A tática é infalível.
Pais estressados com filhos, casamento, emprego, trânsito, usam esta tática. "De vez em quando é preciso" dizem, " funciona imediatamente".
Professores estressados com filhos, casamento, emprego, trânsito, projetos escolares, cobranças de desempenho, e uma sala cheia de crianças ou adolescentes, usam esta tática. "De vez em quando é preciso" dizem, "e funciona". Talvez não notem, mas em muitos casos é mais do que "de vez em quando".
"Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes”. Albert Einstein. Se o berro funciona, por que tem que se continuar berrando? Poderia ser mera ilusão na cabeça de pais e mestres?
É um Recurso
Na atual geração de pais, em que as palmadas foram banidas do repertório educativo, elevar a voz se transformou no recurso mais usado para impor disciplina.
Os críticos do grito paterno afirmam que ele assusta a criança sem ter efeito pedagógico.
“Quando você grita com seu filho, ele não assimila suas palavras. Ouve o volume de sua voz e sente sua raiva”, diz Amy McCready. Segundo ela, a criança pode até obedecer na hora, mas não há efeitos de médio e longo prazos. “Não há aprendizado. Repare como no dia seguinte você provavelmente berrará as mesmas coisas”, diz. Logo, o grito paterno é mais um instrumento de correção ou apenas uma explosão emocional? “Nos dias de hoje, ele revela perda de controle”, diz Anne Lise Scapatticci, psicanalista infantil e doutora em saúde mental pela Escola Paulista de Medicina.
Guillermo Ballenato: "Os gritos surgem da perda de autoridade"
Educar sem Gritar é o mais recente livro do espanhol Guillermo Ballenato. O autor, especialista em Psicologia Educativa e Psicologia Clínica, aponta caminhos para uma educação mais sólida e eficaz com crianças e adolescentes. Sem alterar o tom de voz. Na sua opinião, é preciso compreender a perda de controle de pais e educadores. E é necessário separar as águas. Gritar pontualmente é diferente de um estilo de comunicação agressivo e sistemático. "Os gritos surgem da sensação de impotência e perda de autoridade dos pais", afirma.
Afeto, motivação, elogio e reconhecimento. O psicólogo considera que estes são alguns dos ingredientes essenciais para um bom ambiente familiar. Ballenato defende também que o professor "deve ser um modelo, uma referência moral, um exemplo de conduta". "A educação eficaz consiste em conseguir o equilíbrio entre a firmeza e a flexibilidade, a razão e as emoções, o controle e a liberdade", escreve no seu livro. Um "manual" que dedica "a todas aquelas pessoas que têm o privilégio de educar e que, conscientes da sua responsabilidade, todos os dias o tentam aperfeiçoar".
Como explicar a um pai ou a um professor que não deve gritar para impor o seu ponto de vista? GB:Convém recordar os efeitos negativos dos maus modos da comunicação. O constante desgaste da autoridade, a perda da razão - mesmo quando realmente a têm -, os sentimentos de culpa, a diminuição da autoestima na criança, a perda de confiança e a deterioração das relações. A melhor forma de ensinar o autocontrole aos filhos é mostrando-lhes com a nossa própria conduta. Há um maravilhoso aforismo latino que diz que "a palavra ensina, mas o exemplo arrasta". Não podemos pedir aos filhos que não levantem a voz e dizê-lo aos gritos. O diálogo baseia-se na escuta. Escutar o outro é deixar ser. É tentar entender e respeitar o seu ponto de vista.
O docente é um agente de mudança social. Há muitas formas de fazer valer a sua autoridade na aula. O professor deve ser um modelo, uma referência moral, um exemplo de conduta. Daí deriva a autoridade moral que lhe conferem os seus alunos, de um verdadeiro líder que se destaca pelo seu poder de influência. Há professores que perdem a sua autoridade devido à sua falta de sentido de equidade e de justiça, mostrando arbitrariedades, demonstrando favoritismos. Os alunos tendem a perder o respeito perante essas condutas. E os professores podem tentar manter uma autoridade meramente aparente, à base de castigos; ou então gritar e perder o controle perante os seus alunos, com a consequente progressiva perda de autoridade.
O docente é um agente de mudança social. Há muitas formas de fazer valer a sua autoridade na aula. O professor deve ser um modelo, uma referência moral, um exemplo de conduta. Daí deriva a autoridade moral que lhe conferem os seus alunos, de um verdadeiro líder que se destaca pelo seu poder de influência. Há professores que perdem a sua autoridade devido à sua falta de sentido de equidade e de justiça, mostrando arbitrariedades, demonstrando favoritismos. Os alunos tendem a perder o respeito perante essas condutas. E os professores podem tentar manter uma autoridade meramente aparente, à base de castigos; ou então gritar e perder o controle perante os seus alunos, com a consequente progressiva perda de autoridade.
Quem mudou? As crianças ou os adultos?
As crianças de hoje são o que sempre foram: crianças. Há umas insuportáveis e birrentas, e que não se sabem comportar em locais públicos? Claro que há. Como há 20 anos havia. E há 30. E há 100. São crianças, e as crianças mexem-se e correm e não gostam de estar paradas, e muitas vezes soltam um grito na excitação da brincadeira, claro que sim. Repito: há casos de crianças incrivelmente mal comportadas, e de pais que não têm mão neles - há hoje, como sempre houve.
A maior mudança, a meu ver, está nos adultos, e não nas crianças. Em especial nos adultos que não têm filhos, que me parecem muito menos pacientes, muito menos tolerantes e muito mais egoístas. E é aos adultos que compete agir de forma totalmente racional, e não emocional, porque eles é que são adultos. Exigir a uma criança que se comporte como um adulto é a mesma coisa que tentar manter um cachorro sentado durante meia hora - é impossível. Pode aguentar-se algum tempo, mas está na natureza dele levantar-se e ir brincar, farejar, e fazer avarias.
http://oarrumadinho.sapo.pt/208474.html
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Mas, . . . os alunos são indisciplinados . . .
Outro fator que incomoda, e muito, grande parte dos Amantes do Saber, é a disciplina; ou melhor, a ausência dessa; no entanto, infelizmente, sempre podemos presenciar situações em que muitos professores, em nome da autodisciplina, tomam atitudes, no mínimo, pedagogicamente questionáveis: fazem imposições sem fundamento, ameaçam os alunos e, não raras vezes, chegam a humilhá-los.
Por inúmeras vezes nos deparamos com docentes que ao ouvirem conversa durante a aula gritam com os estudantes, fazem ameaças dizendo que a prova será em breve e que eles não a conseguirão realizar, que aquele conteúdo está "dado", ou, então, como punição, passam exercícios valendo nota, para serem entregues no final da aula. Outros, simplesmente ignoram tal fato, demonstrando, claramente, que estão mais preocupados em cumprir o conteúdo curricular planejado para aquela aula, do que em descobrir o porquê da falta de interesse e da indisciplina da maioria dos seus alunos.
Por inúmeras vezes nos deparamos com docentes que ao ouvirem conversa durante a aula gritam com os estudantes, fazem ameaças dizendo que a prova será em breve e que eles não a conseguirão realizar, que aquele conteúdo está "dado", ou, então, como punição, passam exercícios valendo nota, para serem entregues no final da aula. Outros, simplesmente ignoram tal fato, demonstrando, claramente, que estão mais preocupados em cumprir o conteúdo curricular planejado para aquela aula, do que em descobrir o porquê da falta de interesse e da indisciplina da maioria dos seus alunos.
Casos em que o professor assume uma postura autoritária e acredita que distanciamento hierárquico é sinônimo de respeito, não são raros dentro de uma sala de aula. Esse profissional, como um "general", geralmente intimida os discentes a prestarem atenção, e ministra suas aulas sem se importar que haja alunos que não estão acompanhando o seu raciocínio. Sua atenção está voltada apenas para alguns poucos alunos que, sentados nas primeiras carteiras, olham-no atentamente. Quando algum dos supostamente desinteressados faz alguma pergunta, ou é ignorado, ou recebe como resposta: "Se você estivesse prestando atenção, teria entendido". Convém salientar que essas "disputas" entre mestre e discípulos pouco ou nenhum resultado prático trazem, pois um aluno que é retirado da sala de aula por comportamento inadequado e encaminhado à biblioteca para realizar uma pesquisa sobre o tema da aula, ou não o faz, ou o entrega ao professor antes do término do período.
E por falar em indisciplina, essa não deveria ser uma constante entre professores e alunos. Aulas dinâmicas, divertidas, linguagem clara, objetiva e de fácil entendimento, sempre associando o tema em questão a situações atuais, de conhecimento dos alunos, utilizando mais a explanação verbal do que a lousa (vista como um suporte, apoio para registrar, de forma resumida, alguma informação mais importante), tornam as explicações dadas pelo docente, segundo opinião unânime dos alunos, uma aula motivadora.
Vale a pena continuar ressaltando a atuação de alguns professores, não como modelo inquestionável de docência, mas como fonte de inspiração para que continuemos a buscar um melhor caminho para chegarmos ao coração e à mente de nossos alunos. Um aluno jamais deve permanecer passivo e, mesmo que as respostas dadas sejam incompletas ou incorretas, o verdadeiro educador sempre deve fazer um comentário crítico construtivo: "Você quase conseguiu... Valeu a tentativa!"; ou "Esqueceu, não é? Vamos ver se amanhã você já conseguiu se recuperar da amnésia". A forma como ele conduz a aula deve despertar a curiosidade pelo ouvir e aprender.
"... o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma 'cantiga de ninar'. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas." (FREIRE, 1996, p.96)
Berrar ou conversar mais vezes?
Um professor deve buscar um aperfeiçoamento constante, ter um carinho especial pela profissão que abraçou e saber utilizar sua autoridade com moderação e imparcialidade. Então, por que não tentar eliminar rapidamente os poucos casos de conversa paralela durante a aula, chamando a atenção dos envolvidos de forma humorada? Por que não conversar, em particular, com qualquer estudante que necessite de uma reprimenda maior? Certamente, todos os alunos o cumprimentarão nos corredores e irão lhe pedir conselhos e orientações.
"Boa técnica de motivação é ter uma conversa em particular com o aluno. Em que se procura explorar o sentimentalismo e também, quando necessário, falar francamente com o aluno, chamando-o às suas responsabilidades. É imprescindível que ele sinta, apesar das verdades, se necessárias, que o professor é seu amigo e tudo está fazendo para ajudá-lo." (NÉRICI, 1992, p.190)
Um professor competente está sempre pronto a refletir sobre sua metodologia, sua postura em aula, a replanejar sua prática educativa, a fim de estimular a aprendizagem, a motivaçãodos seus alunos, de modo que cada um deles seja um ser consciente, ativo, autônomo, participativo e agente crítico modificador de sua realidade.
O prazer pelo aprender não é uma atividade que nasce espontaneamente nos alunos, pois, muitas vezes, não é uma tarefa que cumprem com prazer. Para que este hábito possa ser melhor cultivado, é necessário que o professor consiga despertar a curiosidade dos alunos e acompanhar suas ações na solução das tarefas que ele propuser (o não acompanhamento poderá fazer os alunos se sentirem inseguros na realização da atividade proposta, por julgarem-se cobrados a um desempenho para o qual não foram preparados; e, o fornecer as respostas prontas, não permitindo que o aluno problematize e descubra a resposta correta, acomoda-o e prejudica sua autonomia). http://www.conteudoescola.com.br/colaboracao-do-leitor/30/132-relacao-professor-aluno-uma-revisao-critica
Abuso de autoridade e Bullying
Pode soar estranho, falar da prática do bullying pelo educador, pois via de regra, partimos do pressuposto que o educador seja uma pessoa capacitada, dotada de bom senso e equilíbrio, mas infelizmente tal fato se faz presente em nosso cotidiano, vez que há professores abusam da autoridade que lhe é conferida pelo cargo, ameaçam seus alunos, constrangem e ofendem ao invés de ensinar,
Nos casos onde o agressor do bullying seja o professor, a responsabilidade pela reparação do dano será do próprio educador (pessoa capaz) e solidariamente da instituição de ensino que o contratou, pois o artigo inciso III do artigo 932, inciso III e 933 do Código Civil Brasileiro, atribui que o empregador será responsável pela reparação civil dos atos praticados por seus empregados, independentemente de culpa.
A família é sempre culpada . . .
A imitação mostra-se importante nesse período, portanto os responsáveis e educadores exercem funções deveras relevantes. Durante as observações, realizadas por nós, percebemos que os profissionais adotavam condutas desregradas e longe de serem pedagógicas. Portanto, parece provável que a criança imitando condutas inadequadas dos professores, gritos, agressões e desrespeito, possa desenvolver um comportamento reprovável socialmente. O que nos intriga nessa situação é perceber que os professores recriminam os procedimentos inadequados dos alunos, culpabilizando suas famílias ditas “desestruturadas e incapazes” de educar sua prole, mas não observam seus próprios comportamentos e atitudes no ambiente escolar.
O Estatuto (ECA) só defende as crianças. . .
Logo que entrou em vigor e, infelizmente, até hoje, difundiu-se a idéia de que se tratava de lei que protegia em excesso as crianças e os adolescente, vedando qualquer atuação da polícia, do promotor, do juiz, do professor etc. Nada disso corresponde à verdade. O Estatuto apenas esmiúça pormenorizadamente os direitos fundamentais dos menores de dezoito anos, considerando-os pessoas que, por estarem em desenvolvimento, têm necessidades especiais. Não há qualquer regra que proteja em excesso o menor de dezoito anos.
Crianças e adolescentes não estão excluídos da atuação dos pais, educadores e autoridades constituídas quando praticam atos anti-sociais. Em nenhum momento o Estatuto proíbe a atuação dos pais ou professores na imposição de limites aos menores de dezoito anos, os quais, aliás, têm o direito da recepção desses limites para se desenvolverem adequadamente. Veda-se, apenas, o desrespeito à integridade física e psíquica, o autoritarismo.
O preceito atinge qualquer forma de desrespeito, desde simples apelido que o professor coloque no aluno que o ridicularize, até o desrespeito aos direitos à integridade física e à liberdade, por exemplo. O direito ao respeito está consagrado na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente e é a base onde se assenta a integridade física, emocional, moral e cultural do educando.
Se houver desrespeito que submeta a criança ou o adolescente a vexame ou constrangimento, caracteriza-se um crime, com pena de detenção de seis meses a dois anos (artigo 232, do Estatuto da Criança e do Adolescente). O vexame consiste no ato de causar humilhação e vergonha à criança ou ao adolescente. O constrangimento se caracteriza quando se obriga a criança ou o adolescente a fazer algo forçosamente.
Frise-se, por outro lado, que o aluno também deve respeito aos diretores, professores, outros funcionários e alunos. A conduta desrespeitosa do aluno pode ser desde um mero ato de disciplina até um ato infracional que, conforme define o Estatuto da Criança e do Adolescente, corresponde a qualquer crime ou contravenção. Nestes casos, deve haver a atuação firme, legal e necessária dos educadores, pais, conselheiros tutelares, juízes de direito, promotores de justiça, delegados de polícia.
Gritar Com As Crianças Pode Ser Tão Prejudicial Quanto Punição Física
Foi o que apontou um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e publicado no site da revista Child Development. O estudo acompanhou 976 famílias e diversas perguntas foram feitas às crianças, para avaliar seus problemas de comportamento, sintomas de depressão e o relacionamento com os pais, que também responderam a alguns itens da pesquisa."Quando você grita, fere a autoimagem da criança, que está exatamente tentando desenvolver uma autoidentidade, e faz elas sentirem que não são capazes, que são inúteis", diz Ming-Te Wang, professor-assistente dos departamentos de Educação e Psicologia da Universidade de Pittsburgh e co-autor do estudo.
Ou seja: se os pais achavam que gritar com as crianças fosse fazê-las ouvir e se comportar melhor, o estudo descobriu que o que acontece é o oposto. “A maioria das pesquisas realizadas sobre disciplina é centrada no emprego da disciplina física na infância e na adolescência. No entanto, dado que os pais tendem a recorrer à disciplina verbal com seus filhos, é importante que eles estejam cientes que a disciplina verbal dura é ineficaz em reduzir problemas de conduta e, na verdade, leva ao aumento dos problemas de conduta em adolescentes e ao aparecimento de sintomas depressivos, em alguns casos”, afirma o pediatra Moises Chencinski.
http://www.mulher.com.br/9203/gritar-com-criancas-pode-ser-tao-prejudicial-quanto-punicao-fisica
EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO PARTE 02
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