailarino de Mao. Autor: Cunxin, Li. Editora: Fundamento.
Não poderíamos esquecer de mencionar o que aconteceu no Navio Titanic. Os ricos na primeira classe tinham o melhor. Pagaram por isto, mas trancar o pobre para não se salvar é ridículo. Usar os botes salva-vidas com metade de sua carga e deixar pobres morrerem sem barcos salva-vidas, é ridículo. O famoso filme de 1997 destacou com bastante clareza isto, baseado em fatos reais, mas não conseguiu mudar nada no coração de quem assistiu.. . .
Onde entra o pobre nesta história?   
O pobre sempre sonhou em ser exatamente, como o principe e a princesa, como algum daqueles parasítas, como um rico e seu luxo.
Ultimamente, alguns pobres conseguem enriquecer rapidamente. Alguns são atletas, outros viram celebridades, cantores e atores famosos. Alguns começam a se achar superiores, ficam arrogantes, orgulhosos e insolentes.
Cantores pedem coisas absurdas no hotéis onde se hospedam: "Cores brancas em todo aposento das paredes até as velas, milhares de flores espalhadas (plantas naturais, ficus ou palmeiras de dois metros de altura) e flores frescas. Nada de crisântemos, lírios, cravos ou margaridas. Cinco vasos quadrados de vidro com as flores: cinco das vermelhas e duas das brancas. E somente rosas. Nada de folhas. Os caules das rosas não deverão ter espinhos e medir exatamente 11 centímetros)".
A polêmica rainha do pop não poderia deixar de integrar esta lista. Uma frota com seis carros da marca Audi, troca do assento do vaso sanitária a cada ida ao banheiro e 25 caixas de água da Cabala, 20 linhas telefônicas, não são nada comparados a exigência de que somente 13 pessoas, de sua equipe, possam-lhe dirigir a palavra. Outro exige "o ambiente seja enfeitado com 19 plantas com cerca de 1,8 metro de altura e quatro plantas de tamanho aproximado em 1,2 metro de altura”dentro dos aposentos do hotel. Quando o assunto é toalha, Elton John e P. Diddy lideram a lista dos mais exigentes. O cantor inglês gosta de ter a mão 74 toalhas. Já P. Diddy não economiza e exige 204, sem contar as 20 barras de sabonete.   
Outra exigiu 48 toalhas, 24 brancas e 24 pretas, louças chinesas e bandejas de prata. Ainda outra foi mais além por ter solicitado um tanque de lagostas vivas que estariam sendo preparadas sempre que ela tenha fome. Um ator já requereu um andar inteiro de um hotel contendo: uma academia privada, um som estéreo extra-grande, juntamente com a Nintendo e PlayStation. O piso de filtros de ar condicionado deveria ser mudado na sua chegada e puxadores das portas deveriam ser desinfectados a cada hora. Para uma cantora, os banheiros da sua suíte de hotel devem estar equipados com torneiras de ouro. Um novo assento deve ser instalado antes de sua chegada. Sua própria roupa de cama são entregues com antecedência. Para Mariah Carey banhar com seu cão só em água mineral francesa. Além disso, camarim dela deve conter uma caixa de canudinhos bendy, dois purificadores de ar, cachorrinhos e gatinhos (de pelúcia?), um atendente de quarto que esteja usado goma de mascar quando fosse servir sua champanhe Cristal. A lista de exigência duma cantora que recentemente esteve no Brasil tinha quase 30 páginas.
Mas não é de hoje que a pessoa começa a ganhar milhões e fica “excêntrico” (dicionário: Extravagante, ridículo, esquisito).
Como entra o pobre na história da injustiça social?
Se o pobre fica rico, ele se transforma, compra mansões, carros caros e fica todo “excêntrico”.
Quem é que paga os 20 milhões de dolares que Nicolas cage ganha num filme só? Certamente não são seus produtores, nem empresas que primeiro bancam a gravação. Sim, é o pobre que paga para ver um filme porque o tal ator está lá. É nisto que grandes empresas investem. Clubes pagam milhões por um jogador porque sabem que o pobre irá ao estádio para ver o tal jogador.
O pobre fica todo bobo de ver um artista ao vivo, se é que isto é possivel. O fã (pobre fã) gasta seu dinheirinho para ir longe ver seu ídolo, quando consegue, vê lá de longe. Uma grupo de fãs se reuniu em frente do prédio onde estava Roberto Carlos no dia de seu aniversário, para cantar, comemorar, expressar seu amor pelo cantor. O Cantor apareceu na sacada durante cinco minutos, de longe, e disse que “ficou emocionado” com a expressão de amor da parte dos fãs.  
No passado quando a realeza passeava com sua corte, o pobre corria para ver e admirar. Hoje, um pobre anda pela rua, ninguém lhe cumprimenta. Ele fica famoso por se tornar uma cantor, um ator, um jogador ou seja lá o que for, noutro dia pessoas pedem autógrafos, e pagam para vê-lo.
Programas de TV arrecadam milhões, porque o pobre corre para frente da televisão para admirar o seu ídolo, que aliás nem conhece e provavelmente nunca conhecerá este pobre fã.
Pobre pobre! É este quem mantém a indústria do entretenimento, que gera bilhões, que produz ricos e riquezas para pouquíssimos. É verdade que muitos (muitíssimos) contribuem com pouco, mas os poucos que arrecadam,  acumulam muito, causando um desiquilíbrio social gigantesco, mesmo porque sempre que existir um acumulo de valores centrada numa pessoa ou empresa, como o dinheiro não poderá estar em dois lugares ao mesmo tempo, certamente terá muitíssimos outras pessoas sofrendo com a falta dele.
Em Nova Iorque, em frente ao ‘Central Park’, foram vendidos 92 apartamentos de luxo, o mais barato por cinquenta milhões de dólares, o mais caro cem milhões. Se uma pessoa, uma família, uma empresa tem a posse de tanto dinheiro, certamente muitíssimos pobres terão dificuldades para viver.
Portanto, pobre, quando reclamar da injustiça, lembre-se da parcela de culpa que temos em manter um mundo que admira o rico, que admira a casa do rico, o carro do rico quando passa na rua. Um mundo que admira celebridades, políticos, empresários, atletas, etc. Um mundo onde o pobre sonha que sua filha irá casar com "um príncipe", quer dizer, com um rico como se isto fosse a solução de seus problemas. Um mundo que despreza o pobre, mas paga para ver o rico, para ter um autógrafo, ou apenas  um sorriso fortuito. E de onde vem tanto dinheiro que agracia a vida do rico?
Mas a arrogancia não para por ai. O mundo acostumou-se a se espelhar nos “merecedores” da opulência, e o ser humano sob qualquer desculpa aprende a ser arrogante igual. Se é um funcionário e se torna patrão, se é um empregado como os demais, e se torna chefe de setor, o poder o corrompe, ele passa a agir igual aos “ricos” da terra. Se tem uma faculdade, olha para a senhora da limpeza com desprezo. Se consegue adquirir um apartamento, se recente da favela que lhes tira a beleza da vista.
Estes somos nós: seres humanos. Criamos um mundo injusto para nós mesmos e somos incapazes de desarraigar este complexo sistema de humano pisar em humano. Muitas vezes o próprio humano escolhe por voto, seu representante para enriquecer e se arrogar ter o “direito divino dos reis”, quando por exemplo se dá ao parlamentar, segundo nossa Constituição,  a ‘Imunidade Material’  – “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. De acordo com ela, o parlamentar não se sujeita a quaisquer conseqüências civis ou penais em razão das suas opiniões, palavras e votos. Durante o mandato, deputados e senadores não podem ser presos  e só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal.
E a prisão especial, você já ouviu falar? 
Apesar do art. 5.° da Constituição da República consagrar o princípio da igualdade, estabelecendo que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", a Lei Maior, o Código de Processo Penal e a legislação extravagante conferem a certas pessoas o direito à prisão especial, ou seja, o "privilégio" de ficar preso em cela ou estabelecimento penal ou não, diverso do cárcere comum, até o julgamento final ou o trânsito em julgado da decisão penal condenatória.
O benefício penal visa oferecer um tratamento mais humano ao indiciado ou réu que, pelas "qualidades morais e sociais", merece melhor tratamento e, também, pelas conseqüências graves e irreparáveis que a convivência desordenada com presos perigosos, poderia lhes causar. Mas se voce não for politico em função ou não tiver diploma por faculdade superior, . . .


A conclusão é que a humanidade vive na ilusão em toda sua historia. Sempre houve os que achassem ser "superiores", "merecedores", "patrões", "deuses", "doutores", "abençoados" e coisas assim. Passaram a vida toda, muitas vezes, convencidos que era assim. Os pobres foram convencidos disto também. Em alguns países com diferenças entre castas, pensam que é o destino, pessoas nascem superiores simplesmente. 


Ilusão, criação da mente humana para propósitos de dominação, riqueza e poder.


Mas isto não é justo, - “E quem disse que a vida é justa”?!!





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J á na infância, acabamos descobrindo que não existe Papai Noel. Depois descobrimos que Jes...