terça-feira, 3 de novembro de 2015

A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 02

03/11/2015

O que você vai ler mais a frente pode ser resumindo em "faça menos, de maneira mais simples e mais assertiva". Um dos grandes problemas da escola integral é o estresse dos funcionários e das crianças devido ao longo tempo em que estarão na escola. Também a armadilha em que pode cair por juntar enorme quantidade de ações, problemas, conteúdos, tudo ao mesmo tempo. Assim, simplifique. 

Oficina em escola integral é mais informal, com espaços mais livres, crianças mais à vontade, sem a cobrança e pressão, com ambientes alegres e motivadores. Registros mais simples e concretos.


E a rotina da escola integral?
Em escolas que mudaram para atendimento integral houve um aumento acentuado de agitação entre as crianças e entre os funcionários.
Antes de qualquer coisa precisa-se fazer um diagnostico para saber por que as crianças estão agitadas. A estrutura e organização da escola integral, poderá produzir mais ou menos agitação..
Só o fato de as crianças ficarem o dia inteiro na escola já as tornam agitadas. Aula de dança agita, música alta agita, outros setores como salas de aulas assim como salas da administração sentem agitação e em alguns momentos irritação. Aulas agitadas seguidas de aulas silenciosas sem um momento de transição é pedir demais para os alunos. Com muitas atividades sem pausa, a correria pode agitar e estressar professores, alunos e até setor administrativo. Alunos estão suados e cheios de adrenalina o tempo todo, especialmente depois do almoço.

A importância de registros diversos
Na vida, sempre que temos muitas coisas para fazer, precisamos aprender a resolver os problemas de maneira objetiva e rápida, sem perder tempo com pessoas falando em devaneios. Existem boas estratégias para otimizar o tempo.

Sempre avaliar eventos após os mesmos, qualquer que seja, é preciso, sejam reuniões na SEMED, reuniões com professores, merendeiras, etc. 

Analisar “quem” quer dominar, quem fala muito, quem fala pouco, quem contribui com ideias mas depois não faz, quem quer fazer 'de qualquer jeito', etc. Na próxima reunião, controla-se o tempo da fala conforme características de cada um. Por exemplo, professor(a) que fica pouco na escola, pode ter boas ideias mas não conhece muito da rotina, professoras mais tímidas ficam em silêncio, e há professoras que querem falar o tempo todo. Professores mais antigos precisam ser ouvidos em razão da experiência, mas devem contribuir com ideias novas, professores novos precisam considerar a experiência de outros mas devem ser incentivados a contribuir com ideias dinâmicas. Precisa-se administrar o tempo da fala de alguns e incentivar conscientemente outros, determinar se faremos poucas coisas bem feitas ou se é necessário correr e assumir responsabilidade de fazer mal feito. Ser simples e objetivo sempre é o melhor caminho. Professores que falam com mais intensidade passam a ideia errada de que representa todos os demais, por isto sempre é produtivo perguntar um a um se concordam com o que foi dito.
  
Assim, fala-se o que é estritamente necessário para resolução dos problemas. 
Como diz Leandro Karnal, -"Eu atravessei a cidade de São Paulo, enfrentando transito intenso, para saber depois de uma hora de reunião que o assunto poderia ser resolvido em poucas frases num e-mail".

Avaliações antecipadas assim como após eventos ajudam muitíssimo.



Como exemplo de eventos poderíamos citar declamação de poesias. Precisa-se ter uma pauta anterior para ticar as tarefas e checar se tudo está bem preparado. Pega-se o registro do ano passado para averiguar o que foi bem e o que foi mal.
  1. Crianças mal treinadas?
  2. Mesma poesia para todos da categoria?
  3. Crianças mal preparadas? (se declamassem para outra turma ficariam mais confiantes na frente de outros).
  4. Começaram a fala antes, perdeu-se muitos inícios? Deve-se dar o sim para a criança começar a falar e orientar para esperar antes de sair.
  5. As crianças devem estar separadas antes junto com as preparadoras, que devem dar os últimos lembretes, um pouco antes da apresentação, sem bronca, amorosamente (fale bem alto, fale devagar, fique mais no meio do palco, levante as mãos, tire as mãos do bolso, vai dar tudo certo, etc)
  6. Necessário uso dos microfones? Treinar dias antes com microfones.
  7. Quem preside o evento precisa fazer tudo lentamente, sem correria. Isto é possível se for objetivo. Elogiar todos, sempre após cada apresentação. No final elogiar professores que os prepararam.
  8. O diretor poderia solicitar a um profissional da escola para presidir o evento? Alguém que seja mais tranquilo, animado, que goste de poesia, assim o diretor poderá cuidar de outras coisas, como receber visitantes. Outro profissional poderia ser convidado para certificar-se de que tudo está como planejado, auxiliando com papeis, ou averiguar se todos os declamantes estão presentes.
  9. Não dar bronca, é uma ocasião alegre. As crianças podem fazer bagunça sim, é uma festa. (Sugestão: Deixar uma pessoa com uma mãozinha na mão. Durante a apresentação levanta a mão indicando como combinado que deve haver silêncio. Acabando a apresentação, a pessoa abaixa a mão – poderia ficar em pé para deixar mais claro a diferença – e bate palma, faz bagunça. Todos saberão que quando ela sentar, todos devem ficar quietos. As crianças ficam esperando pela ocasião e farão mais facilmente silêncio sem bronca. Orientar os professores para não dar bronca na ocasião. Não dar bronca em “todos”, por causa de alguns, e se for realmente necessário, levar a criança para outro recinto e aconselhar a mesma. 

Leia: "A PROPOSTA PEDAGÓGICA DE LORIS MALAGUZZI: REGISTROS
NO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
"


Leia também:VAI DECLAMAR? COMO ENSAIAR

 Assim é para tudo, e só é possível se houver devidos registros pós-eventos para que na próxima, ao usar destes registros, o evento progrida com menos tarefas, menos problemas de última hora, cada um sabendo exatamente o que fazer e o que vai acontecer.  

Analisar após cada reunião cada evento, se foi atingido o objetivo e ao decidir qualquer coisa, não fugir do foco é essencial. 

Corrigindo situações
A roda de discussão é uma metodologia praticamente universal nos projetos analisados.
Alguns iniciam todos os dias de trabalho com uma roda de aquecimento, onde se discute como cada um está, os fatos mais importantes do momento e o que será feito no dia, e terminam as atividades igualmente em roda, avaliando o que foi feito no período e deliberando sobre os próximos passos. Problemas de disciplina frequentemente são trabalhados em discussões coletivas”. http://www.unicef.org/brazil/pt/midia_escola.pdf

Devido ao estresse que crianças agitadas normalmente causam, talvez precise-se colocar na roda de discussão a razão de gritos da parte de profissionais com as crianças.
Sempre fica como se as crianças fossem culpadas e que os professores “precisam fazer isto mesmo”. Mas precisa-se haver um ambiente no mínimo educado em todos os procedimentos, afinal estamos no lugar mais apropriado para se manifestar verdadeira “educação”. http://vivendosoilusao.blogspot.com.br/2015/07/educando-com-berros-resolve-mesmo.html

Considere ler a matéria:
EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO 

Também, veja a primeira parte desta matéria sobre como podem ser as oficinas da Escola Integral, com leveza, gentileza e compreensão, sem estresse nem pressão.

Houve uma ocasião em uma Velha Escola que dois professores, ao levantarem colchonetes, puxaram "de brincadeira" com um pouco mais de força um que estava mais abaixo da pilha e, ao encostar num armário com copos, derrubaram o armário e quebraram alguns copos. Embora a sala estivesse cheia de professores em hora do café, ninguém deu bronca, mas riram do acontecido. Nenhum deles foi levado à direção. Não se chamou os pais, sequer bilhetes para que os pais "tomassem providências" foram enviados. 
Uma semana depois, dois alunos brincavam, um tropeçou e com o cotovelo quebrou um vidro pequeno da janela. Adivinhe o que aconteceu.

Então a leveza, gentileza e compreensão protegem os profissionais do estresse, de ter que "matar um leão por dia" como alguns se expressam de vez em quando. Não precisam matar leões, mas amansar gatos apenas.   

O Conselho de Classe
Lembramos que também há uma "roda de discussão" quando acontece o Conselho de Classe, se é que as oficinas precisarão disto.
"O grupo reúne-se e então os Professores sentem-se livres para manifestarem-se sobre os alunos. Os diálogos versam sempre sobre o comportamento e problemas de indisciplina do aluno, tendo seu desempenho e sucessos desconsiderados. São diálogos entrecortados de comentários, opiniões, juízos de valor, julgamentos, preconceitos e achismos. Onde todos buscam o apoio e anuência uns dos outros como que para validar as afirmações feitas.
Muitas vezes o fracasso do aluno é atribuído a causas psicológicas e então são emitidos juízos de valor baseados no senso comum e não em laudos diagnósticos ou fonte segura que o ampare. Ao invés de avaliar o processo de aprendizagem, a interação pedagógica, e a eficiência da prática pedagógica do professor, o Conselho presta-se apenas para apontar e julgar comportamentos do aluno.
Neste modelo de Conselho de Classe, nada de fato é discutido e de fato nada é solucionado. Todos desabafam, todos discorrem livremente suas angústias, alguns nem falam pois não são apoiados nas suas colocações, então tudo fica na mesma. Conselho é composto de pessoas, e estas exercerão o papel de Conselheiros, que terão o objetivo de ponderar, aconselhar, orientar, propor, discernir as melhores intervenções e soluções para uma determinada questão. 
Assim, é correto afirmar que quem aconselha deve ser uma pessoa prudente, ter bom senso, discernimento, domínio próprio, autoridade e notório saber na questão consultada. Desta forma fica claro que ninguém consultará a vizinha sobre um investimento na Bolsa de Valores, ou a Merendeira se um aluno necessita de tratamento Psiquiátrico. É preciso ter competência e conhecimento da questão para emitir declarações.
Daí a importância da Educação Continuada, pois , especialmente no nosso caso, enquanto Educadores, não podemos resvalar no senso comum, achismo é coisa de gente que não está preparada devidamente para argumentar. Devemos ter bases sólidas e seguras, não apenas na nossa área de atuação, mas dentro do possível estarmos atualizados sobre o que ocorre em áreas correlacionadas a nossa. Buscar o conhecimento tem de ser um estilo de vida, e não apenas a busca de um certificado.
Fiz esse recorte para que você compreenda que um Conselho é composto de pessoas, e estas exercerão o papel de Conselheiros, que terão o objetivo de ponderar, aconselhar, orientar, propor, discernir as melhores intervenções e soluções para uma determinada questão".
Como Fazer o Conselho de Classe (http://www.sosprofessor.com.br/blog/como-fazer-o-conselho-de-classe/)

Se uma oficina tem por meta deixar os alunos investigarem, se autoconhecerem, navegarem pelo ambiente proposto pelo professor, não há que se falar em fracasso nas avaliações ou coisas assim. Mas talvez se tenha que considerar no Conselho de Classe ideias para aprimorar a oficina em relação a determinado aluno, as intervenções do professor, as intervenções do orientador (ou coordenador) para que sejam otimizadas, personalizadas e motivacionais em relação ao aluno e em último caso a possibilidade de trocá-lo de oficina para outra em que ele se desenvolva melhor, o que é normal neste tipo de escola. Se houver algum conflito no relacionamento entre as crianças, o orientador aproveitará a oportunidade para orientá-los e  poderá ajudá-los a "se resolverem", não necessariamente resolver por eles. O aluno em geral nunca será o problema, alguma coisa na oficina em si, ou na condução adulta pode ser e deverá facilmente ser sanada.

Aproveito para descrever uma estratégia usada em algum centro educacional. Em ambientes em que as crianças estão um pouco mais tensas, ou que tem algum indivíduo mais agitado por natureza, às vezes com algum problema familiar ou de relacionamento, ou mesmo alguma dificuldade emocional, as crianças recebem uma bola de acrílico chamada Globo de Neve. 
A professora pede que retirem do bolso e agitem. Depois que permaneçam com o braço direito com a bola semi esticado, e a mão esquerda junto ao peito e ao coração enquanto os flocos de neve caem e "se acalmam" ao solo dentro do globo. A criança é orientada a observar seu "coração" que vai se acalmando junto com a neve (poderá agitá-los novamente até o coração acompanhar a calmaria).  A criança mantém seu cérebro ocupado e vai de fato se acalmando. Com o tempo, ela aprende a "sentir" quando sangue está subindo e ficando nervoso para "domar", dominar o nervosismo, também, a respirar fundo até a calma chegar. Até para os adulto é uma boa estratégia.   


Eventos eficazes
Para eventos e festas, o responsável pelo mesmo precisa antes deste, olhar de perto como ficaram os ensaios em tempo para corrigir o que for necessário e possível. Tudo isto é possível se houver avaliação pós reunião e pós evento por escrito e revisão pré reunião. Relatório de ano anterior ajudará, e relatório final servirá no futuro.



Trabalhando em conjunto
Sempre que acontecem coisas fora da regra no cotidiano, imediatamente registrar num livro pessoal (aqui não se refere ao livro 'oficial' de registros), para quando tratar do assunto, este seja claro na mente, e ao se reunir com o Conselho Escolar, mostrar o acontecido com clareza e de maneira irrefutável. Nós precisamos desenvolver táticas que sejam “imbatíveis” quando se trata do errado, com clareza, gentileza, assim como boa base (literatura).

- “Entra ano e sai ano, ao olhar a tarjeta de notas a situação é a mesma, muitos alunos que não aprendem, alunos que precisam de ajuda"?
- "Os professores continuam dando as aulas como se nada estivesse acontecendo, e acabam recorrendo à Coordenação para que o problema seja resolvido"? 


Afinal quando o aluno não consegue ou não “quer” fazer a lição o mesmo é retirado da sala e enviado para a Coordenação. Já viu esta estória antes? Pois é, o que está faltando para o Coordenador são as ferramentas para orientar os Professores e também para acompanhar o processo de aprendizagem de todos os alunos. Como fazer? ”.

Numa Escola Integral, referindo especificamente às oficinas da Nova Escola, não existem estas possibilidades, pois o aluno sempre "quer" fazer a lição. Não existem notas de provas, nem recuperação a cobrar, mas existem registros dos professores e do coordenador em que se deve observar o progresso individual a fim de elogiá-los e motivá-los. Não existem alunos com "pouco aproveitamento". Qualquer problema com determinado aluno, é a  oficina e o profissional quem irá se adaptar às necessidades do aprendiz.

Se o aluno for "enviado a Direção", as ajudas propostas pela Nova Escola são bastante diferentes da escola regular. Comentaremos mais adiante sobre o assunto. 

Escola agitada, reuniões monótonas?
Se houver aconselhamento aos profissionais é preciso se preparar. É possível usar filmes, usar textos de especialistas sérios no assunto. Deve-se dar sempre tempo para que cada um exponha sua situação. Mas não fazer dinâmicas infantis em que se gasta muito tempo apenas para no final 'supostamente' aprenderem uma lição tão corriqueira que seria muito mais eficaz se fosse conversado com franqueza e objetivamente. Ao usar vídeos, que sejam de profissionais sérios, não vídeos infantis com "musicas" emocionais. Estes terão sua serventia em outras ocasiões mais informais.
Mas jamais use para impor a tua ideia, obrigar outros a engolir o tua maneira de pensar nem para dar "indiretas". A franqueza, assim como ouvir outra parte é o mais justo.


Passa-se um filme para todos assistir. Comenta-se as dificuldades e deixa-se que cada um dê sua opinião. Opiniões errôneas, antigas, ruins, devem ser rebatidas com base no livro ou filme. A ideia é “mudar” a escola, não ficar se justificando ou culpando crianças, mas francamente discutir 'como' ajustar a escola com as ideias apresentadas por escolas bem sucedidas e conselhos de estudiosos do assunto. Mas não é para 'copiar' e sim usar como exemplo. Poder-se-ia sugerir que cada participante lesse um livro diferente sobre as estratégias de pensadores, pedagogias de idealizadores,  e depois passasse para outros as partes que mais gostaram.


O “achismo” é uma praga que assola a eficácia.

Por que não são passados vídeos nas reuniões pedagógicas de escolas com estratégias bem sucedidas ? 
A autora e professora de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem desenvolvendo estudos bem aprofundados sobre como lidar com conflitos na escola. Na verdade, os estudos expõem nossas maneiras de resolver conflitos como sendo arcaicos e totalmente ineficazes. Por quê? Como deveríamos proceder?

Tenha curiosidade de assistir só um vídeo e tua vida como professor e ou mudará muito. 

Estratégias bem sucedidas são expostos de maneira simples e lógica.

Segue links:



  



Programa “Otimização através da contenção de tempo gasto
Muitas atividades precisam sempre de simplificações. Tempo é tudo.
Por exemplo, nas decisões do Conselho Escola e da APP em que houver ações, precisa-se discutir mais e ver se temos apoio e participação dos pais. Muitas vezes pais decidem o que fazer, basta levantar a mão e dizer "sim, vamos fazer", mas é a escola que fará, às vezes a duras penas.

Temos que “otimizar” a quantidade de trabalho na escola. Por exemplo, se uma profissional gasta muitas horas fazendo mural, fazer mais simples e de maneira menos trabalhosa. Simples, objetivo e bonito. 

"Otimizar" significa também se livrar de muitas tarefas que a escola faz mas que não faz parte dela mesma, como bazares, noite dos pasteis, rifas, deixando estas para APP e Associação de moradores. A escola assumiu tantos 'deveres', comemorações, dia da diretora, dia das mães, dia dos funcionários, etc. E mesmo aqueles eventos que fazem parte do currículo podem ser "otimizados", feitos de maneira mais simples e mais fáceis para crianças assimilarem sem dar tanto trabalho para os profissionais envolvidos. 

Presentes para os pais, por exemplo, nos anos iniciais, podem ser com escritas mal feitas, desenhos infantis, laços mal colados, elas vão se regozijar. Apresentações de danças com erros de andamento, de posicionamento, serão um presente igualmente maravilhoso para os pais se alegrarem e filmarem para posteridade. 

Então, por que nós, professores, estamos tão estressados? Enfim aquela criança não consegue "acertar o passo da dança" como eu quero, ou passar o lápis de cor "dentro da linha do desenho" como eu acho que ficará bonito!

Queremos que as crianças aprendam "tudo certinho" como nossas cabeças adultas, experimentadas sabem, mas isto não é necessário nem possível para a visão de mundo da criança. Como ela reage à morte dum pai, ou a um acidente de automóvel, ou a separação de pais, ou a um desenho animado tão inútil e aparentemente mal feito é inalcançável para nós adultos. O professor coloca um filme achando que seus alunos vão aprender lições valiosas dele, desconhece que não aprenderão nada do que programou. Se ele falasse de maneira simples, seria entendido facilmente.   

Ainda otimizando o tempo
As reuniões de diretores e funcionários, fora da escola, são todas realmente importantes, justificando a ausência nas atividades importantes na escola? São muitas reuniões, cada vez passa-se um período inteiro fora da escola. E quando são assuntos importantes, espera-se que na volta, quem lá esteve, repasse as informações pertinentes aos demais da escola.
Pensar mais, discutir mais, dar tempo para, antes de tomar decisões transforma uma escola ultrapassada que só repete automaticamente o que se faz por anos. Reuniões regulares são um procedimento adotado em todo o mundo porque funciona. Mais pessoas participam da tomada da decisão, consequentemente mais assumem responsabilidades compartilhadas de fazer acontecer. Inclusive, criam olhares mais críticos, aprendendo a “ver” problemas e já “imaginar possíveis soluções”. Em assuntos mais urgentes, sempre que possível, expor o problema num horário, deixar em pé o assunto para colher as ideias no próximo horário. Reuniões ultra rápidas, cheias de achismo momentâneo, sem tempo para pesquisar todos os fatos e literatura ou internet, só pode levar ao arrependimento e desastre. Há coisas que não se pode sair resolvendo na hora, para ver “se” vai dar certo ou não depois.
Parece contraditório, mas precisa-se conversar mais em menos tempo, todavia, com mais qualidade e objetividade. Por isto a necessidade de fundamentação em que se basear decisões e o monitoramento na resolução para que os mesmos problemas não fiquem se repetindo.

Mas não dá para ficar fazendo reuniões o tempo todo. A questão é que problemas se arrastam ou ficam nas costas da direção corrigi-los. Muitas vezes são repetições de problemas recorrentes que nunca são de fato "resolvidos". Um dia tem que se parar e resolver de maneira eficaz.

A velha escola encheu-se de tantos detalhes inúteis, tantos papéis, tantos programas, tantos "controles" de aproveitamento de alunos, tantas atividades para os professores, registros, comprovações de tantas coisas, que o objetivo simples dela foge: ensino simples, sem pressão, de qualidade.  

As oficinas tem como características a leveza, a ausência de imposição e comprovação do aprendizado, a gentileza e compreensão do ser que é o cliente VIP: a criança. 

Voltando às reuniões
E agora não se poderia esquecer de citar uma das coisas mais importantes: 

Toda pauta de qualquer reunião deveria passar por todos os que participarem dela alguns dias antes para que sugiram pontos novos ou contribuam com pontos de vista, bem estudados antes, sobre assuntos já constantes dela.  

Quando isto não acontece, os participantes ficam alienados antes, durante e depois da reunião. Mas o mais grave ainda é que durante a reunião participantes contribuam com "achismo" que na hora parece ser lógico mas que mostram ser desastrosos uma vez que não se prepararam adequadamente. 

E finalmente há a questão de aquele que prepara a ata parecer que ele é o que sabe tudo, que determina os assuntos e o tempo de exposição.

Brain Storm
O que é o Brain Storm? 
“Escreve-se problema num papel grande e deixa “o tempo necessário” para que pessoas escrevam ideias ao seu redor para serem mais tarde avaliadas e executadas, a melhor delas ou a soma delas."
Tire tempo para “passear” pela escola", observe cada detalhe, não saia corrigindo, anote num caderno, prepare-se para conversar com base, com tempo. Seja um bom observador. Observe bulling, observe a menina que não larga do menino, observe quem é líder do mal e se safa, quem é só seguidor e que é pego sempre, quem tem problemas em casa e está cabisbaixo, quem está sendo rejeitado, qual a professora encarnou e rotulou aluno e fala para outros na sala de professores, quem gosta de abraçar, quem está carente.           
Leia: EDUQUE COM EDUCAÇÃO




-"Ah, mas você não imagina a correria que é na escola,  se não resolver na hora, se não der um grito, se não mandar para a diretoria, a coisa desanda".

Aqui está a diferença entre eficiência e eficácia.
Eficiência– sai corrigindo, dando bronca, resolve na hora, outro dia acontece outra vez, ano inteiro a história se repete.
Eficácia– fica em silêncio, prepara fala, literatura se preciso, prepara ocasião formal, absorve pontos de vista  de outros profissionais sobre o assunto, não critica todos por causa de alguns (esta turma hoje está impossível), ensina e educa. Pode se usar até projetos, teatro, vídeos para "educar". Fala uma vez, repete alguns dias depois (não muitos dias depois). Tantas vezes até que assunto se resolva. A coisa muda, devagar, mas muda.

Parece que 'toda vez' que tem um evento na escola, os profissionais têm que ficar dando sermão, cutucando bagunceiros, mandando parar de falar, ameaçando, e lá na frente a diretora falando que "vocês não aprendem, tem alguns aqui que não entenderam, vão ter uma conversa mais de perto depois, será que vou ter que chamar os pais"? Uma ocasião de alegria vira uma sucessão interminável de broncas.  



Qual é preocupação de nossa escola com a criança?
Professores terão mais dificuldade em lidar com a agitação duma escola integral especialmente em alguns momentos críticos. Precisa-se de conversas positivas, estratégias boas, métodos coletivos para que todos falem a mesma língua.

-Se professores conseguirem ter domínio, as crianças não serão trazidas para diretoria.

"Casos de indisciplina que possam ser solucionados pelo próprio professor, devem ser evitados de serem levados à Equipe Pedagógica sob o risco do professor perder sua autoridade. Somente casos relevantes, devem ser encaminhados . . .(Sanções Disciplinares e Legislação

-Na diretoria, esta correção poderia ser muito mais rápida. Se você falar durante 3 minutos ou ficar repetindo durante 20 minutos o resultado é igual, ou pior. Quanto mais tempo fora da sala, mais o aluno perde. Se o profissional ficar exaltado(a) e estressado, seu coração sofre, vem o atestado, se aposenta doente, dorme mal, acaba com a saúde, assim, não tem porque ficar fora de si, descontrolado.

Na verdade, se a criança não violou nenhuma regra do regimento que foi bem elaborado, e é conhecido de todos, especialmente da criança, ela pode ficar alguns minutos ali e ser devolvida a sala em seguida. 

Se ela desrespeitou alguma regra, é só aplicar o que se ajustou no próprio regimento, seja uma conversa sobre assunto (não sobre o ser, a criança, se ela é bagunceira, ou rebelde, mas sobre sua ação em desrespeito ao regimento específico), seja uma advertência ou o que estiver lá no regimento. Ninguém precisa se estressar. Nem se precisa ouvir vozes mais intensas, pois este tipo de conversa será em tom baixo e sério. Não será a altura da voz, ou sua agressividade para "meter medo", ou sua cara feia e desaprovativa, que deverá corrigir o aluno.

Simples assim, depois de poucos minutos, gentilmente combina com aluno, numa boa:
- “agora vou devolver “você” (porque a repreensão amorosa “deveria” ser um a um, e jamais em conjunto) à sala e vou ver como você se comporta, vou voltar daqui a 5 minutos para ver seu comportamento (uma ou duas vezes)”.


Autoridade com tranquilidade


- “Mas já foi conversado várias vezes com aluno”. Mire no exemplo do juiz, ele tem autoridade para aplicar sanções e disciplina. Como fazem os juízes? Levantam da cadeira e esbravejam, dão bronca, gritam, xingam, ameaçam? Pelo contrário, falam baixo, mandam prender, pronunciam condenação, etc. Pais e professores também têm autoridade. Na verdade o esbravejar não melhora em nada a situação.


Quando notarmos que a sala está barulhenta, ou nos corredores tem muita agitação, tire um tempinho e fique olhando, isto será preventivo. Mas, caso veja alguma atitude reprovável, não saia gritando e corrigindo. Espera, observa, obtenha os fatos e depois calmamente e com certeza de todos os fatos chama só aquela criança, raciocina com a criança, diz que a observou e que é melhor ela cuidar melhor de seu comportamento (sem elevar a voz, sem ameaçar de chamar pais, polícia, ou CT); também, elimine o senão (ameaça), diga simplesmente para a criança parar, raciocine o porquê, e só. Mostre o princípio da regra que ela está desrespeitando, cite o princípio que consta junto a regra no regimento.

A criança deve se sentir segura de ter adulto observando, não acoada, nem ameaçada. Ela não deve pensar que se um adulto não estiver vendo, ela pode aprontar, mas ela deve sentir que na escola 'ela é' observada, o tempo todo. Um dia destes, uma professora trouxe um menino que dizia que outros batiam nele e ele só reagiu, a professora respondeu: “Como é que eu não vi nada, eu só vi você brigando, pare de mentir”. Na verdade outro funcionário da escola tinha visto o que realmente aconteceu e, neste caso, o aluno falava verdade. O observar lhes dará um senso de segurança.
Se estiver sofrendo bullying, contará e confiará na sua proteção.

No caso, a  "aprontar", se refere a burlar as regras do regimento, que é econômico em número de regras, em que há vários níveis de gravidade e providências.

Considere ler um resumo do livro  "VIGIAR E PUNIR" de MICHEL FOUCALT


-"Ah, mas tem alguns casos mais complexos de indisciplina". Estes casos são resolvidos seguindo o regimento escolar e é o Conselho Escolar quem resolve.  
Normalmente os Regimentos Escolares deixam bem claro

DO CORPO DISCENTE

 DOS DEVERES
 - Manter atitudes de respeito e atenção para com os membros da Direção, Coordenadores, Professores, Funcionários e colegas;

DOS DIREITOS
 - Ser tratado com respeito e atenção pela Direção, Coordenadores, Professores e Funcionários do Estabelecimento;
 - Dialogar com a Direção, Coordenadores, Professores e Funcionários, expondo opiniões a respeito de quaisquer assuntos; (http://www.unidep.com.br/regimento_53.html)

Depois disto, todo Regimento deve ter cláusulas sobre indisciplina e como cuidar desta. (Gestao Escolar Deliberação 16/99 CE)   

Considere ler o artigo "Construindo Autonomia Moral na Escola" com considerações sobre os princípios das regras escolares, como construir o regimento, tipos de punições, etc. Notará que pode haver em sua escola muitas regras sem um "princípio" ou porquê da existência dela, regras tolas às vezes, outras se confundem em gravidade com outras de cunho moral, enfim, tudo sobre regramento equilibrado. 

Os pais próximos
O Regimento Escolar deve ser construído a partir de uma ampla discussão com toda a comunidade escolar, em especial junto aos pais dos alunos, para que além de respeitar as normas acima referidas, eles, tendo conhecimento delas, ajudem os educadores a assegurá-las, visando ao pleno desenvolvimento dos educandos, respeitando os direitos de todos, e preparando-os para o exercício da cidadania. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê em seu artigo 53, parágrafo único. ”É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.”(Sanções Disciplinares e Legislação

A agitação é normal em crianças
Vi um professor que deixava todos em silencio por dez ou quinze minutos, até todos se acalmarem. Especialmente na transição de aulas com níveis opostos de agitação. Se achar que se perde tempo assim, pense em como fica se ficam agitados durante a aula inteira apesar dos clamores do professor.

Também, pode-se treiná-los sobre problemas recorrentes, por exemplo, como lidar com a fofoca. Acha que quando uma criança vem fofocar a melhor maneira é criticá-la momentaneamente e dar uma bronca – isto não funciona!! Eficiência talvez, mas eficácia. Pode se conversar de vez em quando (ou sempre) os porquês de não ficar fofocando e sobre como lidar quando outros fazem isto. Lembre-se que se proibir de fofocar, noutro dia talvez precise que contem algo que deveria saber e haverá contradição.

As crianças saudáveis são alegres e agitadas. Correm sem parar, falam bastante e quando juntas falam alto. 
Por isto não haveria necessidades de adultos todo tempo ficarem censurando-as para fazer diferente. Tolerância zero!
Mas se houver crianças muito quietas, falando menos que o costumeiro, então é de se preocupar.
Imagine um adulto que volta da academia, ou dum show maravilhoso, um acaba de receber uma noticias super legal. A gente não se contém, dá gargalhadas, nossa adrenalina está a mil, falamos alto, descontroladamente, queremos compartilhar o contentamento. De repente surge alguém e nos manda "ficar em silêncio, "imediatamente". Tolerância zero, corta nosso barato! Mas a adrenalina está ali, em nossas veias, nossos cérebros, simplesmente não dá para ficarmos calados mesmo que nos esforcemos. 

As crianças são feitas do mesmo material que nós, mesmos hormônios, mesmas sinapses, mesmos olhares, aliás são tão humanos! Às vezes nos esquecemos disto!

Leia: POR QUE ALUNOS FALAM TÃO ALTO QUANDO ESTÃO AJUNTADOS?


Mas como na vida precisa-se de limites, podemos apelar para boas estratégias:

Muitas escolas adotaram estratégias como sinais, cores, formas, para sinalizar momentos de silêncio, de conversar, etc.


Brainstorm em painéis aos olhos de todos
Muitas escolas adotaram sinais para problemas de gestão escolar. Por exemplo, depois de conversar sobre algum problema com funcionários, espera-se sugestões, senta-se, decide-se o que poderia ser feito. Escreve-se o problema num painel, a solução ou soluções. Ao lado de cada solução colocar um quadradinho e neste, começa com vermelho, conforme vai se resolvendo ele vai em direção ao azul ou volta ao vermelho quando piora. Isto se refere a problemas do tipo: falta de apoio dos pais, falta de apoio dos professores em eventos, programas deficientes da escola, biblioteca, ATE, espaço físico inadequado para oficina, berros na escola, partes quebradas no prédio (fitas de proteção nas rampas, sistema elétrico, ventiladores estragados, mofo nas paredes, etc) problemas com esquecimento de chaves das portas das salas (ou de se fechar janelas). O bom é que todos são lembrados ao verem o painel e acompanham o desenrolar até a solução, sem constrangimento ou desconforto, sem ninguém se sentir inadequado. 
Veja como a EMEF COQUEIRAL se organizou, e participam professores, funcionários e pais. Após considerações, "análise e diagnóstico"  pelo Conselho escolar, eles fazem um relatório abaixo de cada "indicador" e colocam a cor devida. Depois entra um relatório das "sugestões" de soluções. Conforme estas progridem, pode-se mudar de cor assim como pode-se voltar a cor se o problema voltar:


DIMENSÃO 3 - AVALIAÇÃO:
Indicador 1 - Monitoramento e Registro do Processo de Aprendizagem dos Alunos - Cor atribuída:
Indicador 2 - Mecanismos de Avaliação do Aluno - Cor atribuída:
Indicador 3 - Participação dos Alunos na Avaliação de sua Aprendizagem - Cor atribuída:
Indicador 4 - Avaliação do Trabalho dos Profissionais da Escola - Cor atribuída:
Indicador 5 - Acesso, Compreensão e Uso dos Indicadores Oficiais de Avaliação da Escola e das Redes de Ensino - Cor atribuída:
Vermelho: Os funcionários e os pais avaliaram que essas ações não são praticadas a contento, que desconhecem o assunto e que gostariam de ter mais informações.


SUGESTÕES: (Soluções para cada indicador)
A escola adotou as cores vermelho, amarelo e verde.
(Experiências - Curso Conselheiros Escolares - EMEF COQUEIRAL - Aracruzes/ES)

  • Logo Escola Integral Mogi das Cruzes/SP


    Leia: QUALIDADE DE ENSINO E A AUTO AVALIAÇÃO ESCOLAR sobre estratégias na escola.                                                                                                                       Em algumas escolas, a hora da campainha, é hora de gritar e correr, especialmente a última aula. Tem como deixar mais baixa e tempo mais longo? É possível usar musica em vez de som estridente? Professores, alguns minutos antes, poderiam orientar alunos a saírem calmamente até se tornar padrão, fazer até que se acostumem           
    - “A gente fala mais não funciona, quando ouvem companhia saem correndo e gritando”.                                                                                                                           Poderia a professora ir soltando os alunos aos poucos, minutos antes, calma e silenciosamente. Não adianta deixar “tudo solto”, menos ainda exigir silêncio de crianças saudáveis – precisa-se dosar a quantidade de barulho permitida, também não adianta a professora ficar gritando, exasperando, exigindo silêncio. Se um professor(a) exige muito, outro deixa solto, é desastre na certa.

    Qual é preocupação de nossa escola com a criança?
    Se professores tem controle, as crianças não se ferem. Os conflitos acontecem porque as crianças ficam se pegando, se encostando, se derrubando, o tempo todo. Daí a diretora não sabe o que aconteceu, pune criança errada, a que chora mais é menos punida, a que argumenta melhor é menos punida. Aquela que é pega batendo é punida, a criança esperta bate escondido, não é punida.                                                       
    Domínio a custa de berros é antieducacional, prejudica a próxima professora que assume a classe e tem que lidar com crianças agitadas. Ensina a criança a ser mal-educada, e ensina que se deve resolver conflitos no berro, na violência. (Que escola estranha é esta?) Pra que serve o cartaz na parede: Use palavras mágicas, por favor, desculpe. . .?                                      
    Leia: EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO                                                        
    Tem o professor que corrige todos como se todos fossem maus, mas apenas alguns aprontam e, todos ouvem. Muito melhor se aproximar dos poucos alunos da bagunça e falar baixinho com carinho e firmeza, sem sarcasmo.  Vale a pena parar a aula um instante, corrigir amorosamente a situação com apenas os envolvidos, pois perde-se menos tempo assim do que deixar largados e depois corrigir a custa de berros. Outra opção é não fazer nada na hora, ter uma conversa amorosa e calma com firmeza mais tarde, raciocinando, deixando a criança falar bastante, não ficar dando bronca sem parar.                                                                                                                 
     Noutra vez que criança aprontar, vamos tentar entender o que aconteceu, se esqueceu iremos lembrá-la, se estiver com problemas iremos ajudá-la, de repente é outra criança que está levando esta a perder calma. Já vi muitas vezes uma criança cutucando outra sem para parar até que esta perde a cabeça da um soco, vai para diretoria, leva bronca, chama-se a mãe, chama-se o CT, a polícia, o FBI. Um dia destes uma criança que sempre é muito calma deu uma mordida nas costas de outra criança. Esta outra que levou a mordida é conhecida por sempre incomodar as outras. Mas, se o professor acha que gritos resolve, não deveria se ouvir seus gritos durante o ano todo, só na primeira semana.                                                                                                                                                          
    O Sarcasmo
    Aliás, o sarcasmo é o método mais comum e contraproducente. Não ensina nada. 

    Evite dizer “eu não quero” (como se a criança tivesse que fazer o que "eu quero"), “parabéns pela bagunça” (sarcasmo) ou taxar aluno (rotular).
    Quem não ouviu coisas assim: 
    - "Você não viu que sujou todo o chão? Parabéns, nota 10 para você!", 
    - "Isto, pisa nos papeis!", 
    - "Vai, suja toda a roupa, é a mãe que lava mesmo!". 

    Não é muito mais fácil aconselhar correta e amorosamente?  
    Muitas vezes se dá bronca, ameaça chamar pais, dando longos e firmes sermões, a criança sai da sala de direção e quando ninguém vê sai dando risada, parece que nada aconteceu. A bronca, o medo, não atinge o coração. 
    Os chamados sermões” não são proibidos, porém, muitas vezes são improdutivos. Uma discussão aberta sobre o ocorrido, ou ainda um filme escolhido com critério, tem um maior efeito nos jovens.
    Considerando que eles estão vivendo a onipotência juvenil, é difícil acreditar que eles mudarão seus comportamentos a partir de um “sermão”, principalmente se o interlocutor for uma pessoa que represente o poder sem um elo de identificação com os alunos, por exemplo: se o sermão for dado por um professor tradicional de quem eles não gostem".(Sanções Disciplinares e Legislação)
     
    Professores discordarão, -”porque os alunos são terríveis, não dá pra dá moleza não”, e continuarão assim, com alunos terríveis, estresse, broncas, garganta detonada . . .eternamente. 

    Tente, invente, faça algo diferente, estude, leia, ouça conceitos diferentes. 



A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 01
A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 03


A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL PARTE 03




A programação de horários é importante
Oficinas de Educação física primeiro (ou outras oficinas como dança, atletismo e futebol) produzem crianças suadas que cheiram mal o dia inteiro. A página do Portal do Mais Educação diz que o diretor deveProvidenciar condições de oferta de banho, almoço e lanche para os alunos do Programa”.http://www.seed.se.gov.br/portais/maiseducacao/orientacao.asp

Tomar banho, no mínimo trocar de roupa depois dos exercícios é mister. Qual é preocupação da escola com a criança? Cobra-se que tomem banho, que estejam perfumados, ao mesmo tempo a escola estimula o contrário. A criança vai passar um terço do seu tempo na escola, fedendo, porque a escola fez uma programação de maneira a produzir suor, e mal cheiro.  As crianças se acostumam com isto. Ou ajusta-se horários, aulas mais agitadas para o fim do período.

Esperamos que as crianças estejam espertas, dispostas, animadas, vivas. Mas não admitimos que façam bagunça. Queremos que estejam plenamente ativas e acordadas nas aulas com jogos e educação física, mas de um minuto para outro exigimos silêncio, cada um “sentadinho” no seu lugar, porque mudou a disciplina. Deixamo-nas gritarem porque estamos num jogo participativo e dinâmico ou porque estão no parque, mas exigimos enfileiramento, silêncio e ordem no minuto seguinte porque estamos na área que antecede as salas ou na próxima aula. 

Nos cursos com adultos acontece exatamente a mesma coisa, até uma 'piadinha' do palestrante nos faz perder concentração e já falamos com nossos vizinhos de assento, se cai alguma caneta no chão todos param para ver, não, mas as crianças, não. . . Haveria uma insensibilidade quanto às necessidades das crianças? Os adultos poderiam estar afetados por diversos problemas familiares, de doença, mas as crianças seriam repreendidas sem a menor preocupação de saber as razões para agitação. As salas ficam muito agitadas. É possível pensar em alguma "transição" entre aulas agitadas e calmas, para baixar a adrenalina?

Campanha “faça a criança se sentir segura”
Um casal de professores decidiu ter um filho. A coisa mais importante da vida está diante de seus olhos. Um casamento pode se desfazer, mas o amor de mãe e pai pelos filhos é perene. Mas acontece uma situação em que os pais precisam se ausentar e deixarão seu filho amado aos cuidados de alguém. De quem? Da avó? Da vizinha? Da amiga do casal? Que situação! Como ficará o coração da mamãe?Terá que ser alguém de muitíssima confiança, alguém conhecido e responsável. 
Poucos anos mais tarde os pais enviarão seu filhinho para ficar com estranhos, longe deles por mais de quatro horas vários dias da semana. Estranhos que cuidarão do bem estar físico, emocional e ainda darão todo o ensino necessário e adequado para seu filho.

No outro lado estão profissionais altamente qualificados que infelizmente se apegam a um conceito muito errôneo sobre os pais: "os pais dos alunos não se preocupam com seus filhos, não se interessam, não dão educação em casa e querem que os professores deem jeito". Embora possa haver poucos pais com este perfil, a maioria dos pais não são assim. 

A pergunta agora é inversa: Como pessoas totalmente estranhas aos pais estão cuidando destas joias, confiadas a eles meramente por serem parte dum sistema educacional confiável? Como estão cuidando do pequeno cidadão, no campo do ensino, do emocional, ético e moral? Um dos maiores objetivos do Ensino Integral é este, além da ensinagem, a formação dum cidadão moral, mental e emocionalmente equilibrado. 

 "De acordo com Munroe (1999), os líderes se tornam atraentes pela sua capacidade de inspirar os outros a se tornarem o melhor que podem. São pessoas capazes de atrair e tirar o melhor das outras pessoas. Por isso, a necessidade de se ter lideranças com excelência nos espaços escolares.

Klausmeier (1977, pp. 259-260) apud Piletti (1987, p.63) afirma que sem motivação não há aprendizagem. Ele argumenta que professor e aluno podem ter todos os recursos didáticos disponíveis para um bom desempenho intelectual, mas que tudo isso será em vão se faltar a motivação. Ele enfatiza que pode ocorrer a aprendizagem, mesmo com a falta do professor, dos livros, da escola, sem uma porção de tantas outras coisas, mas se houver a motivação para elevar a autoestima dos alunos, todas essas dificuldades são transponíveis.

. . .“autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si mesma, ao passo que a autoestima é a percepção que ela tem do seu próprio valor."  

Para Machado (1982, p.90) apud Piletti (1987, p.279), 
as crianças que são amadas quase sempre apresentam boa adaptação no ambiente escolar.

(A IMPORTÂNCIA DA AUTOESTIMA DO ALUNO NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM - Teixeira - Rubio - Chaves - Silva)

As crianças qualificadas como mais "problemáticas" por professores, na verdade, são aquelas com menor autoestima. 
As crianças não deveriam ter medo de adultos, sim respeito. Olhares carrancudos de adultos observando as crianças como se fosse sempre criminosos e estivessem prestes a cometer crime é imposição pelo medo. Há de haver um esforço para, antes de um conselho, certificar-se de que realmente entendeu o que a criança quis fazer, ou quis dizer, ou a justificativa da suposta falha da criança.

(Pedagogia da Escuta: o que é e como exercitá-la na Educação Infantil?)

Um aluno se encaminha após refeição antes dos demais em direção ao banheiro, um olhar sério dum adulto o repreende prontamente sem saber do que acontecia, em seguida veio a voz ríspida mandando voltar. Outro adulto que passa, não falou nada, deu um sorriso para criança, ganhou um abraço e a acompanhou carinhosamente para o lugar certo. Muitas vezes a repreensão é por uma coisa que a criança “não fez” mas que se calou em defender-se “com medo” da represália. (A Importância Da Afetividade Na Aprendizagem Dos Alunos)

Não quero ir à escola! Odeio! Qualquer coisa menos a escola!


A criança sempre é culpada - eles só aprontam
Pode haver situações parecidas, na verdade paralelas, culpa-se prontamente a criança sem saber o que aconteceu de fato. Por exemplo, aluno caiu, machucou seriamente cabeça e nariz 
- “Bem feito, mas também, você não para quieto”. 
Não parar quieto é 'normal de criança saudável', e se “não parar quieto” incomoda, a culpa é do adulto de não ter interferido corretamente e amigavelmente antes. Culpar a criança pela falta de domínio é injusto. Para que a criança vem a escola, senão aprender, não a base do chicote, mas do raciocínio, da educação e do amor? Na verdade a criança “é tirada” de seu lar cedo na vida, sem entender o que acontece, e estranhos passam a dar bronca e exigir coisas dela, lições, comportamento, coisas que às vezes é diferente na casa dela.

"Quando ocorrer qualquer tipo de incidente é preciso que os fatos sejam apurados, assim nada de sair fazendo prejulgamentos, tomando partido ou ainda pior: enveredar na conversa inconsequente que o Pai traz, geralmente quando está muito nervoso, comprometendo assim a veracidade dos fatos.

No momento da apuração é preciso que os envolvidos sejam ouvidos separadamente e depois confrontados. Quando confrontados é preciso que os mesmos saibam o mal que causaram ao outro, pois desse modo facilita para que eles vejam a extensão do ato." (Material de Apoio - Coordenador Pedagógico,Gestor escolar e Diretor - http://www.sosprofessor.com.br/blog/)


Se uma professora leva um aluno direto à diretoria, ou aos pais através de bilhetes, passa por cima dum profissional chave, e de ferramenta essencial à resolução de suas dificuldades: o Coordenador(a). Este profissional poderia planejar soluções junto dos professores e depois participar na aplicação de estratégias bem sucedidas.

A escola regular muitas vezes usa erroneamente o "livro de registro", ou "livro negro", para registrar indisciplinas de alunos. As oficinas da Nova Escola, usa também o livro, mas com o objetivo original de quando foi criado: para estatísticas. Este é usado para cálculos de tipos de incivilidades.

A autora e professora de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem desenvolvendo estudos bem aprofundados sobre como lidar com conflitos na escola. Na verdade, os estudos expõem nossas maneiras de resolver conflitos como sendo arcaicos e totalmente ineficazes. Por quê? Como deveríamos proceder?

Tenha curiosidade de assistir só um vídeo e tua vida como professor mudará muito.

 Estratégias bem sucedidas são expostos de maneira simples e lógica.


  
 Conversando com  criança
 "Toda vez que nos dirigimos a outra pessoa, transmitimos mensagens que afetam as emoções e os sentimentos dela, para melhor ou pior. Por isso, nós, educadores, precisamos ir além da boa intenção e aprender a nos comunicar de modo construtivo, usando procedimentos que auxiliem a estabelecer diálogos efetivos, mesmo nas difíceis condições da sala de aula.
A conversa com um aluno sobre determinado acontecimento ou comportamento dele, como uma postura inadequada, é mais eficiente quando não há julgamentos, culpabilizações ou desconfianças. O ideal é falar da situação, e não do caráter do envolvido. Em vez de dizer Vocês são bagunceiros, o melhor é Vocês estão saindo da classe, mas vejo carteiras fora do lugar e papéis no chão. A linguagem assim formulada, de maneira descritiva, favorece a colaboração e dá oportunidade para ele concluir o que fazer.
Evite acusar ou atacar. Isso faz com que o ouvinte canalize a energia em se defender ou se justificar, e não em solucionar o problema. Reprimendas somente incitam a raiva e diminuem a autoestima. Comentários negativos, como Você derruba tudo, que desajeitada!, também não ajudam. Já a linguagem sem crítica (linguagem descritiva) atrai a cooperação: A tinta caiu. Depois de limpar, vamos pensar em o que fazer para ela não cair mais?


Assim, sem se utilizar de censuras, julgamentos ou críticas, o educador valoriza a fala da criança e acolhe seus sentimentos, mostrando que esses são aceitáveis – as ações é que devem ser controladas. Ao ter seus sentimentos identificados e respeitados, a criança consegue lidar melhor com eles e pensar com mais clareza em como resolver seus problemas.

Em vez de ordenar ou ameaçar, ofereça opções, mesmo que as alternativas não sejam agradáveis." (Telma Vinha - O Educador e a Moralidade Infantil).


É hora de dar conselhos
Ao dar conselhos, a primeira regra é, saiba de tudo quanto possível antes. Segunda regra, estude métodos diferentes e eficazes de aconselhar. Terceira, dar bronca afastará o ouvinte do conselho e fará agir exatamente ao contrário, fará escondido na próxima vez se não entender a sabedoria do conselho.

"Acusar, intimidar, dar longos sermões não são possibilidades de tomada de consciência e nem mesmo desencadeadoras do valor de si.
 Há um tipo de linguagem que consiste em não acusar, apenas descrever o que vemos e o que sabemos.
Linguagem descritiva é apenas descrever o ocorrido sem criticar, acusar ou julgar e, em seguida, focar numa solução.

 Fante (2005) também indica esse tipo de linguagem para que possa se estabelecer uma relação de confiança com os envolvidos na situação: “Estou vendo que você e seu colega estão tento alguns problemas... Estou vendo que você anda chateado com alguns colegas”.
Numa relação de confiança com as crianças, é preciso que perguntemos: “Como é que eu posso te ajudar?”, “Diga-me, vamos pensar juntos, o que nós podemos fazer para resolver essa situação?
Mostramos respeito pela criança, continua a autora, “através de nossas tentativas no sentido de compreender o que elas dizem e sentem, e através de nossa aceitação, destituída de qualquer juízo, desses sentimentos e pensamentos”.



As oficinas como local de conversa
Elas têm que mudar a forma de pensar e fazer educação, não basta ter uma oficina de artes no contraturno, é preciso muito mais. Elas têm que dialogar mais com os alunos, com o que eles trazem nos encontros e com o contexto de suas comunidades. Como trabalhar a disciplina de história sem levar em conta a história do aluno, da escola ou da própria comunidade? Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais fragmentada é preciso que a gente transversalize mais, rompendo com a prática de trabalhar com conteúdos isolados. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.

Logo de cara, os professores bem que poderiam olhar mais nos olhos dos alunos, ouvir mais. Integrar pais e comunidade no cotidiano da escola também seria “praticar educação integral”. E por que não trazer outros profissionais para a sala de aula para explicar tipos diferentes de ofício aos alunos? O professor pode convidar o pai de algum aluno que seja sapateiro, por exemplo. Na sala, ele pode explicar a cadeia do couro numa aula de geografia. A educação integral vem nesse sentido. É pelo cotidiano e por meio dos saberes das pessoas que a comunidade escolar vai contribuir para uma boa educação”. http://porvir.org/porpensar/a-educacao-integral-deixa-escola-mais-humana/20130821




Programa “Seja um Educador Completo, para a vida”.
Entender o que significa ensinar e educar é fundamental.
Ensinar é passar conhecimento. Educar é ajudar o aluno a tornar parte de sua vida o aprendizado.
Eu fui ensinado que "ao sinal vermelho pare", mas não paro. O guarda de transito e a multa terão o papel de me educar.

Usar todos os momentos para “educar” verdadeiramente é fundamental. Isto significa que poderá haver necessidade de inúmeras conversas até aluno internalizar o conceito, ou seja, se educar. 
Exemplo, O xadrez serve para criança desenvolver estratégias para resolução de problemas. Que problemas? Na vida. Mas o que a oficina pode estar fazendo é simplesmente ensinar aluno a “jogar xadrez”, nada mais.
Oficina que envolva português, ou qualquer outra área, está ela preparando aluno para inteligentemente usar estratégias para vida? 

O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo intimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida”.
SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008 pag 69.

Demonstre que entende e aplica a lição que ensinou
Depois da aula, aluno se confronta com um problema, a professora berra com ele, demonstrando que ela própria não sabe como desenvolver estratégias inteligentes para lidar com situações da vida profissional, inclusive com crianças.

É dificil! 
- "É impossível de aplicar isto hoje em dia, porque as crianças mudaram!? 

Não, os adultos mudaram. Professores falam tempo todo, inclusive nas broncas, de ser bem educado, respeitar outros, etc. Mas o que faz quando surge de fato situações em que se poderiam exercitar isto? Por exemplo quando surge uma disputa entre dois alunos, a professora intervém dando bronca, muitas vezes sem respeito e sem saber exatamente o que aconteceu. 

Nas oficinas da Escola Nova, esta é a hora para deixá-los resolver sozinhos, ou antes orientá-los e depois deixá-los resolver.

Quando aluno não faz lição, não vem uniformizado, não traz todo material, etc, por que não ajudar aluno a raciocinar, deixá-lo entender por ele mesmo e assim criar responsabilidade.

Nas oficinas, na verdade, não temos nenhum destes "problemas"! 

Elas podem aprender a ser mais responsáveis, mas precisam da orientação correta, não de gritos, carrancas, desprezo, humilhação, etc. Mas há professores que não acham nenhuma criança responsável. Em muitas escolas tem um monitor de referência em cada sala que pode ser mudado por semana para criar responsabilidade neste em manter a sala em silêncio.


Para formar o jovem idealizado (autônomo, solidário e competente) a prática pedagógica dos educadores deve ser modificada de modo que o jovem seja tratado como fonte de iniciativa desenvolvendo a capacidade de agir, não sendo passivo no processo pedagógico; como fonte de liberdade porque a ele devem ser oferecidos cursos alternativos para aprender e avaliar e tomar decisões e fonte de compromisso, porque deverá aprender a responder pelos seus atos, sendo consequente nas suas ações."

As oficinas são ótimas para isto! Veja a parte 01 desta matéria.

"Nesse período da vida, o jovem procura e experimenta oportunidades de criação de espaços, de participar e de ser ouvido dentro e fora da esfera escolar, é mais do que importante garantir que tenham acompanhamento e orientação pelos educadores. Para que isso ocorra, é necessário que o ambiente escolar seja cuidadosamente pensado de modo permitir a o educando conquistar a autoconfiança, autodeterminação, autoestima, autonomia, capacidade de planejamento, altruísmo, perseverança, elementos imprescindíveis no desenvolvimento de suas habilidades e competências na conquista de sua identidade pessoal e social."


As oficinas são ótimas para isto também! Veja a parte 01 desta matéria.

"E esse empenho consequente conduz os alunos a patamares superiores em termos de autonomia, conferindo-lhes melhores condições para lidar com as diversas alternativas no enfrentamento e resolução de problemas que os desafiam. Nesta prática, os jovens têm a possibilidade de exercer a sua capacidade de liderança a serviço do desenvolvimento de sua turma, servindo de exemplo e referência para os seus colegas, inspirando-os e contribuindo para a mudança de suas posturas, apoiando-os e contribuindo para a mudança de suas posturas, apoiando-os no envolvimento das soluções que dizem respeito a tudo aquilo pelo qual ele desenvolve uma atitude de não indiferença seja em relação à escolar, à sua comunidade, às pessoas etc."


As oficinas também cumprem estas premissas! Veja a parte 01 desta matéria.

"O ‘produto’ do trabalho do professor não é a aula, mas sim a aprendizagem do aluno. Quando não acreditamos nisso é possível conceber que o ‘professor ensine’, ‘sem que o aluno aprenda’. Uma avaliação realizada de forma articulada a essa concepção, possibilita ao professor redirecionar suas estratégias e procedimentos para atender necessidades específicas de seus alunos. A prova diagnóstica proposta para o início e término do processo de nivelamento, com o intuito de recuperar defasagens de aprendizagem dos alunos ingressantes na Escola de Ensino Integral, possibilita facilitar que esse pressuposto seja garantido, ou seja, as aprendizagens das habilidades e competências que ainda não foram desenvolvidas pelos alunos nos tempos e espaços escolares anteriores, sejam de fato garantidas”.
http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/342.pdf

Até isto as oficinas fazem, ajudam alunos a se desenvolverem bem no turno em que estão na escola regular, suas capacidades e potencialidades.

Veja exemplo no Japão:


Estão vendo este meu cachorro? O nome dele é Dog, e eu o ensinei a falar!” Ensinar eu ensinei, só que ele não aprendeu”. Foco na aprendizagem e não na “ensinagem”






Finalizando
Isto tudo é uma questão de Gestão.
Existem livros aos montes tratando destes assuntos. Eu separei mais de vinte, sobre afetividade na educação. Existem centenas de filmes, documentários, palestras, etc. Para se aconselhar alguém, precisa-se mostrar artigos especializados, filmes, livros. Argumentação precisa transcender nosso raciocínio, traspassar o achismo de cada um, precisa ter base sólida e clara, de maneira que quem precisa mudar não fique se justificando, entenda que tá errado e tem que mudar. Na questão dos berros, podemos separar mais de cem artigos na internet que mostram que é errado e suas consequências para o resto da vida das crianças. Existe algum artigo que prove o contrário? 
Veja lista de artigos no final do texto: “Educando com Berros – Resolve Mesmo"

Precisamos ler mais, sem ficar esperando as “capacitações” esporádicas.
Sobre Escola Integral de êxito, existem excelentes ideias pelo Brasil e mundo.
Por exemplo: Em geral as escolas de tempo integral mais antigas entenderam que nem todos os alunos tem “vocação” para uma oficina. Nas aulas de dança muitos alunos meninos não gostam, não conseguem e não estão estimulados. Aulas como de “horta” serão importantíssimas na vida de alguns, mas não fará diferença nenhuma na vida de vários alunos.
Então estas escolas experientes fizeram um plano individual para os alunos, de maneira que frequentem as oficinas apenas aqueles que gostam dela, e se desenvolvem. Muitos repetem a oficina, aprendendo melhor ainda.

Se quisermos que “todos” aprendam a dançar igualmente, que gostem da dança igualmente, e que tirem boas avaliações, cairemos frustrados, isto “nunca” vai acontecer. 

Por isto, nestas escolas experientes, vemos crianças de diversas idades numa oficina. É ruim você pensou. Na verdade, é excelente, porque alunos maiores ajudam a professora por darem o exemplo uma vez que aprenderam mais rápido, podem até ajudar ensinando seus pares, e, enquanto ocupados, não incomodam, mas aprendem melhor uma vez que participam em ensinar. 
Alunos maiores que ajudam na oficina, ajudarão depois na hora do recreio, mesmo depois de saírem da escola, defenderão os menores porque  desenvolveram senso de responsabilidade e de proteção aos menores. Em vez de ficarem fofocando, participarão da solução. Os profissionais ficarão mais satisfeitas, porque em vez de ficar dando bronca o tempo todo aos alunos sem motivação porque não gostam daquela disciplina, terão só alunos que tem prazer na disciplina.

Mas, depois de selecionar os alunos, ou deixar que eles escolham (é a soma disto), sobrarão os “preguiçosos”. Não existe aluno preguiçoso, existem aulas sem motivação, existe professor que não estimula, que não descobre primeiro os interesses de cada aluno para usar este interesse didaticamente. Tem professor que vai falar que mesmo assim vai ter aluno que é preguiçoso.

Nas oficinas é impossível de isto acontecer, considerando tudo que foi explicado na parte 01 desta matéria.

Mesmo assim, depois de cada um se colocar em oficinas que mais interessam, sobrará alguns. Entra em cena o papel de incentivo, explicação clara do que é cada oficina, motivação. 
Pensa num aluno desinteressado que não quer ficar na aula. “Você não se manda, vai ter que ficar lá e pronto”, é desmotivador. Mas se mostrar calmamente e usando o raciocínio lógico os benefícios, põem-se no coração o desejo de estar naquela oficina. Nada obrigado é prazeroso. 

É normal que a programação da escola Integral deixe alunos agitados, são muitas atividades diferentes. O cérebro do aluno entra em colapso, o comportamento que se exige dele é ilógico para oficinas subsequentes, diferentes e opostas (dança e letramento, por exemplo).
Escolas experientes de ensino integral, entenderam que pode ser difícil para um professor liderar uma oficina, porque é informal e os alunos ficam inquietos naturalmente. O que fizeram?

Juntaram duas oficinas, não precisam ser afins, podem ser totalmente diferentes.
Surgem diversas possibilidades. Dividirem duas aulas e cada um reger uma, outro ajuda. Misturar quando possível o conteúdo, dai misturam se as aulas (multidisciplinaridade).
Os professores são beneficiados, pois enquanto um se preocupa com a aula, outro não só ajuda, mas observa aproveitamentos, vocações, dificuldades, dá sugestões , etc. 

No passado, numa aula em que se montava um quebra cabeças, um determinado aluno montou muito antes dos demais, e saiu de seu lugar para “incomodar” e foi alvo da bronca. Esqueceu-se do elogio por ter acabado antes, ou de aproveitá-lo de alguma forma, usar sua inteligência para ajudar outros. Noutra aula, dois alunos acabaram a lição nos computadores e foram “incomodar” outros, seguiu-se a bronca (chamo os “berros” de bronca). Esqueceu-se de elogiá-los e usá-los para algum bem. 

A oficinas são perfeitas para este tipo de acontecimento. Não há que dizer que se resolve estes comportamentos, uma vez que não existem este tipo de problema, cada um tem seu tempo, sua liberdade de demorar e de ajudar voluntariamente seus colega. 

Outro problema comum que poderia ser resolvido na junção de duas ou mais oficinas é a participação de todos os alunos. Alunos do fundo que não participam ativamente das aulas, só fingem, ou ficam parados, e a professora lá na frente não vê, ou não liga. Assim acontece com várias aulas. Com dois profissionais isto não aconteceria.
Em algumas escolas adotou-se a rotatividade, os alunos de trás vão indo para frente sempre em cada aula.

Este tipo de problemas também não existe nas oficinas, como jã explicado anteriormente nesta matéria.

Que outras ideias já foram objeto de preocupação das escola?
Monitores do mais educação também precisam adequar-se à dinâmica da escola. Se precisarem de treinamento, este deve ser dado. Monitores com pouca experiência com crianças, não sabendo controlar os alunos indisciplinados, usam mal sua autoridade, corrigem com grosserias, e apelam aos berros. O “recreio deve ser pedagógico” dizem as Diretrizes, assim como o almoço. Os filmes, as brincadeiras, são didáticas. Ou são sem método, simplesmente para mantê-los quietas?
Nas oficinas todos são companheiros, trabalham como equipe.

Como as meninas na pré-adolescência estarão muito tempo na escola, se espera da mesma que inclua um momento ou vários, para falar sobre menstruação com elas.

Muitas escolas do Brasil tem programa “Peso criança x peso mochila”ou algo parecido.
Qual é preocupação da escola com a criança? Bolsas de alunos muito pesadas com mais de 15% do peso do aluno contribuem, senão até produzem, danos na espinha e nas articulações da bacia e joelhos, prejudica o andar e o desenvolvimento infantil.
Você já leu em algum lugar que funcionários que trabalham sentados na frente de um computador terão problemas de saúde? Dores lombares, dores no joelho, falta de circulação, entre outras.
Você já se perguntou onde estavam estes funcionários desde seus 5 anos até seus vinte e poucos? Sentados na escola durante quarto horas, e se for escola integral bem mais.

 Pelo visto há uma enorme quantidade de assuntos a se tratar sobre a Escola Integral.
Que tal começar com os objetivos das oficinas? Para quem será o conteúdo das mesmas? Como será passado o conteúdo das mesmas? 

Comece assistindo este vídeo: "A ESCOLA DO FUTURO"















Resumão

1. Ideb:
Quer melhorar o ideb da escola? Quer ter mais qualidade de ensino?
Simples, precisamos reduzir ao mínimo festas, comemorações, atividades extras que fujam do foco da aprendizagem,  projetos que se ajustem ao conteúdo, senão for assim que sejam mais breves e práticos, murais e adereços mais simples, mais envolvimento de todos com o aluno, com o ensino. Qualidade na Educação - Quanto de Dinheiro Precisa?
Diretora e coordenadora deveriam estar com professores dando apoio, sugestões, para o que acontece em sala, observando os alunos, seu comportamento, sua aprendizagem, assegurando que alunos com mais dificuldades tenham melhores condições. Quanto mais junto com professores melhor. Diretores tem uma agenda cheia demais de reuniões fora da escola, sobrando menos tempo dentro da mesma.

2. Fazer registros e avaliação de tudo para na próxima rememorar e corrigir.

3. Deixar o Conselho Escolar trabalhar. Compartilhar assuntos por escrito no quadro de informações e acatar sugestões.

4. Criar “programas” que enfatizem mais a metodologia de ensino. Projetos dão conta de conteúdo, conhecimento. Programas específicos incentivam a qualidade do ensinar, através de metodologias eficazes como "seja um professor completo", pois a qualidade do ensino começa aí. Incluir nestes sempre palestras, vídeos e literatura de apoio, sem achismo.

5. Cobrar mais educação, não só ensinagem.

6. Desenvolver estratégias conscientes, estudadas, formais, claras, estáveis, não ficar mudando cada dia. Se alguém perguntar, como fazem quando acontece isto? -Que todos respondam em “uníssono” mesmo longe um do outro, “nos esforçamos a fazer desta maneira”.

7. Deixe a criança raciocinar. Deixe pensar ser um "pequeno detetive" que anseia pela próxima investigação. Não apresse seu desenvolvimento, mesmo que este seja muito lento. Seja criativo em preparar ambiente e condições de aprendizagem. Entenda o que significa verdadeiramente as implicações das oficinas da "ESCOLA INTEGRAL, e da NOVA ESCOLA.




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Referências: Videos

A Educação Proibida”- https://www.youtube.com/watch?v=-t60Gc00Bt8




Série: UNIVESP - D-26 - Princípios Gerais de Administração Escolar

Série: Afetividade na Educação

Rubem Alves - A Escola Ideal - o papel do professor

https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU

O Que A Escola Deveria Aprender Antes De Ensinar?

https://www.youtube.com/watch?v=EigUj_d5n80

Como Lidar com a Indisciplina? - 'Workshop do Educador'

https://www.youtube.com/watch?v=432tPxnkqrY

A importância do vínculo afetivo entre professor e aluno
https://www.youtube.com/watch?v=5JY0SMylbho



Referências: sites
Estes são identificados junto ao texto
http://www.sosprofessor.com.br/blog/  -Site feito por professores para professores

www.educacaointegral.org.br - Site que trata das últimas noticias, metodologia, políticas públicas sobre Educação Integral"
Referências: livros
Veja a lista no final do artigo “Educando com Berros – Resolve Mesmo"
http://vivendosoilusao.blogspot.com.br/2015/07/educando-com-berros-resolve-mesmo.html


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